Educação em Saúde e a Prevenção do uso de Drogas pelos Adolescentes
A adolescência é uma fase da vida onde ocorrem mudanças físicas
e biopsicossociais significativas. Essa etapa causa inseguranças e vulnerabilidade,
ampliando as situações que possam gerar risco à saúde do jovem, como o consumo
de drogas. Diante disso, é de suma importância que haja apoio familiar, suporte
a nível escolar e auxílio por parte dos serviços de saúde.
Atualmente, o consumo de drogas pelos adolescentes
compreende um dos principais infortúnios nesta população. Uma das ferramentas
mais eficazes para a prevenção e o combate desse problema é a informação. Nesse
contexto, os órgãos educacionais e a Atenção Básica (AB), atuam através de
práticas instrutivas, de orientação e, sobretudo sensibilização do público-alvo.
(FONTE:http://doutissima.com.br/wp-content/uploads/2014/04/drogas.jpg) |
O Programa Saúde na Escola (PSE), instituído pelo decreto
presidencial nº 6.286, de 5 de dezembro de 2007, propõe uma política
intersetorial entre os Ministérios da Saúde e da Educação na perspectiva da
atenção integral à saúde de crianças, adolescentes e jovens do ensino público através
da interação entre as escolas e as Unidades Básicas de Saúde (UBS), realizadas
pelas Equipes de Saúde da Família. (BRASIL, 2008)
Dentre as Políticas de prevenção e enfrentamento do
consumo de drogas, merece destaque a Política Nacional sobre Drogas (PNAD),
aprovada através da Resolução nº 03, de 27 de Outubro de 2005 . Segundo Dias (2012) a
PNAD é fundamentada em conhecimentos científicos validados e experiências bem-sucedidas.
Tem como objetivo educar, informar, capacitar e formar pessoas em todos os
segmentos sociais para a ação efetiva e eficaz da redução da demanda, da oferta
e de danos. Além disso, tem como escopo a implantação e implementação de uma rede
de assistência integrada, intersetorial, para pessoas com transtornos
decorrentes do consumo de substâncias psicoativas.
As práticas educativas são estratégias que vêm mostrando
bons resultados na abordagem de pessoas vulneráveis ao consumo de drogas. Nesse
contexto, a AB, através da Estratégia Saúde da Família (ESF), é tida como um
ambiente favorável ao desenvolvimento dessas práxis educativas, pois é o espaço
de maior contato com a população, podendo se observar mais de perto seu
cotidiano, e onde se pode estabelecer uma relação mais dialética com os atores
sociais inseridos na comunidade (ALMEIDA; MOUTINHO; LEITE, 2016).
Apesar de todos os esforços, é importante salientar que
promover saúde, através de educação, não pode se restringir apenas ao espaço
das UBSs, deve haver uma aproximação máxima dos atores sociais, nesse caso os
adolescentes, por meio das redes de suporte social, com atividades no próprio
território adscrito (SALUM; MONTEIRO, 2015).
Os profissionais da saúde mostram-se importantes na
tarefa de promoção da saúde dos indivíduos, por isso a educação é tida como
principal estratégia para tal, por meio da realização de uma ação continuada de
construção do conhecimento, o que permite a independência da população no
autocuidado e o trabalho de uma equipe multiprofissional com o intuito de
atender as demandas dos seus pacientes.
Logo, a educação em saúde para os adolescentes não se
baseia apenas na transferência de conhecimento, visto a complexidade dessa
faixa etária. Por isso, faz-se necessária a sensibilização do público. Assim,
além do embasamento teórico, o educador deve dispor de um olhar humanizado e
respeito pela subjetividade e autonomia dos indivíduos. É perceptível, então,
uma relação íntima entre educação e saúde.
As políticas públicas são importantes para a prevenção e
o enfrentamento do consumo de drogas, pois criam um ambiente favorável para a
assistência. Apesar das propostas de
educação em saúde serem bem elaboradas ainda há necessidade de avanços quanto à
aplicabilidade das mesmas, além da necessidade dos profissionais de
autonomizarem-se como educadores em saúde.
Referências:
ALMEIDA,
E. R.; MOUTINHO, C. B.; LEITE, M. T. S. Family health nurses’ teaching practice
in the health education development. Interface, Botucatu, v. 20, n. 57, p. 389-401, 2016.
BRASIL. Ministério da Saúde; Ministério da Educação. Programa Saúde na Escola. Brasília:
Editora do Ministério da Saúde, 2008.
DIAS, M. A. B. Políticas
públicas para o combate às drogas no Brasil. Monografia (graduação) p. 49.
Universidade Presidente Antônio Carlos –
UNIPAC, Barbacena, 2012.
SALUM, G. B.; MONTEIRO, L. A. S. Educação em saúde para
adolescentes na escola: um relato de experiência. Rev Min Enferm. v. 19, n. 2, p. 246-51, 2015.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Fabrícia Vidal e pelo Professor Dr. Marcelo Costa.
Comentários
Postar um comentário