A busca pela sensibilização do cuidar

O processo de trabalho em saúde ainda é caracterizado por ambivalências, uma vez que o modelo biomédico de atenção e o modelo contemporâneo que busca a valorização de uma clínica ampliada e a utilização de acolhimento, vínculo e escuta ativa se sobrepõem no cotidiano assistencial. Neste contexto, evidencia-se a predominância do mecanicismo e tecnicismo em detrimento da sensibilização do cuidar.
Esta preponderância favorece a valorização somente de tecnologias como equipamentos, procedimentos e medicamentos, que embora sejam fundamentais para a manutenção das funções fisiológicas dos pacientes, não assistem a todas as dimensões dos sujeitos, fazendo com que os mesmos sejam entendidos como “peças” de uma engrenagem patológica a ser corrigida.

Sendo assim, a sensibilização do cuidar vem colaborar para que sejam sanadas necessidades que transcendem às fisiológicas, tais como as psicológicas, afetivas, de segurança, sociais, de auto-estima, e de auto-realização, bem como outras dimensões que os atores sociais apresentam, como a educativa, cultural, ética, estética e espiritual, culminando assim, em um cuidado integral e de qualidade.

Competências como liderança, comunicação, trabalho em equipe e flexibilidade, necessárias para se trabalhar estas aptidões, são desenvolvidas de maneira ainda ineficaz em algumas instituições educacionais, já que o modelo vertical de ensino presente nestas dificulta este processo. Desse modo, se faz necessária uma reestruturação do modelo de formação dos profissionais de saúde, onde se enfatize a implementação de estratégias que promovam o empoderamento e o desenvolvimento de competências necessárias à sensibilização do cuidar.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Paloma Gurgel e pelo Professor Me. Marcelo Costa 

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