A Doença de Alzheimer e seu Cuidador

A Doença de Alzheimer (DA) é uma patologia incurável que tende a se agravar com o decorrer do tempo. A Associação Brasileira de Alzheimer classifica a doença como a perda das funções cognitivas: memória, orientação, atenção e linguagem (FONSECA; SOARES, 2008).  É causada pela morte de células cerebrais através do acúmulo de proteínas dentro (proteína Taú) e fora (proteína Beta- Amiloide) dos neurônios, em formas que não são normalmente encontradas no cérebro. É uma afecção que afeta prioritariamente a comunidade idosa, talvez por isso, seja conhecida de maneira errônea como “caduquice” ou “esclerose”. Embora não possuir cura, pode e deve ser tratada.  (ARAUJO; OLIVEIRA; PEREIRA, 2012).
FONTE: http://ichef.bbci.co.uk/news/660/media/images/70404000/jpg/_70404645_m1080569-alzheimer_s_disease-spl.jpg

O envelhecimento populacional das últimas décadas tem causado o crescimento das doenças crônicas e neurodegenerativas, como é o caso da DA. Somente no ano de 2010, mais de 35 milhões de pessoas viviam com esse tipo de doença. Responsável por 50-70% de todas as demências, a DA é progressiva e possui início insidioso, quando descoberta inicialmente, torna-se possível o retardo do seu avanço garantindo maior controle sobre os sintomas, melhorando assim, a qualidade de vida do doente e seu cuidador (VIDGAL et al., 2014).

As doenças crônicas degenerativas são as que mais acometem a população idosa, tendem a causar modificações na qualidade de vida e principalmente a capacidade funcional desses indivíduos; no caso da DA sua progressão ocasiona aumento da demanda de cuidados ao idoso, requerendo supervisão constante. De acordo com Seima, Lenardt e Caldas (2014), o idoso torna-se cada vez mais dependente de cuidados, emergindo a necessidade de que uma pessoa assuma o papel de cuidador.

Segundo as políticas públicas da pessoa idosa, esse cuidador deve ser algum membro da família que o mantenha o mais próximo do seu lar, proporcionando conforto e preservando o máximo possível de sua identidade (BRASIL, 2006).

O cuidador por sua vez, depara-se com novas dificuldades cotidianas, incorporam atividades que passam a ser de sua inteira responsabilidade, demandando tempo e dedicação que podem causar-lhe sobrecarga refletindo negativamente em sua vida.
No entanto, essa sobrecarga não deve ser conduzida ao doente, o que externa a necessidade de o cuidador também ser cuidado e continuar com a realização de atividades que lhe proporcione prazer, para que assim, suas ações de ajuda estejam arraigadas a gestos de carinho.

Para tanto, é essencial que os cuidadores tenham conhecimento sobre a patologia entendendo como suas ações podem influenciar significativamente na qualidade de vida do paciente, sendo essencial o amparo aos cuidadores por meio de grupos de apoio ou grupos de educação em saúde aliados a esclarecimento da doença e políticas públicas que ofertam suporte ao cuidador e paciente.

Referências
ARAUJO, C. L. O., OLIVEIRA, F. G., PEREIRA, J. M. Perfil de cuidadores de idosos com Doença de Alzheimer. Revista Kairós Gerontologia.  vol. 15, n. 2, p.119-137. 2012.

Brasil. Portaria n. 2.528, de 19 de outubro de 2006. Aprovada a Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa. Diário oficial da União. Disponível em: <http://www.saudeidoso.icict.fiocruz.br/pdf/PliticaNacinaldeSaudedaPessoaIdosa.pdf>.Acesso em: 20 de novembro de 2016.

FONSECA, A. M., SOARES, E. O cuidador e os cuidados ao portador de doença de
Alzheimer: contribuições à enfermagem. Rev. Min. Enferm. Minas Gerais. vol. 12, n. 4, p. 501-507, out./dez., 2008.

SEIMA, M. D., LENARDT M. H.,  CALDAS, C. P. Relação no cuidado entre o cuidador familiar e o idoso com Alzheimer. Rev Bras Enferm. vol. 67, n. 2, p. 233-240, mar-abr; 2014.

VIDGAL, F. C. et al. Satisfação em cuidar de idosos com alzheimer: percepções dos cuidadores familiares. Cogitare Enferm. vol. 19, n. 19, p. 768-775, Out/Dez; 2014.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Rayara Ribeiro e pela Professora Me. Fabiana Ferraz.

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