Importantes alterações na saúde da população mundial ocorreram nas últimas décadas, acentuando o impacto epidemiológico das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT). Acrescentam-se a esse grupo as doenças cardiovasculares e seus fatores de risco associados, responsáveis pelo aumento significativo da morbimortalidade nas populações brasileira e mundial, ocasionando perdas nos segmentos individual e coletivo (ULGUIM et al.,2019).
As DCV caracterizam-se por alterações no sistema cardiovascular que, por sua vez, repercutem no transporte de oxigênio e nutrientes às células. Tais doenças representam atualmente a principal causa de morte da população adulta e, segundo o Departamento de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde, os maiores gastos com atenção médica no Sistema Único de Saúde correspondem às doenças não transmissíveis. São diversos os fatores associados ao desenvolvimento de DCV, aos quais se incluem hiperlipidemia, tabagismo, etilismo, hiperglicemia, obesidade, sedentarismo, estresse e alimentação inadequada (ULGUIM et al.,2019).
Com relação ao estresse, é caracterizado por situações de desequilíbrio, quando um indivíduo precisa suprir uma demanda além da sua capacidade. Tal acontecimento provoca uma produção excessiva de glóbulos brancos no organismo, com o risco de acúmulo na parede das artérias, o que reduz o fluxo sanguíneo e favorece a formação de coágulos. Além disso, o estresse também aumenta a liberação de hormônios como cortisol e adrenalina, elevando o o débito cardíaco e a pressão arterial (CARDIO, 2018).
Fonte: https://chocopeba.com.br/?p=97568
A associação entre fatores psicossociais e o risco de doenças cardiovasculares já é antiga e provém dos prejuízos causados pelo estresse em indivíduos saudáveis e cardiopatas. Essa relação é corroborada por evidências em modelos animais, as quais colocam o estresse psicossocial crônico como um facilitador de exacerbação da arteriosclerose, além de associado à disfunção endotelial e até mesmo à apoptose, provavelmente devido à ativação excessiva do sistema nervoso (GOMES et al., 2016).
Outrossim, esse acionamento constante também é responsável pela ativação do eixo hipotálamo-pituitária-adrenal, o que leva a uma série de transformações neuroendócrinas no organismo. Entre essas alterações se incluem o aumento da frequência cardíaca e da pressão arterial, já citadas anteriormente. Efeitos psicológicos como ansiedade, déficit na atenção e na memória também podem ser deflagrados (GOMES et al., 2016).
Os pontos destacado acima apontam o estresse como um importante fator a ser discutido, prevenido e tratado, sobretudo pelas suas consequências no desenvolvimento e agravamento de doenças cardiovasculares (GOMES et al., 2016).
Referências:
CARDIO, Equipe Seu. “Estresse como Fator de Risco para o Coração - Seu Cardio Cirurgia Cardiovascular”. Seu Cardio, 23 de abril de 2018, https://seucardio.com.br/estresse/.
“Cardiologista do HCor alerta: estresse pode levar ao infarto”. Hcor, https://www.hcor.com.br/imprensa/noticias/estresse-leva-infarto-aponta-pesquisa-de-harvard/. Acessado 24 de outubro de 2022.
GOMES, C.M., et al. Stress and
cardiovascular risk: multi-professional intervention in health education. Rev Bras Enferm [Internet]. 2016;69(2):329-36.
ULGUIM, F.O., et al. Health workers: cardiovascular risk and occupational stress. Rev Bras Med Trab.2019;17(1):61-68.
Eixo temático: Tecnologias cuidativo-educacionais, condições crônicas cardiovasculares
Linha de pesquisa: Tecnologias cuidativo-educacionais: desenvolvimento e inovação no campo da saúde
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