PERFIL DOS PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 1 E 2
PERFIL DOS PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 1 E 2
1 INTRODUÇÃO
A classificação do diabetes mellitus (DM) permite o tratamento adequado e a definição de estratégias de rastreamento de comorbidades e complicações crônicas. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) recomenda a classificação baseada na etiopatogenia do diabetes, que compreende o diabetes tipo 1 (DM1), o diabetes tipo 2 (DM2), o diabetes gestacional (DMG) e os outros tipos de diabetes.
2 PERFIL DOS PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 1
ETIOLOGIA: O DM1 apresenta deficiência grave de insulina devido a destruição das células ß, associada à autoimunidade. A apresentação clínica é abrupta, com propensão à cetose e cetoacidose, com necessidade de insulinoterapia plena desde o diagnóstico ou após curto período.
PREVALÊNCIA: O DM1 é mais comum em crianças e adolescentes. Estima-se que no Brasil exista aproximadamente 564.249 pessoas com DM1, sendo 109.827 com idades inferiores a 20 anos e 454.070 com mais de 20 anos de idade, deixando o Brasil em terceira colocação entre os países com mais pessoas com diagnóstico de DM1, sendo a segunda doença crônica mais comum na infância. O estado de São Paulo apresenta os maiores índices do diabetes tipo 1 e o sexo mais predominante é o feminino. A maioria dos pacientes descreviam ter poliúria, perda de peso e vertigem como perfil clínico da doença. O Royal College of General Practitioners National Health Service Diabetes (RCGO/NHS) sugere que pacientes com idade menor do que 35 anos e tempo de insulina menor do que 6 meses sejam classificados como DM1. No caso de suspeita, o tratamento com insulina deve ser iniciado imediatamente, independentemente da confirmação laboratorial do diagnóstico.
PICO DE INCIDÊNCIA: O pico de incidência do DM1 ocorre na infância e adolescência, entre 10 e 14 anos de idade e, menos comumente, em adultos e idosos. Adultos que apresentam destruição das células β pancreáticas devido ao processo autoimune, têm o diagnóstico de diabete mellitus autoimune do adulto.
RELAÇÃO COM OUTRAS DOENÇAS AUTOIMUNES: Algumas doenças autoimunes são mais frequentemente encontradas em pacientes com DM1. As principais são o hipotireoidismo e a doença celíaca, com prevalência de 17% a 30% e de 1,6% a 16,4%, respectivamente. Outras condições autoimunes, como insuficiência adrenal primária, hepatite autoimune, gastrite autoimune, dermatomiosite e miastenia grave, embora menos frequentes, também têm uma ocorrência maior em pacientes com DM1, comparados à população geral.
3 PERFIL DOS PACIENTES DIABÉTICOS TIPO 2
ETIOLOGIA: O diabetes tipo 2 é caracterizado por quadros de hiperglicemia decorrente da incapacidade das células do corpo de responder totalmente à insulina, uma condição denominada resistência à insulina.
PREVALÊNCIA: É o tipo mais comum de diabetes, responsável por mais de 90% de todos os diabetes em todo o mundo. Globalmente, a prevalência da diabetes tipo 2 é elevada e é notório um aumento em todas as regiões. Este aumento é impulsionado por um estilo de vida sedentário da população associado ao consumo de alimentos não saudáveis, resultando em quadros de obesidade. O Brasil tem cerca de 16,8 milhões de pessoas com a doença, mais de 14 milhões com tipo 2, ocupando o 6º lugar no ranking. A estimativa para 2045 é de que 20 milhões de pessoas terão diabetes no Brasil, segundo o último Atlas do Diabetes da International Diabetes Federation (2019). No Brasil, 90% dos casos de diabetes são do tipo 2 e 89% deles estão relacionados à hereditariedade, de modo que dois em cada 10 brasileiros têm obesidade e mais da metade dos brasileiros está com sobrepeso (55,4%).
RELAÇÃO DIABETES MELLITUS TIPO 2 E COVID-19: As pessoas que vivem com a enfermidade também estão dentro do grupo de risco de alguns vírus respiratórios, como o SARS-CoV-2 causador do Covid-19, já que a hiperglicemia compromete a resposta imune do organismo, dificultando o combate às infecções. Essa suscetibilidade acontece, pois, as infecções virais podem aumentar a inflamação do organismo da pessoa com a doença, principalmente quando o diabetes está associado à obesidade, que é uma doença inflamatória de tecidos.
COMPLICAÇÕES ASSOCIADAS: Esta doença pode apresentar diversas complicações, dentre elas, a insuficiência renal, amputação de membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular.
Eixo Temático: Síndrome Metabólica
Linha de Pesquisa: Tecnologias Cuidativo-Educacionais: Desenvolvimento e Inovação no Campo da Saúde
Orientadora: Profa. Dra. Rafaelle Cavalcante de Lira
Produção: Guilherme Matos
3 REFERÊNCIAS
American Diabetes Association. (2019). Diabetes Care: Standards of Medical Care in Diabetes Diabetes Care. Virgínia.
ANTUNES, Ygor Riquelme et al. Diabetes Mellitus Tipo 2: A importância do diagnóstico precoce da diabetes Type 2 Diabetes Mellitus: The importance of early diabetes diagnosis. Brazilian Journal of Development, v. 7, n. 12, p. 116526-116551, 2021.
ASTRO, R. M. F. de; SILVA, A. M. do N.; SILVA, A. K. dos S. da; ARAÚJO, B. F. C. de; MALUF, B. V. T.; FRANCO, J. C. V. Diabetes mellitus e suas complicações - uma revisão sistemática e informativa/ Diabetes mellitus and its complications - a systematic and informative review. Brazilian Journal of Health Review, [S. l.], v. 4, n. 1, p. 3349–3391, 2021.
CAVALCANTE, Maria Eduarda Pires Lima et al. Perfil social e clínico de crianças e adolescentes com diabetes mellitus tipo 1. Revista de Enfermagem da UFSM, v. 13, p. e7-e7, 2023.
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