Ludicidade e o desenvolvimento na infância

O brincar na infância é uma forma que permite à criança se expressar, explorar os objetos, o ambiente e o mundo, além de contribuir para o desenvolvimento das relações com outras crianças e adultos (SILVA et al, 2017). Nesse período, a família e comunidade se encarrega pelos ensinamentos, por apresentar a ludicidade e toda essência dos brinquedos, jogos e brincadeiras (GUIMARÃES, 2020).
Fonte: Google Imagens.

Atualmente, as crianças têm perdido o contato com o brincar tradicional e estão sendo emergidas no mundo tecnológico de forma antecipada, causando um distanciamento no convívio social e uma nova concepção sobre o brincar provocando uma lacuna no desenvolvimento infantil. Algumas ações como correr, imaginar, criar, aprender regras e como interagir com outras crianças estão sendo prejudicadas por causa desse novo modelo (GUIMARÃES, 2020).

Alguns fatores além da tecnologia contribuem para o “não brincar” das crianças, como por exemplo as ocupações diárias semelhantes a dos pais (escola integral, cursos), as inúmeras recomendações feitas pelos adultos para não sujar a roupa, não sentar no chão, não brincar com meninos ou meninas, privando-os, assim, da característica fundamental das brincadeiras, que é a autonomia infantil em escolher e criar sua própria brincadeira sem interferências dos adultos (SILVA, 2017).

É importante salientar que jogos e brincadeiras auxiliam no desenvolvimento cognitivo, afetivo, motor, social e na promoção de hábitos saudáveis, ou seja, no desenvolvimento integral da criança (CORNETO, 2015). Por causa da diminuição significativa dessas práticas, tem ocorrido um aumento no número de crianças e adolescentes com distúrbios de ansiedade, depressão, obesidade e sedentarismo. Alguns desses são considerados fatores de risco para o surgimento de doenças psicológicas e crônicas.

O brincar também funciona como um recurso, no qual a criança utiliza para expressar e elaborar conteúdos que não são totalmente compreendidos por ela, sejam eles conscientes ou não. O ato de brincar de “mãe e filho”, por exemplo, e retratar o papel da mãe que grita e bate no filho pode ser um indicativo de que ela presenciou aquela ação. Nesse sentido, é indispensável a compreensão das brincadeiras na infância e a identificação do papel que desempenham ao reproduzir suas vivências e sentimentos (OLIVEIRA; VILLELA, 2017).

Durante a infância, a criança vive a brincadeira e une seu imaginário com a realidade. É necessário que os adultos, sejam eles pais, família e educadores, entendam a importância das brincadeiras e dos jogos no desenvolvimento infantil e se esforcem para garantir que elas despertem a atratividade por eles. Além disso, garantir mais interação e coletividade nas diversões, a fim de estimular o convívio social, desinibição e criatividade, os quais serão cada vez mais necessários com o seu crescimento.

REFERÊNCIAS

CORNETO, N. A importância da ludicidade na infância e o desenvolvimento integral da criança. Colloquium Humanarum, v. 12, n. 3, p.86-96,  Presidente Prudente, jul/set 2015.

GUIMARÃES, R. S. Brincadeiras no quintal: caminhos pelos brinquedos e brincadeiras do Vale do Jiquiriçá - Bahia. Revista de Estudos e Diversidade, v. 1, p. 6-20, 2020.

SILVA, M. F. dos S. et al. As brincadeiras das crianças de ontem e de hoje no contexto sociocultural. Holos, v. 3, p. 62-74, Natal, 2017.

OLIVEIRA, N. A. de; VILLELA, F. C. B. O brincar e sua importância para o desenvolvimento emocional infantil. Colloquium Humanarum, vol. 14, n. Especial, p. 535-539, Presidente Prudente, jul–dez, 2017.


Texto produzido pelos orientandos Bianca dos Santos Jeronimo e Lincon Ruan da Silva (Acadêmicos da UFCG - Campina Grande - Curso de Enfermagem), sob orientação da Drª Juliana Andreia Fernandes Noronha (Docente da UFCG - Campina Grande).
Linha de Pesquisa: Tecnologias Cuidativo-Educacionais: desenvolvimento e inovação no campo da saúde.







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