Atividades Lúdicas como espaço de produção de cuidado na reabilitação de crianças com deficiência
As
atividades lúdicas, divertidas ou recreativas são aquelas que proporcionam entretenimento,
estão ligadas ao ato de brincar e são de substancial importância para a saúde
de todas as pessoas, principalmente de crianças em situação debilitável. De
acordo com Brito et al. (2016), essas intervenções propiciam experiências
prazerosas e recreativas que, por sua vez, auxiliam as crianças no enfrentamento
de suas incapacidades.
O lúdico proporciona melhora no bem-estar das mesmas, pois
previnem ou reduzem os efeitos negativos gerados pela deficiência (SOUZA;
MITRE, 2009). Há vários tipos de atividades lúdicas, que envolvem
principalmente, o ato de brincar, como o teatro clown, realizado com a
caracterização de um personagem que os profissionais inventam ser; círculo de
leitura de histórias; Terapia Criativa com Arte (CAT); exercícios com ou sem a
presença de um profissional, além de uma novidade que é o playground virtual
interativo (LIMA et al, 2014).
(FONTE: s2.glbimg.com/_1KOAzUKQ4OIVznyCrCvAmIRtgJvfc4VRzjI0TrREiRIoz-HdGixxa_8qOZvMp3w/s.glbimg.com/jo/g1/f/original/2012/06/24/estacao_arte_1.jpg) |
Ao referir-se a crianças com deficiência, é sabido que
tanto para elas, quanto para seus familiares, o fator emocional é bastante
prejudicado. Isso se dá ao fato de que há fatores culturais e estigmas relacionados
a essa população, em decorrência de tal situação (SOUZA; MITRE, 2009), além de
o simples fato de possuir, na família, uma pessoa portadora de algum tipo de
deficiência, constitui uma condição difícil, provocando culpabilidade e frustração
(BATAGLION; MARINHO, 2016).
Um estudo realizado com familiares de crianças com
deficiência, constatou que as atividades lúdicas proporcionaram melhorias nas
dificuldades dos seus filhos, além de reconhecerem as diversas modificações
pessoais e na saúde deles. Dentre as principais conquistas, estão: progresso no
equilíbrio, postura e deslocamento; evolução da capacidade motora;
desenvolvimento da capacidade de linguagem, escrita e concentração; aquisição
de hábitos saudáveis, entre tantas outras conquistas (BATAGLION; MARINHO,
2016).
Além de melhora na qualidade de
vida das crianças, a utilização dessa intervenção possibilita melhorias também
para os familiares, visto que tais progressos refletem na vida pessoal dos
responsáveis pelas crianças.
A reabilitação, por meio de atividades lúdicas, beneficia
todas as concepções dos indivíduos, pois são trabalhadas maneiras de viver
satisfatoriamente, mantendo-se as funções conforme os vários tipos de
deficiência, desempenhando influência positiva para a vida dessas crianças (WINNICK,
2010).
Segundo Figueiredo (2008), as ações de reabilitação
devem estar focadas nos aspectos integral e funcional, considerando as
particularidades de cada deficiência, além de observar quais as necessidades e
habilidades, objetivando a inclusão dos sujeitos na sociedade.
Pelo exposto, nota-se a importância do lúdico como forma
de produção de cuidado para as crianças com deficiência e seus familiares,
visto que essas atividades proporcionam momentos de diversão, que possibilitam
por certo momento, esquecer as dificuldades pelas quais estão passando, como
também auxiliam na melhora ou estabilização do quadro clínico, fazendo com que
a criança não tenha agravamento do seu caso.
Referências
BATAGLION,
G. A.; MARINHO, A. Familiares de crianças com deficiência: percepções sobre
atividades lúdicas na reabilitação. Ciênc. Saúde coletiva, Rio de Janeiro, v.
21, n. 10, p. 3101-3110, Out. 2016 .
BRITO, C. M. D et al. O humor e o riso na promoção
de saúde: uma experiência de inserção do palhaço na estratégia de saúde da
família. Ciênc. Saúde. Coletiva, Rio de Janeiro, v. 21, n. 2, p. 533-562, Fev, 2016.
FIGUEIREDO, N. M. A. Práticas
de enfermagem: Ensinando a
cuidar em saúde pública. São Paulo: Yendis; 2008.
LIMA, K. Y. N et al. Atividade
Lúdica como ferramenta para o cuidado de enfermagem a crianças hospitalizadas. Rev. Min. Enferm, Minas Gerais, v. 18,
n. 3, p. 741-746. Jul-Set. 2014.
SOUZA, B. L.; MITRE, M. A. O Brincar na
Hospitalização de Crianças com Paralisia Cerebral. Psic: Teor e Pesq, Brasília, v. 25, n. 2, p. 195-201. Abr-Jun.
2009.
WINNICK, J. P. Adapted
physical education and sport. 5. ed. Champaign: Human Kinetics;
2010.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Paloma Karen Holanda e pelo Professor Dr. Marcelo Costa.
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