Rede Cegonha: Conhecendo novas estratégias na Atenção em Saúde
A Rede Cegonha (RC) foi instituída pela Portaria n°
1.459/GM/MS, de 24 de junho de 2011, que tem por finalidade garantir à mulher
os direitos ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada durante a gravidez,
ao parto e ao puerpério, como também assegurar o direito ao nascimento seguro e
o desenvolvimento saudável da criança dos zero aos vinte e quatro meses de
vida. Estratégia esta embasada nos fundamentos da humanização e da assistência
(BRASIL, 2011a).
Ao ser implantada no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS), deve estar alinhada aos seus princípios de universalidade, integralidade
e equidade, garantindo uma melhor prestação de cuidados aos indivíduos
envolvidos. A RC não busca somente definir questões estruturais e
financiamentos, mas viabilizar a organização da rede de atenção à saúde materna
e infantil garantindo acolhimento, acesso e resolutividade dos casos, e reduzir
a mortalidade de ambos (BRASIL, 2011b). A sua implantação deve ser realizada
gradativamente de acordo com os dados epidemiológicos que evidenciam as taxas de
mortalidade infantil, razão da mortalidade materna e densidade populacional
(BRASIL, 2011a).
(FONTE: www.redehumanizasus.net) |
Os investimentos a serem realizados se organizam em
quatro componentes: Pré-Natal; Parto e Nascimento; Puerpério e Atenção Integral
à Saúde da Criança; e o Sistema Logístico. Cada componente irá definir os
repasses financeiros para os municípios que realizam tais atendimentos e
procedimentos, e de acordo com as necessidades que o MS for encontrando. É
objetivo da RC fornecer total assistência à mãe e ao bebê, por meio de
consultas e exames pré-natais, insumos para a higiene e vestimenta da criança,
além de materiais e instrumentos necessários para a realização das consultas e
procedimentos a serem prestados nas unidades de serviços de saúde (OLIVEIRA et
al., 2016).
Como parâmetros de avaliação da RC foram instituídos sete
indicadores estratégicos: o Sistema de informação pré-natal (Sisprenatalweb)
implantados nos municípios; implantação do teste rápido de gravidez, sífilis e
HIV nos serviços de atenção à saúde da mulher; atualização do mapa de
vinculação das gestantes; fortalecimento do Fórum Perinatal; contratualização
das maternidades (as que prestam atendimentos e são referências regionais);
presença de acompanhante em tempo integral e de forma livre escolha implantada;
e realização de acolhimento com classificação de risco implantada. De modo que
os investimentos oriundos do MS e repassados aos municípios possam fortalecer e
qualificar o atendimento e viabilizar adequação da infraestrutura, no que se
refere à quantidade de leitos nas áreas de terapia intensiva ou dos demais
cuidados infantis das instituições materno-infantis (BRASIL, 2011a).
E por se tratar de uma rede de atenção à saúde, a mesma
deve estar paulatinamente interligada na Atenção Básica com os hospitais e as
demais redes, a fim de serem atendidos na sua integralidade e
multidimensionalidade, em decorrência de vários fatores que venham interferir
no transcorrer da gestação até aos dois anos de vida das crianças. Embora deva
ser levado em conta que a RC assisti mulheres que não desejaram a gravidez, mas
que a mesma tem o direito de ter toda a atenção necessária de saúde a ela e o
bebê suprindo assim as suas necessidades (OLIVEIRA, 2011).
Logo a RC busca intensificar a natureza do parto
diminuindo os procedimentos invasivos. E para que seja implantada e tenha um
bom funcionamento deverá aos profissionais a estes serviços encarregados irem a
busca de qualificações, instruções, treinamentos, como também as próprias
instituições fornecer subsídios para tal desempenho desejado. A estes
profissionais cabem possuir um olhar sensibilizado para a humanização para com
os pacientes, atendendo ao parto não só como um processo fisiológico, mas que
envolve outras dimensões: a psicológica e contexto sociocultural da gestante.
Referências
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria nº 1459 de 24 de
junho de 2011: Institui no âmbito do SUS a Rede Cegonha. Gabinete do Ministério, Brasília, 2011a.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de
Saúde. Manual Prático para Implementação
da Rede Cegonha. Brasília, 2011b.
OLIVEIRA, M. Rede Cegonha: cuidado que começa no
pré-natal. Rev. Brasileira Saúde da
Família, Brasília, v. 12, n. 30, p.35-8, 2011.
OLIVEIRA, et al. Reflexões acerca da atuação do enfermeiro
na rede cegonha. Rev enferm UFPE on
line., Recife, v. 10, n. supl. 2, p. 867-74, 2016.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Geisa Batista e pelo Professor Dr. Marcelo Costa.
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