CONTRIBUIÇÕES DAS TERAPIAS OCUPACIONAIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA (TEA)
Com
vistas às dificuldades vivenciadas pelas crianças autistas, no que diz respeito
à interação e comunicação social, observa-se a aplicabilidade das Terapias
Ocupacionais (TO) para auxiliar e contribuir com o desenvolvimento desses
processos (SILVA; BUFFONE, 2021). Ademais, o uso de intervenções multidisciplinares
é fundamental para o tratamento de indivíduos com TEA, abrangendo áreas
educacionais, como também o desenvolvimento da socialização, linguagem e
comportamento.
Nesse sentido, as TO podem ser
entendidas como intervenções que utilizam de atividades e tecnologias diversas,
visando promover a autonomia, a fim de melhorar o desempenho social do
indivíduo. Dessa forma, o terapeuta ocupacional atua contribuindo para a
melhoria da qualidade de vida, seja nas escolas ou em ambiente familiar,
trabalhando com intervenções que sejam específicas para cada sujeito (MAPURUNGA
et al., 2021).
As
TO podem ser trabalhadas em diversos contextos, utilizando de abordagens
sensoriais, auxiliando no desenvolvimento das relações interpessoais, com
trocas de experiências entre o terapeuta e a criança (FERNANDEZ, et al. 2018). Esse processo ocorre de
maneira processual e vai se tornando mais consolidado à medida que a criança
vai engajando na terapia (SILVA; BUFFONE, 2021).
Ademais,
as TO mais utilizadas são aquelas que usam atividades de vida diárias simples e
que estimulam o desenvolvimento da criança e trabalhem a coordenação e
consciência corporal, como amarrar os cadarços, escovar os dentes, pentear os
cabelos, bem como atividades que abordem a interação e a comunicação, de cunho
lúdico e estratégias adaptativas (MAPURUNGA et
al., 2021). Llambias et al. (2016)
citam ainda a utilização de equinos beneficiando as interações comunicativas
entre as crianças de um estudo que utilizaram terapias ocupacionais assistidas
por equinos.
Além
disso, Torras e
Más et al. (2017) mencionam
a importância de se trabalhar com sistemas de comunicação que possibilitem a
expressão das emoções e necessidades das crianças autistas, diminuindo a
tensão, frustração e comportamentos autolesivos que podem acompanhá-las.
Tendo
em vista os aspectos mencionados, percebe-se a relevância das TO na abordagem
de crianças com autismo. Observa-se que essas práticas trabalham principalmente
atividades lúdicas, treino
de habilidades sociais e intervenções comportamentais intensivas voltadas para
o processamento sensorial, utilizando estratégias de
enfoque na comunicação, com o
objetivo de promover o
desempenho ocupacional e
funcional do paciente.
Desse modo, utilizar
essas terapias podem trazer benefícios inimagináveis para o desempenho desse
grupo de crianças com TEA, justificando a necessidade de se desenvolver mais
estudos que abordam essa perspectiva e colaborem para a implementação dessas
terapias na vivências desse grupo de crianças.
REFERÊNCIAS:
AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION - APA. Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5. Porto Alegre: Artmed, 2014.
FERNANDEZ,
A. D. S. A, et al. A criança com
transtorno do espectro autista (TEA). Revista
de Terapia Ocupacional da Universidade de São Paulo, v. 29, n. 2, p-187.
2018.
LLAMBIAS, C. et al. Terapia ocupacional assistida por equinos: aumentando o envolvimento de crianças com transtorno do espectro do autismo. American Journal of Occupational Therapy [s. l], v. 70, n. 6, 2016.
MAPURUNGA, B. A. et al. A atuação do terapeuta ocupacional na reabilitação de pessoas com autismo. Revista Casos e Consultoria, v. 12, n. 1, p. 1-18, 2021. ISSN 2237-7417.
SILVA, G. S; BUFFONE, F. R. O brincar para a criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA): possibilidade de intervenção da Terapia Ocupacional. Revista Interinstitucional Brasileira de Terapia Ocupacional, v. 2, n. 5, p. 188-203, 2021.
TORRAS, M. T.; MÁS, L. A. Reducción de las conductas autolesivas y autoestimulatorias disfuncionales en los trastornos del espectro del autismo a través de la terapia ocupacional. MEDICINA, Buenos Aires, v. 79, n. 1, p. 38-43, 2019.
Texto produzido por Maria Amélia Lopes
Martins, Kaline Oliveira de Sousa, Rebeca Rodrigues da Silva, Larissa Barbosa
de Freitas e Laísa de Sousa Marques, sob orientação do Professor Dr. José
Ferreira Lima Júnior.
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