Depressão em Idosos
Até 2020 a depressão será a principal doença incapacitante do
mundo. Atualmente, mais de 350 milhões de pessoas sofrem de depressão e pelo menos 5% das que vivem em comunidade a
possuem. Estima-se que só no Brasil, 17 milhões de pessoas são acometidas
por este transtorno mental. E cerca de 850 mil pessoas morrem, por
ano, no mundo em decorrência da depressão (OMS, 2016).
Depressão é um transtorno mental grave, caracterizado por uma baixa no humor e perda de todo o interesse e prazer, geralmente acompanhada de uma série de sintomas, tais como: alterações do apetite; perda de energia; distúrbios do sono; fadiga; falta de concentração; tristeza profunda; solidão; culpa inadequada e pensamentos mórbidos de morte (PURGATO et al., 2014).
(FONTE: http://blog.farmadelivery.com.br/wp-content/uploads/2013/06/depressao_idoso.jpg) |
Depressão é um transtorno mental grave, caracterizado por uma baixa no humor e perda de todo o interesse e prazer, geralmente acompanhada de uma série de sintomas, tais como: alterações do apetite; perda de energia; distúrbios do sono; fadiga; falta de concentração; tristeza profunda; solidão; culpa inadequada e pensamentos mórbidos de morte (PURGATO et al., 2014).
Para Sivertsen et al., (2015) configura-se como uma enfermidade de condição prevalente e debilitante, que aumenta o risco de
mortalidade e influencia negativamente a qualidade de vida, sobretudo de idosos, constituindo-se como um
crescente problema de saúde pública (EULÁLIO et al., 2015).
Como forma de tratamento, o uso de benzadiazepínicos, é a
primeira linha de escolha para tratar a depressão. Em adultos
e pessoas idosas o uso
prolongado de antidepressivos, traz várias desvantagens, tais como o risco
potencial de dependência e tolerância além da alta
probabilidade de interações medicamentosas (APÓSTOLO et al., 2015), no entanto, ainda que, a medicação e tratamentos psicológicos
sejam eficazes, os antidepressivos permanecem como à base da terapêutica
utilizada para tratar sintomas depressivos (PURGATO et al., 2014).
Comum entre as pessoas idosas, a depressão pode causar
sofrimento considerável, ocasionando incapacidade e utilização dos serviços de
saúde com maior frequência, aumentando as taxas de recidiva e recorrência,
mesmo após tratamento bem sucedido (WILKINSON; IZMETH, 2012).
Knight
e Durbin (2015) afirmam ser a depressão uma causa
comum de incapacidade entre pessoas maiores de 60 anos, embora as taxas de
prevalência apresentem-se menores quando comparados aqueles de faixa etária
inferior. Idosos com sintomas depressivos podem ter diferenças na cognição e
processamento emocional, o que os deixa propensos a alterações do pensamento e
memória.
No entanto,
alerta-se que no público sexagenário, muitas vezes, a depressão é subdiagnosticada, devido suas características acabarem confundidas com o processo natural de envelhecimento humano. Por apresentar origem multifatorial, pode envolver variáveis
psicológicas, socioculturais e biológicas que podem trazer diversos prejuízos
na área cognitiva e no desempenho social, comprometendo o diagnóstico que pode
levar a modificações nas habilidades cognitivas,
que incluem alterações na memória, principalmente, nas funções executivas e de
trabalho, como também diminuição da velocidade do processamento da informação (ESTEVES et al., 2016).
A Estratégia Saúde da
Família (ESF) exerce papel primordial
na detecção e diagnóstico precoce da depressão em idosos, visto que, por ser a porta preferencial de entrada do Sistema Único de Saúde (SUS), a mesma é responsável por
identificar, diagnosticar, tratar e/ou referenciar os casos quando necessário.
Estratégias alternativas ao tratamento medicamentoso da depressão em idosos estão presentes na rede de atenção á saúde, que
atua junto à Atenção Primária, dentre os programas existentes, tem-se: os Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS); os
Serviços Residenciais Terapêuticos (SRT); os Centros de Convivência (CECOS); os Núcleos de Apoio a Saúde da Família (NASF); as Enfermarias de Saúde
Mental em hospitais gerais; oficinas
de geração de renda, que juntos auxiliam e contribuem na melhoria da sintomatologia de usuários. Esses programas, porém, não excluem a farmacoterapia,
pelo contrário, trabalham em consonância com os mesmos (BRASIL, 2013).
Desse
modo, vale destacar que o cuidado e apoio ao idoso deprimido, tanto no ambiente familiar como em unidades de saúde, é de suma importância na melhora do seu quadro clínico, sendo
necessário trabalhar a sua integralidade e singularidade, propondo com isso, o restabelecimento de sua saúde e bem estar biopsicoespiritual, assim como sua reinserção no ambiente
de convívio social.
Referências
APÓSTOLO, J et al. The effectiveness of non-pharmacological interventions in older adults with depressive disorders: a systematic review. JBI Database Syst Rev Implement, vol.13, n.6, p.220-78, 2015. doi: 10.11124/jbisrir-2015-1718.
BRASIL.
Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção
Básica. Saúde Mental. Cadernos de Atenção Básica 34 - Saúde Mental. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de
Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas Brasília, DF, vol., nº. 34, p.24-176, 2013.
ESTEVES,
C.S et al. Desempenho de idosos com e sem sintomas
depressivos no WCST-641. Avaliação Psicológica, Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre-RS, Brasil, vol. 15, n.1, p.31-39, 2016.
EULÁLIO, M.C et al. A estrutura latente da depressão em idosos: uma
análise taxométrica. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, vol.31, n.3, p.555-564, mar,
2015. ()
KNIGHT, Bob G;
DURBIN, Kelly. Aging and the effects of emotion on cognition: Implications for psychological interventions for depression and anxiety. PsyCh Journal, Los Angeles, USA,
n.4, p.11-19, 2015
ORGANIZAÇÃO
MUNDIAL DA SAÚDE. Depressão. Disponível em: http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs369/en/ Acesso em 29 de junho de 2016.
PURGATO et al. Paroxetine versus othe r anti-depressive agents for depre ss ion. Cochrane Common Mental Disorders Group. Reviews 2014, Issue 4. Art. No.: CD006531.DOI: 10.1002/14651858.CD006531.pub2.
SIVERTSEN et al. Depression and Quality of Life in Older Persons. Dement Geriatr Cogn Disord, Trondheim, Norway,
vol.40, n.3, p.11–339, 2015.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Lana Lívia Linard e pela Professora Ma. Fabiana Ferraz.
Comentários
Postar um comentário