Uso de telas por crianças pequenas: principais problemas para o desenvolvimento infantil.

O debate sobre o uso de telas (telefones celulares, smartphones, notebooks e computadores) por crianças pequenas (0 a 5 anos), envolve uma série de questões que se fazem essenciais para a compreensão do uso das tecnologias. Sabendo disso abordaremos com base em pesquisas sobre a temática, apontamentos importantes para a reflexão quanto ao uso das tecnologias para a faixa etária mencionada.

Fonte: Canva.

Diante disso, segundo as pesquisas realizadas pelo Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021) da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), tem sido cada vez mais precoce o uso de telas por crianças pequenas com o intuito de fazer com que estas “fiquem quietinhas” em  quaisquer lugares, sendo em casa, nas creches, escolas, ônibus, carros, entre outros. Nesse sentido, para Eisenstein et al. (2019, p. 3), essa forma de entreter as crianças é denominada de “distração passiva, resultado da pressão pelo consumismo dos joguinhos e vídeos nas telas, e publicidade das indústrias de entretenimento, o que é muito diferente do brincar ativamente, um direito universal e temporal de todas as criança, em fase do desenvolvimento cerebral e mental”.

Sendo assim, a SBP (2019, p. 5), descreve os principais problemas pelo uso das telas por crianças pequenas, especialmente quando expostos por longos períodos, a saber: “prejudicar o desenvolvimento da fala e da linguagem, dependência digital e uso problemático das mídias interativas, transtornos do déficit de atenção e hiperatividade, transtornos do sono, entre outros”.

Dessa forma, a SBP elaborou um Manual de Orientação (2016), sobre o uso de telas de acordo com a faixa etária e o processo de desenvolvimento das crianças, sendo: menores de dois anos é recomendado evitar o uso de telas; entre dois e cinco anos, recomenda-se o tempo máximo de 1 hora por dia com a supervisão de adultos; entre seis a dez anos, o tempo é limitado entre no máximo 1 a 2 horas por dia e com supervisão de adultos;  durante as refeições e de 1 a 2 horas antes de dormir não recomenda-se o uso. Logo, a “responsabilidade social é também uma questão de direitos à saúde e prevenção de riscos e danos para crianças na era digital” (Eisenstein et al., 2019, p. 7).  

A partir disso, a SBP e a Academia Americana de Pediatria (AAP), explicam que “o uso de mídias digitais por crianças de 0 a 3 anos de idade num período fundamental de crescimento e desenvolvimento cerebral e mental é prejudicial e portanto, não se recomenda o oferecimento de telas como um ‘brinquedo’ ou ‘distração’” (SBP, 2019). 

Dentre muitas formas para auxiliar os adultos/responsáveis por crianças e as crianças a compreenderem os principais problemas causados pelo uso de telas, há a literatura infantil. Desse modo, a autora Emília Nuñez e a ilustradora Bruna Assis Brasil publicam em 2017 o livro “A menina da cabeça quadrada” pela editora Tibi. Nesta obra, a autora expõe a situação de Cecília que de tanto usar tablet, celular e televisão, a menina acordou com a cabeça quadrada. Este livro tem por objetivo incentivar as crianças da era digital a descobrirem o prazer das brincadeiras tradicionais e para ajudar os pais na educação dos seus filhos.

Fonte: Google Imagens.


REFERÊNCIAS


Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A criança de 0 a 3 anos e o mundo digital. Rio de Janeiro: SBP, 2019. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/A_CRIANCA_DE_0_A_3_ANOS_E_O_MUNDO_DIGITAL.pdf. Acesso em: 02 dez. 2023.


Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Manual de Orientação: Grupo de Trabalho Saúde na Era Digital (2019-2021). #Menos telas #mais saúde [Internet]. Rio de Janeiro: SBP; 2019. Disponível em: https://www.sbp.com.br/fileadmin/user_upload/_22246c-ManOrient_-__MenosTelas__MaisSaude.pdf. Acesso em: 02 dez. 2023.


Texto elaborado por Gabrielle Klein Silva, Isadora Klein Da Silva, Rafael Faller Deola e Silvia Carla Conceição Massagli.


 Linha de Pesquisa: Tecnologias Cuidativo-Educacionais: Interlocuções na Saúde, Formação e Educação.


Eixo temático: Educação e Saúde Psíquica Infanto-Juvenil.


Coordenadora: Dra. Silvia Carla Conceição Massagli.

(Docente da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) - Realeza).


Orientandas(o): Gabrielle Klein Silva, Isadora Klein Silva e Rafael Faller Deola (Acadêmicas/o da UFFS - Laranjeiras do Sul e Realeza).

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