Prevenção de Câncer do Colo do Útero: Características e Dificuldades na realização do Exame na Atenção Básica

O câncer do colo do útero é causado por infecções persistentes por alguns tipos do Papilomavírus Humano – HPV.  A infecção genital por este vírus ocorre com muita frequência, mas na maioria das vezes não desencadeia a doença, porém em alguns casos é possível que ocorra alterações celulares que possam evoluir para o câncer. É o terceiro tipo de câncer mais frequente nas mulheres e que teve como estimativas de novos casos no ano de 2014 de 15.590 (BRASIL 2014).
O câncer cervical como também é conhecido, quando diagnosticado na fase inicial, suas chances de cura são de 100%. Esse alto potencial de prevenção e cura é justificado pela evolução lenta da doença, com etapas bem definidas e facilidade de detectar precocemente as alterações, viabilizando diagnóstico rápido e tratamento eficaz.

O controle do câncer cervical perpassa por todos os níveis de atenção, com destaque nas ações preventivas e detecção precoce, encaminhamento para tratamento em níveis de alta complexidade, compreendendo essas responsabilidades à Atenção Básica (AB), que após a cura ainda permanece responsável pelo o acompanhamento das clientes, e assim prevenir recidivas. (BOTTARI, VASCONCELLOS, MENDONÇA 2008).

As estratégias utilizadas para a detecção precoce são o diagnóstico precoce que aborda mulheres com algum sinal/sintoma da doença e o rastreamento que compreende na aplicação de testes e exames a pacientes aparentemente saudáveis com o objetivo de identificar lesões sugestivas de câncer e assim encaminhá-las para investigação e tratamento (BRASIL 2013).

A realização do exame preventivo do câncer do colo do útero (Papanicolaou) é a estratégia mais adotada para detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença. O exame está disponível para realização nas unidades de saúde que tenham disponível no seu corpo de equipe profissionais capacitados. O exame é indolor, simples e rápido.

Algumas medidas podem ser tomadas para garantir um resultado seguro como: não ter relações sexuais no dia anterior ao exame (mesmo que seja com camisinha); evitar uso de duchas, medicamentos vaginais e anticoncepcionais locais nas 48 horas antes da realização do exame; a mulher não pode estar menstruada, porque a presença de sangue pode dificultar o resultado.

O exame preventivo é recomendado para toda mulher que tem ou já teve vida sexual ativa e que estão na faixa etária de 25 e 64 anos de idade. É recomendado que nos dois primeiros exames sejam realizados anualmente, se os resultados estiverem normais o exame pode ser realizado a cada três anos, isso é justificado pela longa e lenta evolução da doença. (BRASIL 2013).

Na cobertura do controle do câncer do colo do útero ainda se encontra fatores que dificultam na prevenção que transitam desde a resistência cultural, do próprio medo e receio das clientes na realização do exame, tabus da sexualidade, limitação ao acesso de informações dos benefícios da detecção precoce da doença, profissionais não capacitados, falta de matérias para a realizações do exame nas unidades básicas e infraestrutura deficientes das mesmas.

Sendo assim, a sensibilização do público é um dos pontos que devem ser abordados com ênfase na AB, como também ações que atuem nos determinantes do processo saúde-doença e que promovam a qualidade de vida são fundamentais, a melhoria do acesso aos serviços de saúde ampliando a cobertura das ações educativas, garantindo amplo acesso as informações de forma claras dos benefícios que são garantindo na detecção precoce do câncer do colo de útero e do seu tratamento nos estágios iniciais.

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Câncer do Colo do Útero. 2014. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/colo_utero/definicao

BOTTARI, C. M. S; VASCONCELLOS, M. M; MENDONCA, M. H. M. Câncer cérvico-uterino como condição marcadora: uma proposta de avaliação da atenção básica. Cad. Saúde Pública, v. 24, supl. 1, Rio de Janeiro p.111-122, 2008.

BRASIL. Ministério Da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. n:13; Brasília-DF 2013.

Texto produzido pela Acadêmica de Enfermagem Jéssica Almeida e pelo Professor Me. Marcelo Costa

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