Você conhece a relação entre a Tuberculose (TB) e o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV)?
Outrossim, a infecção latente pelo Mycobacterium tuberculosis (ILTB) que refere-se à imunidade
parcial contra o bacilo onde há a infecção, no entanto, não há presença de
sintomas e transmissibilidade, a pessoa com esse tipo de infecção permanece
saudável por muitos anos antes de desenvolver a tuberculose ativa, as PVHIV
possuem mais chances de adquirir a ILTB e avançar para o estágio ativo da TB,
além das chances de desenvolverem formas mais graves e extrapulmonares, por essa razão necessitam
do tratamento e diagnóstico para ILTB (Brasil, 2017).
Nesse
sentido, para diagnóstico da tuberculose são recomendados o teste rápido
molecular (TRM-TB), que pode identificar a doença e a resistência ao fármaco
rifampicina, a baciloscopia de escarro, exames de imagem como a radiografia de
tórax, o teste de cultura e avaliação de fragmentos de tecidos a partir de
biópsias (sendo mais recomendado para casos extrapulmonares), a prova
tuberculínica (PT) e o IGRA, recomendados para diagnóstico da ILTB. O
diagnóstico clínico acompanha os sintomas de tosse, febre, perda de peso e
sudorese noturna, sendo apresentados pelo grau de imunossupressão e
necessitando investigação para TB quando presentes, além disso, em PVHIV a
presença da tosse deve ser investigada independente do tempo de duração (Brasil,
2019).
O
tratamento da TB para PVHIV segue os critérios do tratamento básico preconizado
dividido em fase intensiva com o uso de 4 fármacos durante 2 meses
(rifampicina, isoniazida, pirazinamida, etambutol) e fase de manutenção com o
uso de 2 fármacos durante 4 meses (rifampicina e isoniazida), sendo o
monitoramento de interações medicamentosas de extrema importância, pois a
coinfecção requer os tratamentos anti-TB e antirretrovirais. Ademais, como uma
das principais formas de obter a cura da TB destaca-se a adesão ao tratamento,
sendo possível também a cura em PVHIV, quando o tratamento é manejado de
maneira adequada, portanto, investigar falhas, interações, abandono e reações
aos medicamentos são imprescindíveis, assim como a utilização do TARV uma vez que
impede recidivas da TB e reduz as chances de morbimortalidade, devendo ser incluido sempre que houver a presença da TB ativa (Brasil, 2019).
Segundo
o Plano Nacional pelo Fim da Tuberculose, como estratégias de cuidados ao
paciente com a coinfecção recomenda-se ações colaborativas entre TB-HIV, teste
oportuno para todas as pessoas com TB, rastreio desta em todas as visitas ao
paciente com HIV, diagnóstico e tratamento da infecção latente, o início do
TARV e os cuidados a pessoa com a coinfecção em um mesmo serviço (Brasil,
2019). A articulação de ações entre os programas de controle permite uma
atenção voltada as particularidades do paciente contribuindo para resultados
positivos, diagnosticar precocemente ambas as infecções e iniciar os
tratamentos de maneira adequada são meios importantes para atenuar os casos de
TB (Bastos et al., 2020).
Portanto,
na busca pelo controle da tuberculose é necessário direcionarmos um olhar
integral para aqueles que estão mais suscetíveis a esta, ampliar o atendimento
e tratar de maneira adequada para se obter a cura. Ademais, conhecer a relação entre as duas condições permite a elaboração de estratégias de cuidado e ressalta a importância da prevenção para ambas as infecções.
REFERÊNCIAS:
Manual de Recomendações e Controle da tuberculose no Brasil 2a ed — Ministério da Saúde. Disponível em:<https://www.gov.br/saude/pt-br/centrais-de-conteudo/publicacoes/svsa/tuberculose/manual-de-recomendacoes-e-controle-da-ttuberculose-no-brasil-2a-ed.pdf/view>.
Boletim Epidemiológico Coinfecção TB-HIV 2022 —
Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente
Transmissíveis. Disponível em:
<https://www.gov.br/aids/pt-br/centrais-de-conteudo/boletins-epidemiologicos/2022/coinfeccao-tb-hiv/boletim_coinfeccao_tb_hiv_2022.pdf/view>.
Carvalho MV, Silva AR, Taminato M, Bertolozzi MR,
Fernandes H, Sakabe S, et al. A coinfecção tuberculose/HIV com enfoque no
cuidado e na qualidade de vida. Acta Paul Enferm. 2022;35:eAPE02811.
PREVENÇÃO, P.; DIAGNÓSTICO, E.; DA. GUIA BÁSICO. [s.l:
s.n.]. Disponível em:
<https://docs.bvsalud.org/biblioref/2019/09/1015762/guiabasicotbhiv.pdf>.
Bastos SH, Taminato M, Tancredi MV, Luppi CG, Nichiata
LY, Hino P. Coinfecção tuberculose/HIV: perfil sociodemográfico e saúde de
usuários de um centro especializado. Acta Paul Enferm. 2020;33:eAPE20190051.
SILVA, D. R. et al. Consenso sobre o diagnóstico da tuberculose da Sociedade
Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. Jornal brasileiro de pneumologia:
publicacao oficial da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisilogia, v. 47,
n. 2, p. e20210054, 2021.
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