Resiliência em Idosos
O envelhecimento é uma constante invariável da vida trazendo
consigo mudanças de ordem biológica, funcional, cognitiva e motora, influenciando
na qualidade de vida de idosos condicionadas as dimensões emocionais,
culturais, físicas e sociais que se interligam a esfera da vida como trabalho,
saúde física e convívio social (SILVA et al.,2012).
(FONTE:blog.willis.com/2013/10/resilience-for-the-long-term/) |
As diversas mudanças pelas quais os idosos passam, podem ocasionar anseios negativos, tais como: inutilidade, falta de controle sobre si mesmo, falta de autonomia e abandono, enaltecendo a necessidade de motivação e superação, a fim do idoso se proteger de situações de risco e condições adversas, bem como conviver e compensar possíveis perdas (FERREIRA; SANTOS; MAIA, 2012).
Como o envelhecimento pode
caracterizar-se por períodos de finalização e estagnação de vida, somado a
perdas afetivas e temor da morte, sem total possibilidade de crescimento, mesmo
que aparentemente (FERREIRA;
SANTOS; MAIA, 2012), nessa fase, a somatização
de perdas físicas e materiais, pode refletir distintamente em cada ser
ocasionado diversas reações.
No entanto, segundo Araújo e
Fardo (2016) o funcionamento cognitivo e emocional não é necessariamente
interrompido por perdas de funcionalidade. Pessoas idosas com vastas
experiências de vida conseguem ativar mecanismos compensatórios para lidar com
perdas, distanciando-se de si mesmo e reavaliando situações de modo positivo.
Atualmente, tem sido bastante
empregado o termo resiliência nos mais diferentes contextos, principalmente,
quando este se encontra relacionado à vida adulta e velhice. Inicialmente, a
resiliência foi definida no âmbito das ciências exatas, originária do latim resilio, sendo descrita como a
capacidade de certos materiais retornarem ao seu estado anterior após sofrida
pressão (FERREIRA, 1975). No que tange ao aspecto do ser humano, a resiliência
é toda a capacidade que um indivíduo tem para enfrentar, vencer, responder,
transformar e ser fortalecido pela adversidade da vida, reagindo de forma
positiva (SANTOS et al., 2016).
Pode-se assim compreender a
resiliência como uma forma de adaptação as situações diversas, por meio do
desenvolvimento de recursos internos e externos (fatores protetores), através
do ambiente afetivo e social, na qual ocorre a construção psíquica adequada à inserção
social. Instrumento valioso na prevenção de doenças e agravos e na promoção da
saúde, principalmente de idosos (FONTES; NERI, 2015).
Para Fontes et al., (2015) a resiliência psicológica é um
fator de proteção para as desordens psicóticas, onde indivíduos resilientes seriam
possuidores de habilidades como autoconfiança e autoeficácia, na qual seriam
capazes de resolver seus problemas interpessoais de maneira satisfatória e
superariam dessa forma os efeitos negativos causados pelo estresse, promovendo
assim uma adaptação e capacidade de reserva de recursos psicológicos para o
controle de crenças e competências pessoais.
Nesse contexto, pode-se
concluir que a capacidade de resiliência está intimamente ligada ao emocional,
bem estar físico e psicológico que deve sempre ser trabalhado e estimulado,
principalmente entre os idosos, para que os mesmo sintam que eles de maneira
independente e autônoma são capazes de vencer seus medos, anseios e
dificuldades.
Todo profissional da saúde que
lida diariamente com idosos deve procurar exercer sua profissão com olhar
holístico e humanizado, levando sempre em conta a particularidade de cada ser,
buscando compreender a essência da integralidade e singularidade. Desse modo os
profissionais da saúde poderão de fato exercer com excelência suas funções de
protetores, executores e promotores da saúde e bem estar, proporcionando boa
qualidade de vida.
Referências
ARAÚJO, C. L. O.; FARO, A. C. M . Estudo sobre a resiliência em idosas do Vale do Paraíba, São Paulo, Brasil. Revista Electrónica Trimestral de Enferméria, n. 42, 2016.
FERREIRA, A. B. H. Novo
dicionário da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
1975.
FERREIRA, C. L.;
SANTOS, L. M. O.; MAIA, E. M. C. Resiliência em idosos atendidos na Rede de
Atenção Básica de Saúde em município do nordeste brasileiro. Rev. Esc.
Enferm, São Paulo, vol.46, n.2, p.328-34, 2012.
FONTES, A. P. et al. Resiliência psicológica: fator de
proteção para idosos no contexto Ambulatorial. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol, Rio de Janeiro, vol.18, n.1, p.7-17,
2015.
FONTES, A. P.; NERI, A. L. Resiliência e velhice: revisão de literatura. Ciência & Saúde Coletiva, Rio de
Janeiro, vol.20, n.5, p.1475-1495, 2015.
SANTOS, R. P. et al. Resiliência em pessoas idosas
portadoras de câncer em contextos distintos. Enfermagem Brasil, vol.15, n.1, 2016.
SILVA, E. A. P. C. et al. Resiliência e saúde: uma análise da qualidade de vida em idosos. Revista ConScientiae Saúde, vol.11, n.1, p.111-118, 2012.
SILVA, E. A. P. C. et al. Resiliência e saúde: uma análise da qualidade de vida em idosos. Revista ConScientiae Saúde, vol.11, n.1, p.111-118, 2012.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Lana Lívia Linard e pela Professora Me. Fabiana Ferraz.
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