NASF e a Integralidade do Cuidado na Atenção Básica
O Programa de Saúde da
família, atualmente denominado de Estratégia de Saúde da Família, teve início
em 1994 com o objetivo de reorganizar o modelo assistencial da Atenção Básica
de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS), que são eles: a
universalidade, integralidade e a equidade. Entre as características desse
modelo estão: o primeiro contato do usuário na rede assistencial, a
continuidade e longitudinalidade do cuidado, a integralidade da atenção e a
coordenação do cuidado dentro do sistema.
Para ampliar a capacidade dessas características, o
Ministério da Saúde por meio da portaria nº 154 de 24 de janeiro de 2008, cria
o Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que se caracteriza por ser equipes
multiprofissionais que trabalham de forma complementar e integral ao trabalho
das Equipes de Saúde da Família, apoiando e compartilhando práticas em saúde nos
territórios que estão sob responsabilidade das mesmas, além de oferecer apoio
amplo através dos princípios da territorialização e regionalização, o que torna
a integralidade do cuidado um dos objetivos principais para a efetivação da
Atenção Básica.
Para a integralidade da atenção
dentro do primeiro nível de atenção, as atividades do NASF são desenvolvidas a
partir de nove áreas temáticas, que são elas: atividade física e/ou práticas
corporais; práticas integrativas e complementares/ acupuntura e homeopatia;
reabilitação; alimentação e nutrição; saúde mental; serviço social; saúde da
criança e do adolescente; saúde da mulher e assistência farmacêutica
(GONÇALVES, et al., 2015). Para a realização dessas ações, o NASF utiliza de
ferramentas tecnológicas que permeiam a sua organização e o seu
desenvolvimento, são elas: o apoio matricial, a clínica ampliada, o projeto
terapêutico singular e o projeto de saúde no território.
Tem-se o apoio matricial como o
método central utilizado pelo NASF para coordenar o desenvolvimento do
trabalho, onde tem como finalidade possibilitar retaguarda especializada às
Equipes de Saúde da Família. Tal apoio pode acontecer de duas maneiras: a
partir da oferta de assistência em saúde especializada diretamente ao usuário e
também por meio do apoio técnico pedagógico que os profissionais do NASF
desenvolvem com as Equipes de Saúde da Família (GONÇALVES, et al., 2015). Tais ideias
de organização do trabalho objetivam auxiliar a orientação do cuidado em saúde
enquanto processo contínuo, longitudinal e integrado de ações, que se torna mais
resolutivo (BARROS et al., 2015).
O
NASF diverge-se da Equipes de Saúde da Família
por não ser identificado como atendimento inicial aos usuários, mas sim,
proporcionar suporte às equipes de Saúde da Família, intervindo de forma
participativa, visando à elaboração de redes de atenção e cuidado, e ajudando
para que se obtenha a plena integralidade do cuidado físico e mental aos
usuários do SUS (SANTANA, et al., 2015).
Portanto,
o NASF é baseado nos princípios da integralidade e da interdisciplinaridade, o
que irá contribuir cada vez mais para transformar o modelo de assistência
biomédico de cuidado em saúde individualizado por um cuidado integrado às
Equipes de Saúde da Família. Tendo como base o conceito de saúde amplo que vai
além da ausência de doença, onde o mesmo irá enxergar o sujeito na sua
multidimensionalidade e integralidade. Portanto, o NASF é uma estratégia
inovadora que tem por objetivo apoiar, ampliar, aperfeiçoar a atenção e a
gestão da saúde na Atenção Básica.
Referências
BARROS, J. O., et al .
Estratégia do apoio matricial: a experiência de duas equipes do Núcleo de Apoio
à Saúde da Família (NASF) da cidade de São Paulo, Brasil. Ciênc. saúde
coletiva, Rio de Janeiro, v.
20, n. 9, p. 2847-2856, 2015.
GONCALVES, R. M. A., et al. Estudo do
trabalho em Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF), São Paulo, Brasil. Rev. bras.
saúde ocup., São Paulo , v.
40, n. 131, p. 59-74, 2015.
SANTANA, J. S., et al. Núcleo de apoio a saúde da
família: atuação da equipe junto à estratégia saúde da família. J. res.: fundam. Care, 2015.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Marília Moreira e pelo Professor Me. Marcelo Costa.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Marília Moreira e pelo Professor Me. Marcelo Costa.
Comentários
Postar um comentário