Esclerose Múltipla
Você sabe o que é a Esclerose Múltipla?
A esclerose múltipla (EM) é uma doença
autoimune e neurodegenerativa que acomete o Sistema Nervoso Central (SNC),
danificando as bainhas de mielina das fibras nervosas. As bainhas de mielina
têm como função proteger as células nervosas, servindo como condutor elétrico,
ajudando nos impulsos nervosos.
A EM é mais encontrada em jovens adultos, porém,
pode ocorrer nas idades entre 15 a 60 anos.
A causa da EM é desconhecida, mas se sabe que
as causas podem ser endógenas e exógenas. Endógenas por ser uma doença que pode
ser passada por gerações em uma família, geneticamente. Ou seja, se seu pai ou
avô possui a doença, você possui uma pré-disposição para ter também. No tocante
a causa exógena, o local onde as pessoas passam os primeiros 15 anos de vida pode
influenciar no desenvolvimento da esclerose múltipla. Por exemplo, pessoas que
vivem em clima temperado possuem mais probabilidade de contrair a doença do quê
pessoas que vivem em clima perto da linha do Equador. A explicação disso
deve-se a luz solar e a vitamina D, mas não se sabe como essa vitamina
influencia na defesa conta a doença.
Se eu tiver esclerose múltipla, quais os
sintomas que eu vou sentir?
Bem, vai depender de como estão as fibras
nervosas e em que nível a doença está. Por exemplo, se as fibras nervosas que
transportam informações sensoriais estiverem desmielinizadas, acarretará
problemas com as sensações; caso haja desmielinização nas fibras que carregam
impulsos para os músculos, terá problemas com a mobilidade.
Nas fases iniciais, os sintomas mais comuns
são formigamento, dormência, dor, perda de força e problemas com a visão. Nos
casos mais avançados, a linguagem pode se tornar lenta, a mobilidade ser
perdida e aparecer quadros de depressão. Um fato curioso nos casos avançados de
EM é que a pessoa perde a capacidade de controlar as respostas emocionais,
podendo rir ou chorar em situações inoportunas.
Como eu descubro se tenho esclerose múltipla?
A avaliação médica é fundamental, bem como
exames de imagem por ressonância magnética e testes adicionais. Quando há a
suspeita de EM, faz-se um exame completo do sistema nervoso no exame físico. A
EM chama a atenção do médico ou se torna suspeita em pessoas jovens que
apresentam, de uma forma repentina, visão desfocada, visão dupla ou problemas de mobilidade.
A EM é
uma doença muito grave? Eu posso morrer por causa dela?
Geralmente
o tempo de vida não é afetado, a menos que a EM seja muito grave. A progressão
da doença varia bastante e de forma imprevisível. As recaídas, que é quando os
sintomas pioram, podem durar 10 meses como 10 anos. Por exemplo, podem ter
pessoas que passam a vida inteira com a remissão da doença (quando os sintomas
melhoram ou simplesmente não pioram), como pode ter pessoas que têm crises
frequentes e ficam rapidamente incapacitadas. Ah, uma coisa importante:
fumar cigarros pode fazer a doença progredir mais rapidamente!
E como é feito o tratamento da EM?
Basicamente, o tratamento para combater a EM
é feito com corticosteroides. É necessário usar medicamentos que impeça o
sistema imunológico de atacar as bainhas de mielina, ou seja, medicamentos que
abaixe a imunidade do paciente, além de ser necessário o controle dos sintomas
com medicamentos para tal. Os corticosteroides são usados em crises agudas
(como perda da visão, força ou coordenação) e são administrados por curtos períodos
de tempo para evitar muitos efeitos colaterais. O medicamentos mais utilizados
são injeções de interferon beta, mitoxantrona, natalizumabe e corticosteroides
bastante conhecidos como a prednisona e a metilprednisolona.
Se eu sou portador de EM, devo ter mais
preocupação com a pandemia do SARS-CoV-2?
Sim, existe uma preocupação pelos órgãos de
saúde na questão dos indivíduos que fazem uso e tratamento com
imunossupressores, já que estão mais suscetíveis à infecções e doenças
oportunistas.
Não existe comprovações de que pessoas com EM possui mais facilidade de contrair o COVID-19 apenas por ter a doença, nem que a infecção desenvolva surtos agudos na EM, porém, pela COVID-19 ser uma doença respiratória, é possível que pacientes esclerosados com elevado grau de dependência, que possuem fraqueza nos músculos cervicais e bulbares, tenham maior dificuldade em lidar com as consequência pulmonares da doença.
Então, como visto, é necessário que
portadores de EM tenham maiores cuidados no seu cotidiano, principalmente
quando estiverem em remissão da doença, já que é muito comum que as pessoas se
descuidem nessas horas por acharem que estão curadas da doença. É importante
que o indivíduo com EM pratique exercícios físicos e mantenha um estilo de vida
ativo. Cuidados como não fumar, absorver vitamina D (seja tomando sol ou suplementando
por meio de comprimidos) e evitar altas temperaturas é fundamental.
REFERÊNCIAS:
Esclerose múltipla (EM) Por Michael C. Levin , MD,
College of Medicine, University of Saskatchewan.
RIBEIRO, Taysa Alexandrino Gonsalves Jubé et
al . Prevalence of multiple sclerosis in Goiânia, Goiás,
Brazil. Arq.
Neuro-Psiquiatr.,
São Paulo , v. 77, n. 5, p. 352-356, May 2019 .
RIBEIRO, M.F.M; SILVA, G.B.S. Avaliação de
fadiga em adultos com esclerose múltipla. Rev. Bras. Pesq. Saúde,
Vitória, 21(4): 118-126, out-dez, 2019.
Cerqueira,
João. (2020). SARS-CoV-2 e Esclerose Múltipla. Sinapse. 20. 37-38.
10.46531/sinapse/AP/COVID19/CerqueiraJ/2020.
Texto elaborado pelo acadêmico de Enfermagem Bruno Freire Braun Chaves e pela professora Dra. Fabiana Ferraz Queiroga Freitas
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