A importância da rede de apoio para as pessoas que convivem com HIV/Aids.
Viver com HIV/Aids significa ter que enfrentar não só as complicações voltadas ao aspecto clínico, mas também os fatores psicológicos e sociais relacionados ao diagnóstico e evolução da infecção. O estigma relacionado a essa problemática faz com que o indivíduo seja percebido negativamente em meio à sociedade, além de provocar sentimentos negativos, tais como medo da rejeição, sensação de inferioridade, baixa autoestima, insegurança e desesperança, favorecendo a exclusão social, bem como contribuindo para o aumento da vulnerabilidade do sujeito e dificultando o restabelecimento da sua saúde (LAVEZZO et al., 2019).
Lidar com o adoecimento é um processo difícil, especialmente quando se trata de uma doença crônica. Os avanços medicinais com a terapia antirretroviral (TARV) permitiu um aumento da qualidade de vida das pessoas que convivem com HIV/Aids, no entanto, as questões psicossociais podem ser negligenciadas dentro dos serviços de saúde, contribuindo para a desvalorização dessas pessoas. Nesse sentido, o suporte social, além de amenizar os aspectos negativos referentes à doença, favorece a aceitação do indivíduo e contribui para o bem-estar emocional e para o enfrentamento da sua condição de saúde (LAVEZZO et al., 2019).
A rede de apoio não se trata apenas da relação da pessoa vivendo com HIV/Aids (PVHIV) com o serviço de saúde, mas também de suas relações sociais e familiares. O acolhimento por parte de familiares e/ou companheiros é fundamental para uma boa resposta à doença e ao tratamento, fazendo-se necessária essa conexão para o êxito nos objetivos de saúde do paciente, pois, geralmente, essas pessoas são as mais próximas nos momentos de dificuldades e vulnerabilidades relacionadas ao diagnóstico e tratamento, funcionando assim como pilares aos mesmos (SILVA, 2014).
A rede de apoio formada de pessoas que possuem importância significativa para o sujeito é capaz de oferecer suporte emocional, o que facilita o processo de enfrentamento à condição de saúde, contribuindo para o cuidado e a atenção integral. Em contrapartida, as relações desestruturadas tendem a afetar negativamente na qualidade de vida, impactando no processo de construção da autonomia, além de gerar sobrecarga emocional, haja vista a complexidade do contexto no qual o paciente está inserido, representando, assim, um fator que contribui para o aumento da vulnerabilidade (ANDRADE et al., 2021).
Dentre os benefícios do apoio social para os indivíduos que convivem com HIV/Aids destacam-se o enfrentamento e a adaptação, a adesão e manutenção da terapia antirretroviral, a superação dos momentos difíceis e fortalecimento do vínculo e da confiança, por meio de atitudes de escuta, atenção e companhia (TAVARES et al., 2020).
Portanto, as fontes de apoio, especialmente formadas por familiares e pessoas próximas, são essenciais ao promoverem o encorajamento do indivíduo acerca dos cuidados com a sua saúde, além de amenizar as consequências negativas envolvidas nesse contexto. Nesse sentido, faz-se necessário o incentivo por parte dos profissionais da saúde acerca da promoção do suporte social, bem como a necessidade do fortalecimento e inovação das ações de saúde, a fim de contribuir com a melhoria da qualidade de vida dessa população.
Texto produzido pelos acadêmicos de enfermagem, Matheus Alves Barros e Rodrigo Marcelino Zacarias de Andrade, orientados pela professora Ms. Maria Mônica Paulino do Nascimento.
Eixo temático: Tecnologias cuidativo-educacionais. HIV/AIDS. Gestão e inovação em saúde.
Linha de Pesquisa: Tecnologias cuidativo-educacionais: interlocuções na saúde, formação e educação.
Referências:
ANDRADE, S. L. E. et al. Dinâmica das redes sociais de pessoas vivendo com HIV e aids. 2021.
LAVEZZO, F. et al. Caracterização da rede de apoio psicossocial dos pacientes soropositivos. Archives Health Sciences, v. 26, p. 94-8, 2019.
SILVA, L. M. S.; TAVARES, J. S. C. A família como rede de apoio às pessoas que vivem com HIV/Aids: uma revisão de literatura brasileira. Revista Ciência & Saúde Coletiva, v. 20, n. 4, p. 1109-1118, 2014.
TAVARES, M. C. de A. et al. Apoio social aos idosos com HIV/aids: uma revisão integrativa. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 22, 2019.
Comentários
Postar um comentário