As terapias e o neurodesenvolvimento de bebês com Síndrome de Down.
A Síndrome de Down (SD) trata-se de alteração genética
no cromossomo 21, na qual apresenta a trissomia além da translocação e/ou
mosaicismo no momento da divisão celular onde o feto está em desenvolvimento, o
que gera características fenotípicas específicas em um indivíduo. Essas
características são observadas nos olhos de formatos amendoados, rosto
arredondado, além de apresentarem dificuldades neurocognitivas (SANTANA;
CAVALCANTE, 2018).
Tratando-se de bebês com
Diante disso,
o bebê com SD precisará de um tempo maior para a descoberta e exploração do
ambiente em que vive, maior estímulo para manipulação de objetos e brinquedos,
além do tratamento e treinamento dos músculos respiratórios, visto que ele
tende a apresentar patologias no sistema respiratório (DINIZ, 2020). É
imprescindível, portanto, que o olhar da equipe multiprofissional de saúde
esteja atento à cada detalhe do crescimento desse bebê, incluindo em todas as
etapas do seu acompanhamento os pais e cuidadores ao trabalhar a Educação em
Saúde e auxiliem no plano terapêutico.
Após o diagnóstico traçado, é realizado um plano de
tratamento individualizado e específico para cada caso, com uma equipe
multiprofissional. Dentre os profissionais de saúde envolvidos nesse
tratamento, vale destacar o terapeuta ocupacional, que é responsável pela
inserção do contexto social e familiar afetivo, por meio de sessões que irá
estimular os aspectos cognitivos, intervindo na reabilitação motora, sensitiva
e proprioceptiva nos primeiros anos de vida da criança com SD (SOUZA et al.,
2018).
Acresça-se, ainda, que, dentro da equipe
multiprofissional no tratamento de crianças com SD existe a estimulação
fonoaudiológica, responsável por desenvolver o melhoramento da linguagem
expressiva e receptiva, do sensório motor oral, do sistema estomatognático e do
desenvolvimento cognitivo, propiciando uma maior independência, melhorando o
seu desempenho social e proporcionando um padrão de vida com qualidade, sendo
esse último a maior prioridade na realização do tratamento após o diagnóstico
(CRUZ; SOUSA; FARIAS, 2021).
Seguindo a lógica das terapias utilizadas no
tratamento da SD, é importante destacar o papel do fisioterapeuta, que
proporciona a esses pacientes uma maior estabilidade do corpo e restabelece o
controle motor. As crianças com SD possuem dificuldade que afetam as suas habilidades
funcionais, um exemplo disso é a hipotonia generalizada, que diminui a força
muscular respiratória e compromete o sistema respiratório, o que leva esses
indivíduos a apresentarem infecções no trato respiratório de forma recorrente.
Dessa forma, o fisioterapeuta garante o aumento e a recuperação dessa força
muscular e desenvolve a coordenação motora desses pacientes (SANTOS; RODRIGUES;
RAMOS, 2021).
A partir dessas reflexões, fica notório que as
terapias utilizadas no tratamento de crianças com SD de forma correta, com uma
equipe especializada e nos primeiros anos de vida proporcionam uma maior
qualidade de vida e estimulam o desenvolvimento da própria autonomia, para que
esses pacientes consigam se inserir na sociedade, gozar dos seus direitos como
qualquer ser humano e garantir um padrão de vida dentro da normalidade
(DAMASCENO; LEANDRO; FANTACINI, 2017).
REFERÊNCIAS:
CRUZ, B. W.; SOUSA, C. C; FARIAS, R. R. S. Os benefícios da intervenção fonoaudiológica em bebês com síndrome de down. Research, Society and Development, v. 10, n. 1, 2021.
DAMASCENO, B. C. E; LEANDRO, V. S. B.; FANTACINI, R. A. F. A importância do brincar para o desenvolvimento da criança com Síndrome Down. Research, Society and Development, v. 4, n. 2, p. 142-152, 2017.
DINIZ, N. L. F. Sinais Precoces de Risco de Autismo em Bebês com Síndrome de Down. Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde- Saúde da Criança e do Adolescente, 2020.
MATTOS, B. M; BELLANI, C. D. F. A importância da estimulação precoce em bebês portadores de Síndrome de Down: revisão de literatura. Revista Brasileira de Terapias e Saúde, v. 1, n. 1, p. 51-63, 2010.
SANTANA, N. X.; CAVALCANTE, J. Conceito Neuroevolutivo em Pacientes com Síndrome de Down: Revisão Integrativa. SALUSVITA, Bauru, v.37, n.4, p.1009-1018, 2018.
SANTOS, C. C. T.; RODRIGUES, J. R. S. M; RAMOS, J. L. S. A atuação da fisioterapia em crianças com síndrome down. Revista JRG de Estudos Acadêmicos, v. 4, n. 8, p. 79-85, 2021.
SOUZA, D. A., et al. A importância da Terapia Ocupacional na estimulação precoce em crianças com Síndrome de Down. Vita et Sanitas, v. 12, n. 1, p. 1-15, 2018.
Eixo Temático: Tecnologias cuidativo-educacionais para pessoas com necessidades especiais.
Texto produzido por Rebeca Rodrigues da Silva, Larissa Barbosa de Freitas, Kaline Oliveira de Sousa, Maria Amélia Lopes Martins e Laísa de Sousa Marques, sob orientação do Professor Dr. José Ferreira Lima Júnior.
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