O impacto do racismo estrutural na resposta ao HIV/AIDS
A forma como ocorreu o processo de colonização do Brasil e o sistema escravocrata abolido somente em 1888, moldaram a forma como a sociedade brasileira é organizada no que tange à desigualdade no tratamento dos diversos grupos populacionais de acordo com raça/etnia. Esse processo estrutural da nação favorece as iniquidades raciais nos âmbitos social, econômico e cultural, institucionalizando a prática do racismo no cotidiano (Santos et al ., 2024). Nos últimos anos, no Brasil, houve um aumento do número de pessoas que se autodeclararam de cor/raça negra (preta ou parda), correspondendo a mais da metade da população brasileira. Apesar da população negra ter vivenciado um aumento na renda per capita superior ao observado na população branca, a desigualdade se mantém brutal. Pessoas negras figuram como a maioria entre a população mais pobre do país. Além disso, apesar de ter havido um acréscimo no rendimento médio anual, em 2015, trabalhadores de cor/raça preta ou parda ganhavam pouco