Manejo Clínico do Zika Vírus

O vírus da Zika é um vírus de RNA, arbovírus, do gênero Flavivirus. Essa doença tem como principal modo de transmissão o vetorial, ou seja, envolve mosquitos pertencentes ao gênero Aedes e mais particularmente, é transmitida por meio da picada do mosquito fêmea infectada do Aedes aegypti. causando quadro clínico semelhante a dengue. Também pode ser transmitida por via sexual, por transfusão sanguínea e neonatal.
Segundo Caveião (2015), os sintomas clínicos da infecção por Zika não é específica, portanto, pode equivocar-se com outras doenças febris, como a dengue e a febre chikungunya. Diante das semelhanças dos sintomas relacionados ao quadro febril, os pacientes não procuram os serviços de saúde, o que contribuí para a subnotificação dos casos.

Quando sintomática, os sinais e sintomas mais comuns são febre baixa, cefaleia, dores no corpo, exantema maculopapular, edema, em alguns casos, conjuntivite e fotofobia. Apresenta evolução benigna na grande maioria dos casos, tendo desaparecimento dos sintomas espontaneamente entre 3 a 7 dias. No entanto, em alguns pacientes, a artralgia pode persistir por cerca de um mês.

É inexistente a imunização contra o Zika vírus, dessa forma, deve-se praticar mais condutas de prevenção que combatam o foco dos vetores. O tratamento para o Zika é sintomático, ou seja, não há tratamento específico para a doença, e somente para o alívio dos sintomas. O tratamento para aliviar sintomas visa a administração de analgésicos, anti-inflamatórios e antitérmicos livres de ácido acetilsalicílico (CAVEIÃO, 2015). O paracetamol e a dipirona são os medicamentos de escolha para o alívio dos sintomas de dor e febre devido ao seu perfil de segurança, sendo recomendado tanto pelo Ministério da Saúde, como pela Organização Mundial da Saúde.

Diante disso, há a necessidade que assim que surjam os primeiros sintomas, deve-se procurar atendimento médico o mais precocemente para ser realizado um melhor diagnóstico da doença. O diagnóstico deverá ser feito por meio de análise clínica e exame sorológico, de sangue.

Todavia, não existem guias que orientem o tratamento. Assim, o manejo depende de relatos de outras epidemias (asiáticas e africanas) e da experiência adquirida na abordagem de outras arboviroses, como dengue. O tratamento da febre Zika inclui, basicamente, repouso, hidratação e tratamento sintomático (LUZ; SANTOS; VIEIRA, 2015).

Os profissionais devem discutir ações e propostas para prevenir a propagação de doenças transmitidas pelo Aedes, através de estratégias de educação em saúde, com o foco de orientar a população quanto aos meios de proteção como uma das ações fundamentais para controle da doença. Como também, a capacitação dos profissionais de saúde como sendo um meio para que consiga minimizar a quantidade de usuários com essa enfermidade, utilizando de recursos que proporcionem conhecimento a população.

Assim, independentemente da confirmação das amostras para o vírus Zika, é importante que os profissionais de saúde se mantenham atentos frente aos casos suspeitos de dengue nas unidades de saúde e adotem as recomendações para manejo clínico conforme o preconizado no protocolo vigente, na medida em que esse agravo apresenta elevado potencial de complicações e demanda medidas clínicas específicas, incluindo-se a classificação de risco, hidratação e monitoramento (BRASIL, 2015).

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Protocolo de atenção à saúde e resposta à ocorrência de microcefalia relacionada à infecção pelo vírus Zika. Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde – Brasília: Ministério da Saúde, 2015.

CAVEIÃO, C. Vírus Zika suas complicações relacionadas à microcefalia e guillain-barré. Cad. da Esc. de Saúde, Curitiba, v.1, n.15, 2016.

LUZ, K. G; SANTOS, G. I. V; VIEIRA, R. M. Febre pelo vírus Zika. Epidemiol. Serv. Saúde, Brasília, n. 4, v. 24), 2015.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Marília Moreira e pelo Professor Me. Marcelo Costa.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Adolescência e a puberdade: limites entre a maturação sexual e a erotização