As práticas integrativas e complementares como suporte ao envelhecimento saudável
É
notório que o aumento da expectativa de vida com relação à população idosa vem
se tornando frequente em diversos países do mundo e, com isso, surgem inúmeros
desafios para proporcionar melhores condições de vida. Portanto, debater a
temática do envelhecimento aproxima o indivíduo de garantir um meio de
reflexões e práticas que assegure as mudanças necessárias para esta população,
seja na esfera política, social e/ou econômica (SARAIVA et al. 2015).
Deste
modo, as políticas voltadas para os idosos precisam estimular a autonomia, o
autocuidado e a ressignificação do bem estar físico e mental dessa população,
além de proporcionar ações que favoreçam a inclusão social (BRASIL, 2006).
Passos importantes para o envelhecimento saudável e ativo, tornando o idoso proativo
do seu processo de cuidado.
(FONTE: https://robsonmorada.com.br/uploads/images/2016/12/politica-nacional-de-praticas-integrativas-e-complementares-pnpic-1480853811.jpg) |
A
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) visa
estimular recursos que proporcionem equilíbrio ao corpo por meio de técnicas
naturais de prevenção de agravos e recuperação da saúde a partir de recursos eficazes
e seguros. Sendo assim, a escuta acolhedora surge como ferramenta fundamental
neste processo, favorecendo o vínculo entre paciente e profissional, facilitando
integração social (BRASIL, 2014).
Para
isso, as PIC’s (Práticas Integrativas e Complementares), que consistem em
acupuntura, Medicina Antroposófica, fitoterapia, Ginástica Terapêutica e
Preventiva Chinesa (Lian Gong), atuam como coadjuvantes de tratamento
tradicionais, colaborando no estabelecimento e desenvolvimento do vínculo
terapêutico, e melhor interação do ser humano com o meio ambiente,
possibilitando uma visão ampliada do processo saúde-doença, proporcionando a
promoção do cuidado, prevenindo, assim, agravos à saúde (GONTIJO; NUNES, 2017;
ISCHKANIAN; PELICIONI, 2012).
O
conjunto de métodos que permitem o estímulo exato de locais anatômicos por meio
da inserção de agulha filiformes é a acupuntura, estimulando o aumento do fluxo
sanguíneo em determinadas áreas, estimulando regiões da fala e coordenação
motora. Esta prática auxilia na promoção, manutenção e restauração da saúde,
contribuindo na prevenção de agravos (BRASIL, 2015). Com relação aos idosos, a
acupuntura surge como um meio de melhoria da qualidade de vida no que condiz a
algumas doenças, como as reumatortopédicas e as que afetam o sistema
neurológico, pois, além de serem bastante comuns neste grupo etário, ainda
causam incapacidades, afetando, assim, a sua locomoção e os aspectos emocionais
e psicológicos (MOLIN, 2013).
Segundo
Follador (2013), a Medicina Antroposófica (MA) reconhece o ser humano como um
ser de dimensões espirituais e existências e que estas interagem com níveis
somáticos e psicológicos na saúde e na doença. Não se trata apenas de uma
medicina alternativa, mas, sim, de práticas que vão além da abordagem médica,
pois, além de utilizar os recursos diagnósticos e terapêuticos, ela utiliza de
recursos trazidos por uma visão de ser humano que é provida pela Antroposofia.
Desta forma, a MA é abrangente e multidisciplinar, permitido outras maneiras de
terapia, além da medicamentosa. O aconselhamento biográfico, massagem rítmica,
musicoterapia, entre outros, são métodos da Medicina Antroposófica e que podem
ser utilizadas no decorrer do tratamento.
No
que diz respeito a abordagem no idoso, a Medicina Antroposófica relaciona todas
as suas vivências, inclusive as da infância, com a sua qualidade ao final da
vida. Desta forma, suas práticas cotidianas, como a qualidade da alimentação,
do ambiente, dos cuidados recebidos nos primeiros 7 anos de vida vão se
concretizar e se transformar nos sentimentos e sabedoria da pessoa quando idosa
(RIBEIRO et. al., 2012). Portanto,
faz parte do tratamento estimular o indivíduo a ser um sujeito ativo neste
processo, fazendo-o assumir a co-responsabilidade. Pois, além disso, a MA
incentiva a interação médico-paciente como uma forma de apoiar os esforços do
paciente para lidar com a doença, para lhe passar orientações, aumentar o
otimismo e encorajar o paciente no seu processo de cura (KIENLE et al., 2011).
Dentre
a terapêutica com as Plantas Medicinais, a chamada fitoterapia, os idosos têm
se destacado por serem o público com mais conhecimento desta prática, mesmo
diante da disponibilidade e acesso aos medicamentos industrializados (LIMA et
al., 2012). As plantas medicinais são utilizadas para alívio de sintomas,
prevenção e tratamento de doenças, sendo essencial considerar os aspectos
subjetivos de cada população e suas diferenças culturais, pois estas
influenciam nas práticas de cuidados à saúde (CEOLIN et al., 2011).
Frente
o exposto, é importante ressaltar que o abuso desses fármacos naturais pode
acarretar alterações nas funções fisiológicas de cada indivíduo, fator que precisa
ser considerado, visto que estas alterações levam a uma farmacocinética (metabolismo
dos fármacos) e maior sensibilidade aos efeitos terapêuticos e adversos dos
fármacos (SANTOS et al., 2013).
Por
outro lado, a Ginástica Terapêutica e Preventiva Chinesa, também conhecida como
Lian Gong, de finalidade terapêutica, é voltada aos exercícios físicos como
recurso medicinal, que além de prevenir e colaborar no tratamento de doenças
ajuda o paciente a se tornar ativo com relação à redução dos seus problemas de
saúde (PATROCINIO, 2015).
Apesar
dos inúmeros benefícios, o progresso das PIC’s na rede pública de saúde se
encontra em lento processo de expansão, principalmente pelo reduzido número de
recursos humanos capacitados, insuficiente financiamento e falta de espaços
para seu desenvolvimento (SANTOS; TESSER, 2012).
Portanto,
com o aumento no número de idosos portadores de doenças crônicas e a sua
vulnerabilidade com relação às incapacidades que algumas doenças acarretam, as
PIC’s surgem como uma maneira de estimular ainda mais a prática da prevenção e
o tratamento com métodos não farmacológicos e como uma forma de absorver ainda
mais o conhecimento da própria sociedade com relação ao uso dessas práticas.
BRASIL.
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Básica. Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS –
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Texto
elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Anna Beatryz e pela Professora Ma. Fabiana Ferraz.
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