Zica vírus: sinais e sintomas
É uma doença viral aguda, transmitida por mosquitos fêmea infectadas, sendo seu principal vetor o Aedes
aegypti. No entanto, está descrito na literatura científica, a ocorrência
de transmissão ocupacional em laboratório de pesquisa, perinatal e sexual, além
da possibilidade de transmissão transfusional, é um RNA vírus, do gênero
Flavivírus, família Flaviviridae. Até o momento, são conhecidas e descritas
duas linhagens do vírus: uma Africana e outra Asiática (BRASIL, 2015).
No Brasil, os casos da doença foram reportados desde
final de 2014 e, no começo do ano de 2015, o vírus Zika circula em estados
como: São Paulo; Sergipe; Paraíba; Maranhão; Rio de Janeiro; Ceará; Roraima;
Alagoas; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Goiás; Piauí; Pernambuco e Pará (VASCONCELOS,
2015).
Por se tratar de infecção nova no país, a
susceptibilidade é universal. Caso a infecção pelo vírus Zika se comporte como
os demais flavivírus, é possível que ocorra imunidade permanente. No entanto,
tal fato deve continuar sendo estudado para que essa hipótese seja confirmada.
Vale ressaltar que somente 20% das pessoas irão desenvolver clinicamente a doença,
os 80% serão assintomáticos.
Entre os seus sinais e sintomas estão presentes: febre
baixa (entre 37,8ºC e 38,5ºC); conjuntivite não purulenta; dor de cabeça;
artralgia normalmente em mãos e pés, em alguns casos com inflamações das
articulações; fatiga ou mialgia; astenia; rash maculopapular e, com menos
frequência, dor retro-orbital; anorexia; vômitos; diarreia; dor abdominal e
aftas. Astenia pós infecção é frequente (HEANG et al., 2012).
Zika é uma doença febril autolimitada com manifestação de
sintomas por 3-6 dias, desaparecendo em até 7 dias. A dor articular pode estar
presente até um mês do início da doença. Vale relatar que artralgia não é tão
intensa como a que ocorre em chikungunya e não apresenta a cronicidade
características de chikungunya (BRASIL, 2015).
O público como todo está vulnerável, porém as gestantes
correm maior risco pelo fato da relação do Zica e a microcefalia, assim as
gestantes nos primeiros três meses de gravidez (primeiro trimestre) correm um
alto risco de o feto vir a desenvolver a microcefalia já que é o momento em que
o feto está sendo formado. O risco parece existir também, porém em menor grau,
quando a virose é adquirida no 2º trimestre de gestação. Aparentemente, a
partir do 3º trimestre, o risco de microcefalia é baixo, pois o feto já está
completamente formado (BRASIL, 2016).
As medidas de prevenção e controle devem ser adotadas
para o público em geral. Esses cuidados são semelhantes às da dengue e
chikungunya. Não existem medidas de controle específicas direcionadas ao homem,
uma vez que não se dispõe ainda de nenhuma vacina ou
drogas antivirais.
Deve-se reduzir a densidade vetorial, por meio da
eliminação da possibilidade de contato entre mosquitos e água armazenada em
qualquer tipo de depósito, impedindo o acesso das fêmeas grávidas por
intermédio do uso de telas/capas ou mantendo-se os reservatórios ou qualquer
local que possa acumular água, totalmente cobertos. Em caso de alerta ou de
elevado risco de transmissão, a proteção individual por meio do uso de
repelentes deve ser implementada pelos habitantes (BRASIL, 2015). Sendo que,
individualmente pode-se utilizar roupas que minimizem a exposição da pele
durante o dia quando os mosquitos são mais ativos. Esta ação pode proporcionar
alguma proteção contra as picadas dos mosquitos e podem ser adotadas
principalmente durante surtos, além do uso repelentes na pele exposta ou nas
roupas.
Portanto, a informação deve ser divulgada e reforçada de
forma intensa para a população. É preciso que os profissionais de saúde se
capacitem para conseguir minimizar o impacto desta enfermidade, utilizando
todos os recursos possíveis para assistir, disseminar os conhecimentos para a
população, além de construir parcerias para fortalecer ações de proteção à
saúde de todos.
Referências
BRASIL. Boletim
epidemiológico. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. v.46;
nº26, 2015.
BRASIL. Zica:
abordagem na atenção básica. Ministério da Saúde. Secretaria de Gestão
do Trabalho e da Educação em Saúde. 2016.
HEANG, V. et
al. Zika virus infection, Cambodia. Emerging Infectious
Diseases, v. 18, n. 2, p. 349-51. 2012.
VASCONCELOS, P.F.C.
Doença pelo vírus Zika: um novo problema emergente nas Américas? Revista Pan-Amazônica de Saúde, v. 6, n. 2, p.
9-10. 2015.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Jéssica Almeida e pelo Professor Me. Marcelo Costa.
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