Estratégias e incentivos para a participação familiar na amamentação
O ato de amamentar é uma das atividades mais nobres e
essenciais para a manutenção e fortalecimento de vida saudável da criança. Para
essa atividade, a família torna-se ferramenta fundamental, a partir do incentivo
em torno dos benefícios da amamentação. Desta forma as estratégias,
principalmente na Atenção Básica de saúde, fazem-se primordial durante o
acompanhamento da criança e seus responsáveis, devendo proporcionar a
construção coletiva do cuidado, incentivo e apoio ao aleitamento materno nas
mais diversas formas.
De acordo com a pesquisa publicada na revista britânica The Lancet em uma série especial sobre aleitamento materno, revelou que o Brasil sofreu avanços positivos com relação ao tempo de lactação, onde nos anos de 2006-2007 aumentou para 14 meses em comparação a outras décadas onde a prática em média durava cerca de dois meses e meio, embora não seja a quantidade preconizada, mas que evidencia uma economia para o país de 6 milhões de dólares em tratamento de saúde (GARCIA, 2016).
(FONTE: http://www.jaquelineporto.com.br/) |
De acordo com a pesquisa publicada na revista britânica The Lancet em uma série especial sobre aleitamento materno, revelou que o Brasil sofreu avanços positivos com relação ao tempo de lactação, onde nos anos de 2006-2007 aumentou para 14 meses em comparação a outras décadas onde a prática em média durava cerca de dois meses e meio, embora não seja a quantidade preconizada, mas que evidencia uma economia para o país de 6 milhões de dólares em tratamento de saúde (GARCIA, 2016).
O aumento do aleitamento materno pode ser caracterizado
pela maior sensibilização das mães em decorrências das diversas ações e programas
que dão apoio as mesmas quando inseridas nos serviços de saúde, desde o nível
primário ao terciário, como: a capacitação dos profissionais que atuam nas
Unidades de Atenção Básica, afim de propor um melhor atendimento e identificar
as necessidades da comunidade; a Iniciativa Hospital Amigo da Criança
prestando melhor qualidade de serviços e intensificando as políticas voltadas a
saúde da criança; como também aos Bancos de Leite Humano que integram a Rede
Brasileira de Bancos de Leite Humano, onde todos estejam integrados assegurando
a alimentação com o leite materno de doadoras ou das próprias mães, e o Método
Canguru que contribuem e dão suporte aos
recém-nascidos prematuros que necessitam de cuidados delicados e de assistência
qualificada (VALADARES, 2016).
As propostas a serem evidenciadas pelas ações e políticas
estão fincadas na proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno, de modo
que irão permitir melhor qualidade de vida dos beneficiários, não sendo
restrita apenas a criança, mas a mãe e a família. Não obstante possa se
refletir sobre este assunto, a família possui fator decisivo na amamentação,
pois há a construção do vínculo, afeto e principalmente das trocas de
experiências com os quais já percorreram pelo processo, onde estes possam
transmitir a segurança necessária para as lactantes antes, durante e após a
amamentação (DIAS; BOERY; VILELA, 2016.).
A família deve sentir-se convidada, preparada e instigada a participar juntamente com os profissionais de saúde
deste processo repleto de subjetividades, anseios, dúvidas e medos. Porém,
amamentar na atualidade está interligado as redes sociais que de uma forma e
outra irá influenciar o ato, contribuir positivo ou negativamente. A decisão em
meios aos impasses se comporta como algo que seja construído pelas inúmeras
experiências que outras pessoas vivenciaram, onde talvez não queiram que o
mesmo passe pelo mesmo processo, ou pode estar sendo influenciado pelo contexto
social na qual a mulher esteja inserida, determinando assim o tempo, a
quantidade e a qualidade do alimento ofertado (MONTE; LEAL; PONTES, 2013).
Os profissionais de saúde inseridos nos cuidados
direcionados a mulher devem estar atentos para
que a família esteja presente em todas ou na maioria das consultas de Pré-natal
e puerpério. A educação em saúde deve ser realizada com a presença dos
integrantes essenciais na construção do cuidado coletivo, das nutrizes e as
crianças, tendo por base a família, sensibilizando-os e tornando-os adeptos à amamentação.
Assim as dúvidas que possam surgir neste processo de incertezas e inseguranças
sejam motivos de maiores participações da família, acontecendo intervenções por
indivíduos que convivem diariamente com estas mulheres e as crianças (DIAS;
BOERY; VILELA, 2016).
As consultas de puericultura são integrante das
estratégias propostas para o incentivo à amamentação, não estando
obrigatoriamente restrito aos cuidados a saúde da criança, mas da mulher,
inserida em um cenário de novos desafios na qual a amamentação propõe, de modo
que os principais envolvidos fortaleçam com mais intensidade os laços de afeto
e vinculo, e que as dificuldades não os possa fragilizá-los.
Amamentar é uma prática de cunho essencial na qualidade
de vida do sujeito que necessita deste alimento, ou seja, a criança, sendo o foco dos esforços depositados e construídos durante todo
o processo de formação, concepção e crescimento. Que o mesmo seja o primeiro
alimento e exclusivo da criança nas primeiras horas de vida e pelo período que
for preciso ser alimentado por ele. Logo todos os envolvidos, principalmente a
família, no ambiente de formação e acompanhamento destes sujeitos alvos, lactante
e criança, participem ativamente deste processo, permitindo melhor expectativa
de vida aos mesmos, para que futuramente exista uma sociedade com menos
malefícios, com redução dos gastos em tratamentos de saúde, onde o aleitamento
materno seja prioridade para a criança, como também a família seja o pilar da
construção e fortalecimento do crescimento saudável da criança.
Referências
GARCIA, L. P. The Lancet: série sobre amamentação. Epidemiologia Serviço Saúde, Brasília,
DF, v. 25, n. 1, 203-204, jan-mar, 2016.
VALADARES, C. In: BRASIL. Ministério da Saúde. Agência
Saúde. Portal da Saúde. Amamentação
contribui para o desenvolvimento infantil e sustentável. Brasília, DF, ago,
2016. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sas/saude-da-crianca-e-aleitamento-materno/noticias-saude-da-crianca-e-aleitamento-materno/24973-amamentacao-contribui-para-desenvolvimento-infantil-e-sustentavel.
Acessado em 19 de novembro de
2016.
DIAS, R.
B.; BOERY, R. N. S. O.; VILELA, A. B. A. Knowledge of nurses and incentive
strategies for family participation in breastfeeding. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro. v. 21, n 8, 2527-36, 2016.
MONTE, G. C. S. B.; LEAL, L. P.; PONTES, C. M. Rede
social de apoio à mulher na amamentação. Cogitare
Enfermagem, Curitiba. v. 18, n. 1, 145-55, 2013.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Geísa Batista Leandro e pelo Professor Dr. Marcelo Costa.
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