Promoção e Prevenção da Saúde Mental na Infância e Adolescência
A partir de um entendimento ampliado do conceito de saúde, não mais como ausência de doenças, mas como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social” (Organização Mundial da Saúde – OMS), diversas áreas do conhecimento começam a estruturar práticas em torno da prevenção e promoção da saúde.
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Em que se pesem as críticas ao conceito de saúde e a impossibilidade de alcançarmos um estado de completo bem-estar, Vasconcelos (2002) diz que “o bem-estar é um desejo essencial do ser humano, um propósito perseguido ao longo da história de nossa espécie, o homem buscando sempre melhorar de vida”. (p.08).
Em relação à saúde mental, podemos destacar ideias ligadas a “alegria de viver”, “ao bem-estar” e ao “equilíbrio do dia-a-dia” em oposição ao sofrimento mental.
Os conceitos de saúde e saúde mental, bem como as estratégias de ação usadas por profissionais, podem promover ou dificultar a implementação de programas de promoção e prevenção. Portanto, é necessário reconhecer os sujeitos, crianças e adolescentes, como atores sociais envolvidos diretamente nesta questão, a fim de que ganhem voz e efetivamente contribuam para a formação de conhecimentos na área da saúde mental. A isto chamamos de protagonismo Infanto-Juvenil.
Assim, o conceito de protagonismo Infanto-Juvenil pressupõe a participação das crianças e adolescentes como atores na sociedade e fundamenta-se na concepção de infância e adolescência para além da visão do sendo comum, entendidas muitas vezes como categorias universais, naturais, homogêneas e de significados óbvios. Não existe infância e adolescência no singular, mas sujeitos em diferentes situações concretas de existência. (PINTO, 1997)
Crianças e adolescentes são identificados como um grupo etário vulnerável e de risco para diversos transtornos mentais como depressão, transtornos de conduta, transtornos alimentares, além de ser suscetível a situações de risco como uso de drogas e violência. (BENETTI, RAMIRES, SCHNEIDER, RODRIGUES, & TREMARIN, 2007)
Diante deste quadro a sociedade tem se mobilizado, exigindo intervenções dos profissionais em saúde e educação em diferentes níveis, pois essas questões se tornaram um problema social e de saúde pública.
Neste sentido, vê-se a urgência de buscarmos a promoção de cuidados com a infância e adolescência com vistas a expandirmos ações interventivas e preventivas em que sejam aprofundadas as questões concernentes à saúde mental para estas categorias sociais específicas.
Referências
VASCONCELOS, E. M. R. Bem estar humano e sua influência da Saúde. In CIANCARULLO, T. I. São Paulo: Editora Ícone, 2002.
BENETTI, S. P. da C., RAMIRES, V. R. R., SCHNEIDER, A. C., RODRIGUES, A. P. G., & TREMARIN, D. (2007). Adolescência e saúde mental: revisão de artigos brasileiros publicados em periódicos nacionais. Cadernos de Saúde Pública, 23(6), 1273-1282.
PINTO, M. A infância como construção social. In: PINTO, Manuel; SARMENTO, Manuel Jacinto. As crianças: contextos e identidades. Braga: Centro de Estudos da Criança/ Universidade do Minho – Portugal, 1997, p.31-73.
Texto elaborado pela Professora Doutora Silvia Carla Conceição Massagli da Unidade Acadêmica de Educação.
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