Produção de Cuidado à Vítimas de Lesões Autoprovocadas
A violência é,
atualmente, um importante agravo à saúde, a qual todas as pessoas apresentam-se
vulneráveis. Destarte, entre as categorias de violência, encontram-se as lesões
autoprovocadas, que apesar de não possuírem necessariamente uma vítima e um
agressor, requer muita atenção e sensibilização dos profissionais que prestam
assistência a essas pessoas.
(FONTE: https://casule.com/wp-content/uploads/2016/05/casule-psicologia-juiz-de-fora-automutilacao.jpg) |
As lesões
autoinflingidas caracterizam-se como a violência que uma pessoa comete contra
si mesma, podendo variar desde pensamentos autodestruidores e suicidas até a
tentativa de tirar a própria vida (MONTEIRO et al., 2015).
As maiores taxas de
lesões autoprovocadas registradas, no Brasil, ocorreram no estado de Alagoas,
Pernambuco e Espírito Santo. Sendo a faixa etária jovem e o sexo masculino os
principais atores envolvidos nesse tipo de lesão (MALTA et al., 2017). Bem como
pessoas da raça parda e com baixo nível de escolaridade. Além disso, a
residência do individuo apresenta-se como o local mais comum em que ocorre esse
tipo de lesão (BAHIA et al., 2017)
Esta situação exige da
equipe de saúde uma postura ética e isenta de julgamentos, mas que acima de
tudo se mostre eficaz, visto que o sujeito que praticou esse tipo de lesão,
indiscutivelmente, necessita de uma abordagem integral, promovido por uma
equipe multidisciplinar. Uma vez que, além dos cuidados biológicos, faz-se
necessário também que os aspectos psicossociais e espirituais desse individuo
sejam trabalhados, a fim não só de identificar a causa da automutilação, como
também para que sejam montadas estratégias de prevenção para o acontecimento de
lesões futuras.
Para que haja reduções
significativas nos casos de lesões autoprovocadas é impreterível que os
serviços de saúde lancem mão de estratégias de prevenção desse agravo e
promoção à saúde. Estas devem se articular de maneira intersetorial,
multicultural e multiprofissional, de modo que o serviço de saúde atue como um
núcleo de planejamento, organização, implementação e avaliação, mas não de
maneira isolada (OMS, 2000).
Assim, os profissionais
da área podem atuar por meio de ações educativas sobre essa temática, ou outras
afins, tanto com a população, quanto para sensibilização dos próprios
profissionais, bem como buscar o fortalecimento da rede de atenção
psicossocial, reforçando a comunicação entre o serviço de saúde mental e demais
serviços de saúde.
Referências
BAHIA, C. A.,
et al.; Lesão autoprovocada em todos os ciclos da vida: perfil das vítimas em
serviços de urgência e emergência de capitais do Brasil. Ciência e Saúde Coletiva. n. 22, v. 9, p. 2841-2850, 2017.
MALTA, Deborah Carvalho et
al . Mortalidade e anos de vida perdidos por violências interpessoais e
autoprovocadas no Brasil e Estados: análise das estimativas do Estudo Carga
Global de Doença, 1990 e 2015. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 20, n. 1, p.
142-156, May 2017.
MONTEIRO, et al.. Hospitalizations
due to self-inflicted injuries - Brazil, 2002 to 2013. Ciênc. saúde coletiva, Rio
de Janeiro, v. 20, n. 3, p. 689-699, Mar. 2015.
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