Esclerose Múltipla

Você sabe o que é a Esclerose Múltipla?

A esclerose múltipla (EM) é uma doença autoimune e neurodegenerativa que acomete o Sistema Nervoso Central (SNC), danificando as bainhas de mielina das fibras nervosas. As bainhas de mielina têm como função proteger as células nervosas, servindo como condutor elétrico, ajudando nos impulsos nervosos.

A EM é mais encontrada em jovens adultos, porém, pode ocorrer nas idades entre 15 a 60 anos.

(FONTE: https://ecomax-cdi.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/08/2407.182-Esclerose-M%C3%BAltipla-Blog_APROVADA.png)
Mas o quê causa essa doença?

A causa da EM é desconhecida, mas se sabe que as causas podem ser endógenas e exógenas. Endógenas por ser uma doença que pode ser passada por gerações em uma família, geneticamente. Ou seja, se seu pai ou avô possui a doença, você possui uma pré-disposição para ter também. No tocante a causa exógena, o local onde as pessoas passam os primeiros 15 anos de vida pode influenciar no desenvolvimento da esclerose múltipla. Por exemplo, pessoas que vivem em clima temperado possuem mais probabilidade de contrair a doença do quê pessoas que vivem em clima perto da linha do Equador. A explicação disso deve-se a luz solar e a vitamina D, mas não se sabe como essa vitamina influencia na defesa conta a doença.

Se eu tiver esclerose múltipla, quais os sintomas que eu vou sentir?

Bem, vai depender de como estão as fibras nervosas e em que nível a doença está. Por exemplo, se as fibras nervosas que transportam informações sensoriais estiverem desmielinizadas, acarretará problemas com as sensações; caso haja desmielinização nas fibras que carregam impulsos para os músculos, terá problemas com a mobilidade.

Nas fases iniciais, os sintomas mais comuns são formigamento, dormência, dor, perda de força e problemas com a visão. Nos casos mais avançados, a linguagem pode se tornar lenta, a mobilidade ser perdida e aparecer quadros de depressão. Um fato curioso nos casos avançados de EM é que a pessoa perde a capacidade de controlar as respostas emocionais, podendo rir ou chorar em situações inoportunas.

Como eu descubro se tenho esclerose múltipla?

A avaliação médica é fundamental, bem como exames de imagem por ressonância magnética e testes adicionais. Quando há a suspeita de EM, faz-se um exame completo do sistema nervoso no exame físico. A EM chama a atenção do médico ou se torna suspeita em pessoas jovens que apresentam, de uma forma repentina, visão desfocada, visão dupla ou problemas de mobilidade.

A EM é uma doença muito grave? Eu posso morrer por causa dela?

Geralmente o tempo de vida não é afetado, a menos que a EM seja muito grave. A progressão da doença varia bastante e de forma imprevisível. As recaídas, que é quando os sintomas pioram, podem durar 10 meses como 10 anos. Por exemplo, podem ter pessoas que passam a vida inteira com a remissão da doença (quando os sintomas melhoram ou simplesmente não pioram), como pode ter pessoas que têm crises frequentes e ficam rapidamente incapacitadas. Ah, uma coisa importante: fumar cigarros pode fazer a doença progredir mais rapidamente!

E como é feito o tratamento da EM?

Basicamente, o tratamento para combater a EM é feito com corticosteroides. É necessário usar medicamentos que impeça o sistema imunológico de atacar as bainhas de mielina, ou seja, medicamentos que abaixe a imunidade do paciente, além de ser necessário o controle dos sintomas com medicamentos para tal. Os corticosteroides são usados em crises agudas (como perda da visão, força ou coordenação) e são administrados por curtos períodos de tempo para evitar muitos efeitos colaterais. O medicamentos mais utilizados são injeções de interferon beta, mitoxantrona, natalizumabe e corticosteroides bastante conhecidos como a prednisona e a metilprednisolona.

Se eu sou portador de EM, devo ter mais preocupação com a pandemia do SARS-CoV-2?

Sim, existe uma preocupação pelos órgãos de saúde na questão dos indivíduos que fazem uso e tratamento com imunossupressores, já que estão mais suscetíveis à infecções e doenças oportunistas.

Não existe comprovações de que pessoas com EM possui mais facilidade de contrair o COVID-19 apenas por ter a doença, nem que a infecção desenvolva surtos agudos na EM, porém, pela COVID-19 ser uma doença respiratória, é possível que pacientes esclerosados com elevado grau de dependência, que possuem fraqueza nos músculos cervicais e bulbares, tenham maior dificuldade em lidar com as consequência pulmonares da doença.

Então, como visto, é necessário que portadores de EM tenham maiores cuidados no seu cotidiano, principalmente quando estiverem em remissão da doença, já que é muito comum que as pessoas se descuidem nessas horas por acharem que estão curadas da doença. É importante que o indivíduo com EM pratique exercícios físicos e mantenha um estilo de vida ativo. Cuidados como não fumar, absorver vitamina D (seja tomando sol ou suplementando por meio de comprimidos) e evitar altas temperaturas é fundamental.

REFERÊNCIAS:

Esclerose múltipla (EM) Por Michael C. Levin , MD, College of Medicine, University of Saskatchewan.

https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-neurol%C3%B3gicos/dist%C3%BArbios-desmielinizantes/esclerose-m%C3%BAltipla-em

RIBEIRO, Taysa Alexandrino Gonsalves Jubé et al . Prevalence of multiple sclerosis in Goiânia, Goiás, Brazil. Arq. Neuro-Psiquiatr.,  São Paulo ,  v. 77, n. 5, p. 352-356,  May  2019 .

RIBEIRO, M.F.M; SILVA, G.B.S. Avaliação de fadiga em adultos com esclerose múltipla. Rev. Bras. Pesq. Saúde, Vitória, 21(4): 118-126, out-dez, 2019.

Cerqueira, João. (2020). SARS-CoV-2 e Esclerose Múltipla. Sinapse. 20. 37-38. 10.46531/sinapse/AP/COVID19/CerqueiraJ/2020.

Texto elaborado pelo acadêmico de Enfermagem Bruno Freire Braun Chaves e pela professora Dra. Fabiana Ferraz Queiroga Freitas

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