A Comunicação como fomentadora de vínculo entre profissional de Saúde e idoso

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que tem emergido com inúmeras particularidades, principalmente no tocante a saúde do público idoso (PASCHOALIN; PERENSIM, 2015). Devido ser um processo crescente, plural, intenso e progressivo o envelhecimento da população idosa tem resultado em maiores preocupações quanto às necessidades de saúde e bem estar dos longevos.
(FONTE: https://i2.wp.com/biosom.com.br/blog/wp-content/uploads/2014/02/como-ajudar-idoso.jpg?ssl=1)
A verdade é que o envelhecimento simboliza um processo biopsicossociocultural e, por isso, gera processos complexos e exige cuidados diferenciados. Não é uma doença, mas um ciclo da vida com particularidades e valores próprios, podendo haver mudanças tanto na estrutura orgânica, como no metabolismo, equilíbrio bioquímico, imunidade, nutrição, mecanismos funcionais, situações emocionais, intelectuais e comunicação do ser que envelhece (FREITAS; QUEIROZ; SOUSA, 2010).

Sendo a comunicação parte integrante da vida dos seres humanos e, na área da saúde, peça essencial para obtenção de valiosas informações na condução terapêutica, é de fundamental importância à compreensão da forma com que as pessoas expressam a linguagem verbal ou não verbal, uma vez que somente desse modo será possível o desenvolvimento efetivo do vínculo e mútua ajuda no aspecto saúde.

O processo de comunicação está relacionado à transmissão de mensagens entre duas ou mais pessoas, correspondente à troca de informações ou à exibição de sentimentos tais como: alegria, tristeza, raiva, medo e ainda à exibição de sensações através de expressões verbais ou não verbais (FREITAS et al., 2014).

Aproximadamente um quinto da população com mais de 65 anos apresenta problemas de comunicação, sendo nestas quatro áreas distintas: linguagem, audição, motricidade oral e voz (fala), podendo a visão ser incluída como a quinta função comunicativa, por atuar compensatoriamente na ausência de habilidades da comunicação oral verbal (SANTIAGO et al., 2016).

Dentro dos sistemas públicos de saúde uma das formas de determinar um processo comunicativo eficaz e encontrar meios cuidativos condizentes as especificidades da pessoa idosa são através do estabelecimento do vínculo entre os profissionais de saúde e idosos. Este vínculo por sua vez depende de certo modo das relações de contato, diálogo, troca de informações e confiança instituídas entre o profissional e o indivíduo assistido.

Porém, é possível o comprometimento do vínculo, quando há dificuldade de comunicação, seja por parte dos profissionais de saúde, ou mesmo da pessoa idosa. Na pessoa idosa essas dificuldades podem surgir frente ao próprio processo de envelhecimento que leva a diminuição das habilidades motoras, linguísticas, comunicativas e cognitivas ocasionando prejuízos em suas atividades cotidianas, como uma simples conversa (LOURENÇO et al., 2012).

Acredita-se que ao utilizar recursos da comunicação verbal e não verbal, o profissional de saúde terá condições de reconhecer precocemente as necessidades individuais do idoso e incluí-lo no planejamento, execução e avaliação da assistência a lhe ser ofertada, garantindo-lhe oportunidades de estabelecimento de vínculo que facilitará a adesão das condutas, possibilitando-lhe um melhor viver (SCHIMIDT et al., 2015).

Assim, por ser inerente a existência humana, para alcance da comunicação eficaz, torna-se primordial o incentivo e efetivação de habilidades como utilização de linguagem clara e acessível, realização de consulta tranquila com troca de estímulos e contato humano, elementos que possibilitam positivo feedback da interação.

Referências
FREITAS, M. S.; QUEIROZ, T. A.; SOUSA , J. A. V. O significado da velhice e da experiência de envelhecer para os idosos. Rev. Esc. Enferm. USP., São Paulo, v. 44, n. 2, p. 407-12, 2010.

FREITAS, F. F. Q. et al. Comunicação não verbal entre enfermeiros e idosos à luz da proxêmica. Rev. Bras. Enferm., São Paulo, v. 67, n. 6, p. 928-35, 2014.

LOURENÇO, T. M. et al. Capacidade funcional no idoso longevo: uma revisão integrativa. Rev. Gaúcha. Enferm., Porto Alegre, v. 33, n. 2, p. 176-85, 2012.

PASCHOALIN, H. C.; PERENSIM, K.  A importância da comunicação e do estímulo para a qualidade de vida do idoso. Rev. Enf. UFJF., Juiz de Fora, v. 1, n. 1, p. 45-53, 2015.

SANTIAGO, L. M. et al. Caracterização da saúde de idosos numa perspectiva fonoaudiológica. Rev. CEFAC., Rio de Janeiro, v. 18, n.5, p. 1088-1096, 2016.

SCHIMIDT, T. C. G. et al. Avaliação mediata na replicação do Programa de Capacitação em Comunicação Não Verbal em Gerontologia. Rev. Esc. Enferm. USP., São Paulo, v. 49, n. 2, p. 0309-0316, 2015.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Lana Lívia, Enfermeiras Kayza Cristina e Silvana Menezes e pela Profa. Ma. Fabiana Ferraz.

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