Barreiras enfrentadas pela população Trans no acesso à Atenção Básica
A população trans é
considerada um segmento populacional com mais vulnerabilidades no campo
da saúde do que a população em
geral. Tal problemática se deve às inúmeras barreiras enfrentadas por esses
indivíduos no acesso aos serviços de saúde em especial na Atenção Básica
primários, acarretando, dessa forma, acarretando em agravos à saúde desses
sujeitos.
Atualmente muitas pessoas trans ainda sofrem com ações discriminatórias por parte da sociedade e nos próprios serviços de saúde. Diante disso, ocorre a subutilização da população trans, em especial da Atenção Básica, sendo que a saúde é direito de todo cidadão, independentemente de seu gênero, orientação sexual, etnia, religião, gênero e idioma (AYNUR; GAMZE, 2018).
No tocante a Atenção
Básica, pessoas trans enfrentam problemas estruturais, financeiros, barreiras
pessoais e culturais quando buscam por serviços de saúde. Pesquisas apontam
quanto á falta de compreensão dos prestadores de cuidados em relação a
população trans, bem como comportamentos preconceituosos, a exemplo,
transfobia, assédio, discriminação e abuso. Assim, acarretando em problemas na
relação profissional-paciente, influenciando no cuidado a ser prestado
(VERMEIR; JACKSON; MARSHALL, 2018).
Somado a isso, também
existe barreiras ambientais que afetam no cuidado à saúde, como em relação a
falta de lavabos neutros, sem distinção por gênero, pois em sua maioria tendo
apenas para o sexo masculino e feminino. Além disso, a exclusão de informações
nos serviços, seja em panfletos, cartazes, relacionado às pessoas trans, tornam
o ambiente menos acolhedor, confortável e seguro. Como também a falta de
privacidade nas salas de espera e formulários médicos inadequados a todos os
gêneros são fatores agravantes (VERMEIR; JACKSON; MARSHALL, 2018).
Diante dessa
marginalização e exclusão social, a população trans se torna mais sujeita a
desenvolver doenças por evitarem cuidados por medo de maus tratos, acarretando em
distúrbios mentais, como suicídio, depressão, uso de substâncias, bem como
disfunções físicas, a exemplo, doenças cardiovasculares, sexualmente
transmissíveis, câncer, entre outras (AYNUR, GAMZE, 2018; STROUMSA et al.,
2019).
Romper com esses estigmas é essencial para que dessa forma o sujeito possa se sentir seguro para acessar o serviço de saúde e expor ao profissional da saúde todas as suas problemáticas e assim possibilitando que a população trans possa se tornar menos vulnerável a agravos, podendo atuar na promoção e prevenção da sua saúde junto a equipe multiprofissional.
REFERÊNCIAS:
AYNUR, U. T.; GAMZE, A. K. Health Care Utilization, Barriers to Care among Lesbian, Gay, Bisexual and Transgender Persons in Turkey. International Journal of Caring Sciences. V.11, p.1204, n.2, 2018.
STROUMSA, D. et al. Transphobia rather than education predicts provider knowledge of transgender health care. Medical Education. V. 53(4), 2019.
VERMEIR E.; JACKSON L. A.; MARSHALL E. G. Barriers to primary
and emergency healthcare for trans adults. Culture,
Health & Sexuality. V. 20(2), 2018.
Texto produzido pelos acadêmicos de enfermagem Açucena de Farias Carneiro e orientado pelo Prof. Dr. Marcelo Costa.
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