Deficiência de Tiamina e as Doenças Relacionadas
A vitamina B1 ou tiamina é uma vitamina hidrossolúvel e
como toda vitamina hidrossolúvel ela não é armazenada pelo corpo. Então, para
suprir as necessidades de tiamina, devemos ingerir alimentos que sejam fonte
desta, como por exemplo, a levedura de cerveja seca, cereais, grãos, legumes,
carnes, aves entre outros (JÚNIOR; LEMOS,2010). A tiamina é precursora da
coenzima tiamina-pirofosfato (TPP), que exerce um papel de importância central
para o metabolismo dos carboidratos ao
participar das etapas de descarboxilação oxidativa do piruvato, formando
acetato e Acetil-CoA, uma das principais reações do ciclo de Krebs. Além disso,
ela também auxilia no deslocamento de íons sódio nas membranas das células nervosas
(MOREIRA, 2007).
A má absorção da tiamina derivada de distúrbios
digestivos transitórios pode gerar sintomas como astenia, irritabilidade e
parestesias. Esses sintomas são tratados com uma alimentação rica em vitamina
B1 ou por meio da reposição de suplementos vitamínicos. Já a grande deficiência
dessa vitamina pode causar o beribéri, uma doença de natureza carencial que se
não tratada pode levar a óbito. Geralmente, a carência da tiamina leva de dois
a três meses para começar a apresentar sintomas que inicialmente são leves
como: insônia, nervosismo, fadiga, perda de apetite e energia. Esses sintomas
se não tratados podem evoluir para sintomas mais graves como comprometimento
dos nervos periféricos, diminuição da força muscular e pode haver
comprometimento cardíaco, levando a insuficiência cardíaca congestiva (MINISTERIO
DA SAUDE, 2012).
Quando a doença atinge o sistema nervoso ela pode causar
a encefalopatia de Wernicke-korsakoff, caracterizada por depressão, amnésia e
demência, sintomas que quando tratados a tempo podem ser reversíveis.
Normalmente os casos de beribéri estão associados a uma população com uma dieta
de baixo valor nutricional e baseada em alta ingestão de arroz e carboidratos
simples além de alguns grupos de riscos como alcoolistas e gestantes
(MINISTERIO DA SAUDE, 2012). O tratamento é feito pela complementação
vitamínica. As doses recomendadas vão de 100 mg/dia em casos leves, até 300mg/dia
nos casos avançados. Após o tratamento ocorre uma rápida reversão do quadro
clinico (ROBERTO; MAGNONI; CUKIER ).
Estudos tentam investigar os benefícios da administração
da tiamina em pacientes com Alzheimer, pois como ela tem efeitos positivos na
progressão da demência de Wernicke-korsakoff, poderia também ter efeitos
positivos no tratamento dessa doença degenerativa. Segundo um estudo
experimental in vivo com tecido
animal, a tiamina está envolvida com a liberação do neurotransmissor, a acetilcolina,
e essa vitamina ao se ligar aos receptores nicotínicos apresenta uma atividade
antagonista à acetilcolina. Os efeitos da tiamina poderiam causar benefícios
aos pacientes com Alzheimer, pois embora se admita que a acetilcolina exerça um
papel importante de mediação da memória e de algumas funções intelectuais, os
estudos relacionados não apresentaram respostas conclusivas (JÚNIOR; LEMOS,
2010).
Referências:
JÚNIOR, H. P.
l; LEMOS, A. L. A. Vitamina B1. Diagnóstico
e Tratamentos, São Paulo, v. 15, n.
2, p.69-70, 12 abr. 2010.
Ministério
da Saúde. Guia de Consulta para
Vigilância Epidemiológica, Assistência e Atenção Nutricional dos Casos de
Beribéri. Brasília, 2012.
MOREIRA,
A.V.B. Vitaminas. In: SILVA, S. M.C.S. e MURA, J.D.P. Tratado de
alimentação, nutrição e dietoterapia. São Paulo: Ed Roca, 2007. Capítulo 4,
p.77-104.
ROBERTO, T. S, MAGNONI, D; CUKIER, C. Aplicações Clínicas das Vitaminas do Complexo B. Instituto de Metabolismo e Nutrição.
ROBERTO, T. S, MAGNONI, D; CUKIER, C. Aplicações Clínicas das Vitaminas do Complexo B. Instituto de Metabolismo e Nutrição.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Joyce de Souza e pelo Professor Dr. Eder Freire.
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