Importância do Gerenciamento de Material Médico Hospitalar das Organizações de Saúde
Na
prestação de serviços de saúde para a população se faz necessário além dos
recursos humanos, recursos materiais médico hospitalares, ao qual vem sofrendo
inovações necessárias para melhoria da assistência. Os mesmos são importantes
para que se possa ofertar cuidados de forma ágil, confortável e com segurança.
No entanto gerenciar esses recursos é algo muitas vezes problemático, complexo
e colocado como não prioritário, embora sejam imprescindíveis no que tange o
controle de gastos e de consumo desses materiais.
Nos
hospitais uma grande quantidade de materiais e equipamentos é utilizada,
subdividindo-se em materiais de consumo e permanentes. Segundo Francischini e Gurgel
(2002) o gerenciamento desses materiais se dá através do planejamento, execução
e controle de forma eficaz e ponderada do fluxo de recursos físicos, que
constantemente, para atender as demandas de saúde, sofrem alterações e avanços
tecnológicos, tornando-se complexos e demandando maior nível de atenção, o que
implica na necessidade de administrar o material médico hospitalar com
propósito de atender aos serviços com racionalização de custos de aquisição,
estocagem e distribuição, garantindo a qualidade das atividades (PAULUS JÚNIOR,
2005).
Ao
mesmo tempo em que são necessários para o desempenho das atividades dos
profissionais, esses materiais não devem ser desperdiçados, inutilizados ou
subutilizados, devido aos processos burocráticos (no entanto necessários)
encontrados principalmente no sistema público de saúde, através de licitações, para
compra e aquisição dos mesmos, além das restrições de custos e orçamentos que
se tem nesse sistema. Isso se torna um problema, visto sua real necessidade que
se esbarra no corte de gastos que pode influenciar diretamente no resultado
final da assistência prestada.
Outro
problema que pode ser apontado é a falta de participação dos profissionais
assistenciais no momento da compra desses recursos, ou seja, uma equipe ou
comissão fica encarregada pela escolha dos produtos e insumos, sem muitas vezes
ter o conhecimento específico de cada área, levando em consideração apenas o
fator econômico na maioria das vezes, enquanto que os que lidam diariamente e
possuem experiência com o uso desses materiais e discernimento dos melhores e
mais apropriados para prática assistencial, nem sempre são consultados, refletindo
um afastamento e dicotomia entre o assistencialismo e as funções gerenciais nos
serviços de saúde (GARCIA et al, 2012).
Esses
problemas podem ser enfrentados de maneira mais responsável quando se dá a
devida importância a administração desse material médico hospitalar. Além
disso, saber gerenciar essa questão reflete no cumprimento de etapas como
previsão, provisão, organização e controle desses equipamentos, para que não
haja excessos ou desprovimentos que venham a prejudicar a assistência. Algo que
vem contribuindo bastante para o controle desses excessos e desprovimentos,
auxiliando de maneira positiva nesse aspecto é a informatização de algumas
etapas, otimizando tempo e facilitando a comunicação intersetorial dentro de
hospitais ou instituições de grande complexidade (GARCIA et al, 2012).
Outro
cuidado que se deve ter nos serviços de saúde, além desse controle com a falta
ou desperdício dos materiais de consumo, são para com os materiais permanentes,
para que prolongue o tempo de funcionamento desses equipamentos, garantindo
qualidade nos atendimentos, e para isso se faz importante uma política de
manutenção que seja efetiva nas organizações de saúde, mediante um
gerenciamento correto de materiais (GARCIA et al, 2012).
Isso
torna mais importante ainda quando o dinheiro administrado é público para
compra desses materiais fixos. De acordo com Lopes, Dyniewicz e Kalinowski
(2010), criar condições mais favoráveis para otimizar esses recursos resulta na
redução de custos, maior qualidade dos serviços ofertados e ganho na relação
custo/benefício, portanto saber administrá-los auxilia as atividades
desenvolvidas na organização para obter controle de despesas ou perdas.
Diante
dessas considerações torna-se preciso avançar bastante quanto essas questões, a
equipe que está na prática todos os dias deve ser conscientizada quanto à
manutenção dos equipamentos e evitar desperdício de materiais, assim como
também deve ser consultada para ajudar no processo de escolha, pois incluir
vários profissionais no decurso da aquisição torna-se indispensável. Torna-se
preciso também que os serviços hospitalares de saúde valorizem mais essa
questão, desde os gestores aos profissionais da assistência direta para que
isso repercuta positivamente na prestação de serviços de qualidade aos usuários.
Referências
CASTILHO,
V.; GONÇALVES, V.L.M. Gerenciamento de recursos materiais. In: KURCGANT, P.
Coordenadora. Gerenciamento em
enfermagem. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 2005. p.157-70.
FRANCISCHINI,
P.G.; GURGEL, F.A. Administração de
materiais e do patrimônio. São Paulo: Pioneira Thonson; 2002.
GARCIA,
S.D. et al. Gestão de material médico-hospitalar e o processo de trabalho em um
hospital público. Rev Bras Enferm.,
Brasília, v. 65, p.339-46, 2012.
LOPES,
L.A.; DYNIEWICZ, A.M.; KALINOWSKI, L.C. Gerenciamento de materiais e custos
hospitalares em UTI neonatal. Cogitare
Enferm. v.15, p.278-85, 2010.
PAULUS
JÚNIOR, A. Gerenciamento de recursos materiais em unidades de saúde. Rev. Espaço para a Saúde., Londrina,
v.7, n.1, p.30-45, 2005.
ROMANO, C.; VEIGA, K.
Atuação da enfermagem no gerenciamento de recursos materiais em unidades de
terapia intensiva (UTIs). Rev. Bras.
Enferm., Brasilia, v.51. n.3, p.485-92, 1998.
Texto elaborado pelo Acadêmico de Enfermagem Mike Douglas e pela Professora Me. Fabiana Ferraz.
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