Tuberculose na Atenção Básica: respirando práticas de cuidado em saúde

A Tubercusole (TB) é uma doença infecto-contagiosa ocasionada pelo Mycobacterium tuberculosis. A TB afeta principalmente os pulmões, mas também pode afetar outros órgãos, como rins, ossos e meninges. No Brasil, esta doença constitui sério prolema de saúde pública. Segundo o Ministério da Saúde são notificados por ano, aproximadamente 70 mil novos casos e ocorrem cerca de 4,6 mil mortes resultantes da doença. Entretanto, nos últimos 17 anos, a tuberculose apresentou queda de 38,7% na taxa de incidência e 33,6% na taxa de mortalidade. Em nosso país, a incidência de casos de tuberculose passou de 38,7 casos/100 mil habitantes em 2006 para 30,9 casos/100 mil habitantes em 2015 (BRASIL, 2016).
(FONTE: usp.br/imprensa/wp-content/uploads/FSP-cartaz-contra-tuberculose-do-Minist%C3%A9rio-da-Sa%C3%BAde.jpg)
A forma pulmonar da doença é a mais importante para a saúde pública, pois essa forma é a principal causadora da transmissão por via aérea da doença. A tuberculose pode manisfestar sinais e sintomas diversos, como febre ao final da tarde, sudorese noturna, cansaço, falta de apetite e emagrecimento, contudo, a tosse, produtiva ou não, continua sendo o principal deles. Pessoas com tosse por três semanas ou mais devem ser investigadas para tuberculose (BRASIL, 2016).

De acordo com o Ministério da Saúde, a prevenção da doença consiste em imunizar as crianças preferencialmente nas primeiras horas de vida ou no máximo até quatro anos de idade, com a vacina BCG. Além disso, deve-se evitar locais fechados, mal ventilados e com aglomerações de pessoas.

No que se refere a Atenção Básica, esse nível de saúde possui como ações prioritárias com relação a esta doença: identificar os sintomáticos respiratórios, fazer o diagnóstico de TB, realizar o tratamento da doença e acompanhar o usuário. O tratamento dura no mínimo seis meses, sem interrupção. Os fármacos que constituem o esquema básico são: rifampicina; isoniazida; pirazinamida e etambutol. De acordo com o Ministério da Saúde, se realizada a terapia medicamentosa corretamente, a tuberculose é curável em quase 100% dos casos.

Para que o tratamento se torne efetivo, faz-se necessária a criação de vínculo entre o profissional de saúde e o usuário. Esse elo criado ajuda no cumprimento adequado do tratamento e diminui a chance de abandono. O cuidado realizado deve permitir a identificação precoce na doença (RÊGO et al., 2015). A Atenção Básica também busca garantir que toda a população tenha acesso às ações de controle de TB. A equipe de saúde deve orientar o paciente sobre as características da doença e do tratamento. O paciente precisa saber quais os benefícios do uso das medicações e quais os malefícios do uso inaquadequado destes, bem como seus efeitos adversos. (BRASIL, 2016).

Destaca-se ainda como competências da Atenção Básica no combate à TB: identificar os sintomáticos respiratórios, realizar coleta de escarro para exame de baciloscopia, indicar o esquema básico, realizar o tratamento diretamente observado, fazer o controle dos faltosos, acompanhar os casos atendidos e encaminhados pelas referências (BRASIL, 2011).

Segundo Silva et al. (2014), o tratamento diretamento observado (TDO) é uma das práticas em saúde realizadas na Atenção Básica. Esse tratamento consiste na monitorização da administração dos medicamentos. Seu propósito é a adesão dos pacientes ao tratamento, reduzindo os casos de abandono, prevenir a resistência às medicações e buscar a cura da doença. No TDO são consideradas 24 tomadas da medicação na fase de ataque e 48 na fase de manuntenção. Através desse tratamento também são definidas estratégias a partir das necessidades identificadas.

Embora o avanço na identificação e no tratamento da tuberculose seja bastante sigificativo, ainda pode-se perceber o despreparo dos profissionais de saúde para identificação dos casos e desistência do tratamento por parte de muitos pacientes. Isso remete a pensar maneiras de qualificar as ações para controle da doença e colocar em prática formas para reduzir o número de abandonos e alcançar a cura.

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Manual de recomendações para o controle da tuberculose no Brasil. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. - Brasília: Ministério da Saúde, 2011.

________. Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Tuberculose. Brasília: Ministério da Saúde, 2016. Disponível em: http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/noticias-svs/22740-incidencia-da-tuberculose-cai-20-2-no-brasil-em-uma-decada.

RÊGO, C. C. D. et al. Processo de trabalho da enfermeira junto à pessoa com tuberculose na atenção primária à saúde. Revista Baiana de Enfermagem, Salvador, v. 29, n. 3, p. 218-228, jul./set. 2015.

SILVA, D. M. da et al. Avaliação de desempenho de Serviços da Atenção Básica para o tratamento da tuberculose. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo, v. 48, n. 6, p. 1044-1053, dez. 2014.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Paloma Karen e pelo Professor Dr. Marcelo Costa.

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