Saúde do homem: para além do câncer de próstata
A Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem
(PNAISH) foi criada em 27 de agosto do ano 2009, por meio da Portaria N°
1.944/GM, do Ministério da Saúde, com vista a melhorar e promover qualidade de
saúde da população masculina, na busca da compreensão da singularidade e
fortalecimento da qualidade de vida dessa população. Sendo que esta política é
implementada pela Coordenação Nacional da Saúde do Homem (CNSH) devido à atuação
especifica com o público alvo dos serviços a estes destinados (BRASIL, 2009).
Mas quando se fala em saúde do homem em muitos casos pensa-se logo no câncer de
próstata, e não busca ampliar os olhares em torno do que outros elementos
possam acometer o bem-estar e o papel por eles construídos na sociedade (BRAZ,
2005).
Nota-se que há restrições ou centralizações das ações e serviços de saúde focados nos aspectos biológicos do homem, tendo o ápice da programação ministerial no novembro azul, onde é enfatizado a prevenção do câncer de próstata. Tal prática reflete resquícios do modelo sanitarista-campanhista, bem como o modelo biomédico de queixa conduta, totalmente incongruentes, inclusive, com os pressupostos do Sistema Único de Saúde.
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Nota-se que há restrições ou centralizações das ações e serviços de saúde focados nos aspectos biológicos do homem, tendo o ápice da programação ministerial no novembro azul, onde é enfatizado a prevenção do câncer de próstata. Tal prática reflete resquícios do modelo sanitarista-campanhista, bem como o modelo biomédico de queixa conduta, totalmente incongruentes, inclusive, com os pressupostos do Sistema Único de Saúde.
Há, portanto, a necessidade de buscar romper com esses
modelos tradicionais, visto que os mesmos visualizam o homem somente na
dimensão biológica e em específico os elementos atrelados ao câncer de
próstata.
O homem, enquanto ser social, possui uma diversidade de
dimensões que em momentos da sua vida possuem alterações, as quais demandam de
intervenções específicas em saúde, tais com a dimensão cultural, espiritual,
estética, social e educacional.
Nessa perspectiva, almeja-se sensibilidade por parte dos
profissionais da saúde, como também dos programas ministeriais por práticas que
possam traduzir novas possibilidade de produção em saúde, tendo como eixo
balizador as tecnologias interacionistas, as quais possam inclusive fomentar o
cuidado longitudinal, ou seja, ao longa da vida do homem.
Refletir que os mesmos não são formados apenas de
próstata, mas de todo um conjunto de elementos que compõem todo o seu ser e que
estes necessitam de um olhar diferenciado, tendo suas necessidades priorizadas
em todos os níveis de saúde. Deve ter o homem como um ser constituído de
necessidades e qualidades biopsicossociais e que estas devem ser cuidados
cotidianamente e preservados para uma melhor qualidade de vida.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Institui no âmbito do
Sistema Único de Saúde a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem
(PNAISH). Diário Oficial da União, 2009.
BRAZ, M. A construção da subjetividade masculina e seu
impacto sobre a saúde do homem: reflexão bioética sobre a justiça distributiva.
Rev. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, vol. 10, n° 1, 2005.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Geísa Batista Leandro e pelo Professor Dr. Marcelo Costa.
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