Musicoterapia no processo de cuidar
No processo de cuidar, diferentes instrumentos podem ser
adotados pelos profissionais de saúde. Entre eles se encontram a comunicação, a
criatividade, o trabalho em equipe e a musicoterapia. Este último é uma medida
terapêutica que pode mesclar esses instrumentos tanto para promover uma
humanização no cuidado ao paciente, como para promover saúde para aqueles que
não se encontram necessitados de cuidado.
Para a Federação Mundial de Musicoterapia esta atividade
envolve a utilização da música e/ou
seus elementos (som, ritmo, melodia e harmonia), por um musicoterapeuta
qualificado, com um sujeito ou grupo, num processo para viabilizar e fomentar a
comunicação, interação, aprendizagem, mobilização, expressão, planejamento e
outras metas terapêuticas imprescindíveis, no sentido de atingir necessidades
físicas, emocionais, sociais e cognitivas. A musicoterapia almeja desenvolver
ainda potenciais e restabelecer funções dos sujeitos para que ele possa
alcançar melhor qualidade de vida, bem como para prevenção, reabilitação,
tratamento e promoção da saúde.
A musicoterapia é um processo de minimização ou superação
dos problemas oriundos de certas doenças e, ao mesmo tempo, de transformação de
posição do sujeito na relação com sua doença e com os demais que o cercam
(CORTE; LODOVICI NETO, 2009).
Essa promoção à saúde supracitada pode englobar tanto
populações que são grupos de risco para determinadas doenças, como, por
exemplo, os idosos ao mal de Alzheimer; como os próprios profissionais da
saúde, que por muitas vezes se encontram sobrecarregados de estresse físico e
mental no decorrer da realização de suas atividades diárias.
A terapêutica é eficaz no tratamento de enfermidades
crônicas, como a hipertensão; assim como na melhoria da memória de pacientes
com mal de Alzheimer, sendo que a música estimula a memória de longo prazo
desses indivíduos.
Além do mais, a música pode melhorar a interação
paciente-profissional, melhorando o humor, fazendo com que o cuidador conheça
mais sobre o que agrada o indivíduo ao qual está cuidado, podendo assim achar
pontos em comum que facilitem a comunicação entre as partes, estabelecendo uma
relação mais espontânea para ambos.
Vale ressaltar também, que no decorrer do processo de
tratamento com musicoterapia, pode entrar em jogo uma resposta de maior
entusiasmo do indivíduo que está sendo tratado, como o desejo de dançar ou
fazer outros movimentos que exigem menos esforço, mas que não costumam fazer frequentemente,
o que também pode ser um ponto positivo para esse indivíduo, sendo que a
prática de exercício constitui uma medida eficiente de promoção à saúde.
Entretanto, é necessário saber aplicar essa terapêutica.
Saber escolher o repertório que será usado é essencial, pois, a escolha errada
das músicas pode causar estresse e até agressividade às pessoas submetidas,
contribuindo assim para um possível agravamento do quadro clínico geral que
essa pessoa se encontra.
Buscar ferramentas como a introdução de musicoterapia no
processo de cuidar, assim como outras terapias alternativas que contribuam para
a melhoria da saúde dos indivíduos, seria uma característica interessante de
ser adotadas por profissionais adeptos do cuidar. Assim como para Nietzsche,
“sem música a vida seria um erro”, tal erro seria ainda mais grave ter plena
consciência da efetividade de sua utilização no processo de cuidar e na
melhoria da promoção à saúde e não adotar essa prática nesses processos.
Referências
CORTE, B.; LODOVICI NETO, P. A musicoterapia
na doença de Parkinson. Ciênc. saúde
coletiva, Rio de Janeiro, v. 14, n. 6, Dez. 2009.
Texto elaborado pelo Acadêmico de Enfermagem Bruno Silva e pelo Professor Me. Marcelo Costa
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