Autoteste de HIV: ferramenta para ampliação do diagnóstico da infecção.

O desconhecimento acerca da condição sorológica é um problema de saúde presente entre as pessoas que vivem com HIV. Além disso, o diagnóstico tardio da infecção contribui para a manutenção da cadeia de transmissão do vírus, ao mesmo tempo em que afeta negativamente a qualidade de vida. O autoteste de HIV é recomendado pela Organização Mundial da Saúde para a ampliação do acesso ao diagnóstico, visto que aumenta a autonomia do indivíduo, entre outros benefícios (Brasil, 2022). 

O autoteste funciona da mesma forma que os testes rápidos existentes nos serviços de saúde. Trata-se de um método simples, em que a própria pessoa é capaz de realizar a coleta de sua amostra (fluido oral ou sangue). Seguindo o passo a passo, a pessoa pode realizar o teste em casa ou em outro lugar e, em seguida, interpretar o resultado, que pode ser “reagente” ou “não reagente” (Brasil, 2023).

O resultado “reagente” (positivo) refere-se a uma possível infecção pelo HIV.  Nesse caso, é essencial buscar os serviços de saúde para a confirmação do resultado através de testes complementares realizados por profissionais capacitados. O resultado não reagente (negativo) indica que não há presença de anticorpos contra o HIV no organismo. No entanto, um novo teste pode ser solicitado na presença de comportamento de risco ou exposição acidental (Brasil, 2023).

Fonte: Google Imagens.

No que se refere a ampliação do acesso ao diagnóstico da infecção pelo HIV, o autoteste tem como benefícios a maior aceitação do indivíduo, em comparação com os testes realizados dentro dos serviços de saúde, além de favorecer a autonomia para a realização do mesmo, especialmente para as populações que não são alcançadas pelos serviços de saúde ou que precisam ser testadas com frequência. Além disso, o autoteste representa uma alternativa para pessoas que não têm interesse ou tempo insuficiente para a realização de forma presencial (Brasil, 2022). 

A realização de autotestes para o HIV mostra-se um grande avanço no campo da saúde pública, já que concede aos indivíduos uma ferramenta para o monitoramento de sua saúde sexual. A disponibilidade dos autotestes de HIV possibilita que as pessoas realizem o teste no ambiente domiciliar, assegurando a privacidade do cliente e reduzindo possíveis barreiras, como o estigma relacionado a visitas a centros de saúde específicos. A autonomia na realização do teste contribui para a conscientização sobre o status sorológico, incentivando a detecção precoce do vírus e, consequentemente, facilitando o acesso a tratamentos e apoio adequado da equipe multiprofissional (Santana, 2022).

A promoção de uma educação em saúde abrangente sobre saúde sexual é de extrema importância para garantir que os indivíduos compreendam os resultados do autoteste e estejam cientes das opções disponíveis para o acompanhamento da equipe multiprofissional. Nesse contexto, a associação de autotestes de HIV e os esforços educacionais desempenham um papel fundamental na autonomia do indivíduo em cuidar de sua própria saúde sexual e na prevenção da transmissão do vírus HIV (Santana, 2022). 

Referências

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Diretrizes para a distribuição do autoteste de HIV no Brasil [recurso eletrônico] – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. Disponível em: diretrizes-para-a-distribuicao-do-autoteste-de-hiv-no-brasil_compressed-1.pdf (www.gov.br). Acesso em: 21/11/2023.

BRASIL. Ministério da Saúde. Departamento de HIV/Aids, Tuberculose, Hepatites Virais e Infecções Sexualmente Transmissíveis. Autoteste de HIV. Ministério da Saúde, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/aids/pt-br/assuntos/hiv-aids/autoteste-de-hiv. Acesso em: 21/11/2023.

Santana, Elis Passos Santana. CONHECIMENTO DO AUTOTESTE DE HIV POR MULHERES TRABALHADORAS DO SEXO NO BRASIL. Dissertação de Mestrado- Universidade Federal da Bahia, p. 1-108, Salvador, 2019. Disponível em: < https://repositorio.ufba.br/bitstream/ri/32092/1/Disserta%c3%a7%c3%a3o-ELIS-PASSOS-SANTANA_2019.pdf >. Acesso em: 22/11/2023.

Texto produzido pelos acadêmicos de enfermagem, Matheus Alves Barros e Rodrigo Marcelino Zacarias de Andrade, orientados pela professora Ms. Maria Mônica Paulino do Nascimento.


Eixo temático: Tecnologias cuidativo-educacionais. HIV/AIDS. Gestão e inovação em saúde.

Linha de Pesquisa: Tecnologias cuidativo-educacionais: interlocuções na saúde, formação e educação.

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