Educação em Saúde e a Prevenção do uso de Drogas pelos Adolescentes

A adolescência é uma fase da vida onde ocorrem mudanças físicas e biopsicossociais significativas. Essa etapa causa inseguranças e vulnerabilidade, ampliando as situações que possam gerar risco à saúde do jovem, como o consumo de drogas. Diante disso, é de suma importância que haja apoio familiar, suporte a nível escolar e auxílio por parte dos serviços de saúde.
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Atualmente, o consumo de drogas pelos adolescentes compreende um dos principais infortúnios nesta população. Uma das ferramentas mais eficazes para a prevenção e o combate desse problema é a informação. Nesse contexto, os órgãos educacionais e a Atenção Básica (AB), atuam através de práticas instrutivas, de orientação e, sobretudo sensibilização do público-alvo.

O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo decreto presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, propõe uma política intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da Educação na perspectiva da atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público através da interação entre as escolas e as Unidades Básicas de Saúde (UBS), realizadas pelas Equipes de Saúde da Família. (BRASIL, 2008)

Dentre as Políticas de prevenção e enfrentamento do consumo de drogas, merece destaque a Política Nacional sobre Drogas (PNAD), aprovada através da Resolução nº 03, de 27 de Outubro de 2005. Segundo Dias (2012) a PNAD é fundamentada em conhecimentos científicos validados e experiências bem-sucedidas. Tem como objetivo educar, informar, capacitar e formar pessoas em todos os segmentos sociais para a ação efetiva e eficaz da redução da demanda, da oferta e de danos. Além disso, tem como escopo a implantação e implementação de uma rede de assistência integrada, intersetorial, para pessoas com transtornos decorrentes do consumo de substâncias psicoativas.

As práticas educativas são estratégias que vêm mostrando bons resultados na abordagem de pessoas vulneráveis ao consumo de drogas. Nesse contexto, a AB, através da Estratégia Saúde da Família (ESF), é tida como um ambiente favorável ao desenvolvimento dessas práxis educativas, pois é o espaço de maior contato com a população, podendo se observar mais de perto seu cotidiano, e onde se pode estabelecer uma relação mais dialética com os atores sociais inseridos na comunidade (ALMEIDA; MOUTINHO; LEITE, 2016).

Apesar de todos os esforços, é importante salientar que promover saúde, através de educação, não pode se restringir apenas ao espaço das UBSs, deve haver uma aproximação máxima dos atores sociais, nesse caso os adolescentes, por meio das redes de suporte social, com atividades no próprio território adscrito (SALUM; MONTEIRO, 2015).
Os profissionais da saúde mostram-se importantes na tarefa de promoção da saúde dos indivíduos, por isso a educação é tida como principal estratégia para tal, por meio da realização de uma ação continuada de construção do conhecimento, o que permite a independência da população no autocuidado e o trabalho de uma equipe multiprofissional com o intuito de atender as demandas dos seus pacientes.

Logo, a educação em saúde para os adolescentes não se baseia apenas na transferência de conhecimento, visto a complexidade dessa faixa etária. Por isso, faz-se necessária a sensibilização do público. Assim, além do embasamento teórico, o educador deve dispor de um olhar humanizado e respeito pela subjetividade e autonomia dos indivíduos. É perceptível, então, uma relação íntima entre educação e saúde.

As políticas públicas são importantes para a prevenção e o enfrentamento do consumo de drogas, pois criam um ambiente favorável para a assistência.  Apesar das propostas de educação em saúde serem bem elaboradas ainda há necessidade de avanços quanto à aplicabilidade das mesmas, além da necessidade dos profissionais de autonomizarem-se como educadores em saúde.
               
Referências:
ALMEIDA, E. R.; MOUTINHO, C. B.; LEITE, M. T. S. Family health nurses’ teaching practice in the health education development. Interface, Botucatu, v. 20, n. 57, p. 389-401, 2016.

BRASIL. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Programa Saúde na Escola. Brasília: Editora do Ministério da Saúde, 2008.

DIAS, M. A. B. Políticas públicas para o combate às drogas no Brasil. Monografia (graduação) p. 49. Universidade Presidente Antônio Carlos – UNIPAC, Barbacena, 2012.

SALUM, G. B.; MONTEIRO, L. A. S. Educação em saúde para adolescentes na escola: um relato de experiência. Rev Min Enferm. v. 19, n. 2, p. 246-51, 2015.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Fabrícia Vidal e pelo Professor Dr. Marcelo Costa.

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