O cuidado humanizado ao Idoso

A humanização consiste em práticas que visam o bem estar tanto individual como da coletividade. O cuidado humanizado se caracteriza pelo fazer diferenciado, reflexivo e respeitoso a assistência e a relação com o usuário do serviço de saúde, ou seja, cuidados humanizados referem-se ao acolhimento, atenção e provimento de medidas cuidativas voltadas para uma melhor qualidade na assistência e consequentemente qualidade de vida (SILVA et al., 2012).
(FONTE: https://p2.trrsf.com/image/fget/cf/460/0/images.terra.com/2014/04/28/fotorepreparacarinhocuidadores.jpg)
A humanização como política humanitária busca exercer uma ação de cuidado integral, da promoção à saúde e do reconhecimento das dimensões subjetivas dos sujeitos, abordadas no processo saúde-doença-cuidado, buscando condições para um fazer assistencial mais holístico, que respeite as singularidades de cada ser (CASATE; CORRÊA, 2016).

Para Carvalho et al., (2015) é relevante considerar que o processo de humanização, embora envolva aspectos intrínsecos do profissional, deve contemplar as condições do ambiente de trabalho, a motivação da equipe, a modificação estrutural e ambiental dos locais de atendimento, bem como a implementação do acolhimento, o cuidado individualizado e o vínculo entre a equipe de saúde e o usuário para sua consolidação.

Nesse âmbito da consolidação do cuidado humanizado e na tentativa de solucionar alguns entraves da saúde pública nacional, o Ministério da Saúde (MS) propôs no ano de 2006, as Diretrizes Operacionais do Pacto pela Vida, tendo como algumas de suas prioridades a Saúde do Idoso. Além disso, houve a criação do caderno de atenção básica “Envelhecimento e Saúde da Pessoa Idosa”, estando este caderno voltado à atenção ao idoso possuindo premissas da Política Nacional de Humanização (PNH) (BRASIL, 2006a).

A PNH deve estar presente em todas as políticas e programas do SUS, objetivando transformar as relações de trabalho a partir da ampliação da comunicação e contato entre pessoas e grupos, estabelecendo relações de proximidade, tendo por princípios a transversalidade; indissociabilidade entre atenção e gestão e protagonismo; corresponsabilidade e autonomia dos sujeitos e da coletividade (BRASIL, 2017).

A PNH permite que diferentes especialidades e práticas de saúde interajam entre si, proporcionando e desenvolvendo mecanismos como o acolhimento, que destaca-se como uma das premissas da PNH, definindo-se como ferramenta presente no processo de gestão, desfragmentação do processo de trabalho, qualificação dos trabalhadores, facilitação do acesso aos serviços, melhora no atendimento, visitas domiciliares e atenção continuada (BRASIL, 2006b).

Resgatar a humanidade no atendimento ao idoso é enxergar a humanização como ferramenta que não apenas se consolida como condições adequadas dos serviços de saúde, mas como elemento articulador das diversas tecnologias cuidativas-educacionais entre os profissionais e o idoso.

Logo, para que haja possibilidade do cuidar humanizado ao ser idoso, é necessário atendê-lo visualizando sua totalidade e individualidade, tratando-o com prioridade e respeito, considerando sua dependência e/ou independência, de modo a estimular o empoderamento e compartilhar saberes (DIAS et al., 2015).

Desse modo, torna-se de primordial importância à disponibilidade de serviços de atendimento a saúde do idoso que disponham de espaços saudáveis, acolhedores e confortáveis, com vista a possibilitar escuta qualificada, grupos de apoio e articulação com a Rede de Atenção à Saúde.

Referências 
BRASIL, Ministério da Saúde. Biblioteca Virtual em Saúde. Alerta Legis. Portaria nº399/GM de 22 de fevereiro de 2006, Brasília, 2006a.

BRASIL, Ministério da Saúde. Portal da Saúde. Política Nacional de Humanização, Brasília, DF, 2017. Disponível em:< http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/sas/humanizasus>. Acesso em 02 nov de 2017.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Cadernos de Atenção Básica n.º 19 - Envelhecimento e saúde da pessoa idosa. Brasília, 2006b.
CARVALHO, N. N. R. C. et al. Percepção do profissional de enfermagem acerca do cuidado humanizado no ambiente hospitalar. R. Interd. Picos-PI., v. 8, n. 3, p. 61-74, 2015.
CASATE, C. J.; CORRÊA, A. K. Política Nacional de Humanização e formação dos profissionais de saúde: revisão integrativa. Rev. Esc. Enferm., USP, São Paulo, 2012.

DIAS, K. C. C. O. et al. Estratégias para humanizar o cuidado com o idoso hospitalizado: estudo com enfermeiros assistenciais. J. Rev. Fundam. Care. Online, v. 7, n. 1, p. 1832-846, 2015.
IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico 2010, Rio de Janeiro: IBGE, 2010.
SILVA, P. L. N. et al. O processo de humanização nos serviços de enfermagem: uma avaliação holística do cuidar frente à assistência em saúde. Revista Digital, Buenos Aires, v. 15, n. 166, 2012.

Texto elaborado pelas Enfermeiras Lana Lívia, Silvana Menezes e Kayza Cristina sob a orientação da Professora Ma. Fabiana Ferraz.

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