RASTREAMENTO DE RISCO CARDIOVASCULAR

         A compreensão sobre os fatores de risco e o efeito multiplicador que têm quando associados evidencia a necessidade de avaliação criteriosa de um indivíduo para estabelecer os riscos absolutos de desenvolverem um evento coronariano. Nesse sentido, várias estratégias têm sido adotadas para estimar esse risco com maior precisão. Uma das mais antigas e simples é buscar na anamnese e no exame físico dados que componham um quadro de risco, por exemplo, gênero, idade, tabagista ou não, história familiar de Doença Arterial Coronariana (DAC) prematura e assim por diante. Quanto mais fatores associados, maiores os riscos e mais intensiva é a recomendação terapêutica no sentido das metas a serem alcançadas de pressão arterial (PA), de LDL – colesterol ou hemoglobina glicada (BRASIL, 2010; PRÉCOMA, 2019).

 Fonte: https://drauziovarella.uol.com.br/corpo-humano/coracao/amp/ 

     Existem instrumentos que nos auxiliam a obter essa estimativa de risco com maior precisão. O mais conhecido é o escore de Framingham, resultado de um grande estudo de coorte que avaliou variáveis importantes para a estimativa de risco cardiovascular. Pessoas que não têm doença arterial coronariana confirmada (sabidamente de alto risco) necessitam ter uma melhor avaliação para que se possam estabelecer os riscos e os benefícios de intervir ou não na vida do paciente, seja farmacologicamente ou por meio de aconselhamentos (BRASIL, 2010).

       Entre os fatores de risco, existem aqueles considerados como alto risco cardiovascular, baixo risco ou risco intermediário.

- Alto risco cardiovasvular: AVC (acidente vascular cerebral) previamente; IAM (infarto agudo do miocárdio) previamente; Lesão Periférica (LOA lesão de órgão-alvo); AIT (ataque isquêmico transitório); HVE (hipertrofia de ventrículo esquerdo); Nefropatia; Retinopatia; Aneurisma de aorta abdominal; Estenose de carótida sintomática; DM (Diabetes mellitus).

- Baixo/Intermediário risco cardiovascular: Tabagismo; HAS (hipertensão arterial sistêmica); Obesidade; Sedentarismo; Sexo masculino; Idade > 65 anos; História familiar; (H < 55a; M < 65a) - evento cardiovascular prévio (BRASIL, 2010; SIMÃO, 2013).

    Na prática, para se determinar o risco cardiovascular (RCV), deve-se primeiro classificar o paciente segundo seus fatores de risco, podendo fazer parte de um dos três grupos abaixo:

1. Se o paciente apresenta apenas um fator de risco baixo/intermediário, não há necessidade de calcular o risco cardiovascular, pois ele é considerado como baixo risco cardiovascular e terá menos que 10% de chance de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto agudo do miocárdio (IAM) nos próximos 10 anos.

2. Se apresentar ao menos um fator de risco alto cardiovascular, não há necessidade de calcular o risco cardiovascular, pois esse paciente é considerado como alto risco e terá mais ou igual a 20% de chance de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou Infarto agudo do miocárdio (IAM) nos próximos 10 anos.

3. Se apresentar mais do que um fator de risco baixo/intermediário, há necessidade de calcular o risco cardiovascular, pois esse paciente pode mudar para baixo, para alto ou permanecer como risco intermediário. 

      Calcula-se o número de pontos dos fatores de risco e, com a soma, o escore total de risco é encontrado. Após estimar o risco cardiovascular do paciente como baixo, intermediário ou alto risco, devem-se definir as metas em relação a níveis pressórico, perfil lipídico, entre outros, a serem alcançadas para a redução do risco de mortalidade e morbidade do paciente. (BRASIL, 2010).

    Identificando pacientes com risco de doença cardiovascular:

• Usa-se uma estratégia sistemática e não oportunística de rastreamento para identificar pessoas com alto risco de doença;

• Exclui-se os pacientes que tenham Doença Arterial Coronariana (DAC) estabelecida ou que sejam considerados de alto risco, como diabéticos;

• Estima-se o risco cardiovascular usando fatores de risco já registrados nos prontuários da Atenção Primária a Saúde (APS), tais como pressão arterial, gênero, idade, tabagista, etc.;

• Usa-se o risco estimado para priorizar pacientes e agenda-se para que uma completa avaliação do risco cardiovascular seja estimada;

• Avaliar usando o escore de Framingham (1991) com projeção de risco para 10 anos;

• Registrar no prontuário fatores de risco importantes para o desenvolvimento de doença cardiovascular, como etnia, índice de massa corporal (kg/m²), história familiar de doença cardíaca prematura;

• Ajustar o escore aos fatores importantes para o desenvolvimento de doença cardiovascular, mas que não estão contemplados no cálculo de Framingham, da seguinte maneira:

- Se existe um parente de primeiro grau com Doença Arterial Coronariana (DAC) prematura, multiplica-se a estimativa pelo fator correção 1.5; se existe mais de um parente de primeiro grau com Doença Arterial Coronariana (DAC) prematura, multiplica-se a estimativa por 2;

- Aumenta-se o risco estimado em 1.4 se tiver ascendência sul-asiática.

- Obesidade (IMC ≥ 30 kg/m² – especialmente aqueles com obesidade central – homens com circunferência abdominal ≥ 102 [asiáticos ≥ 92]; para mulheres essa medida deve ser ≥ 88 cm), multiplica-se pelo fator de correção 1.3.

• Após o ajuste do escore, as metas devem ser  avaliadas e apresentadas ao paciente, para juntos definirem o plano de tratamento.

• Deve-se usar o julgamento clínico para decidir sobre o tratamento se o risco estimado estiver próximo do limiar de tratamento e caso exista evidência para outros fatores que possam predispor a pessoa a risco de doença cardiovascular prematura, como baixo padrão socioeconômico, obesidade severa (IMC > 40) ou se, por exemplo, o paciente parou de fumar recentemente.

 Rastreamento em homens: está recomendado fortemente o rastreamento das desordens lipídicas em homens com 35 anos ou mais. É recomendado também o rastreamento das desordens lipídicas em homens com 20 a 35 anos quando se enquadrarem como um grupo de alto risco para doença coronariana. Não há recomendação contra ou a favor do rastreamento das desordens lipídicas em homens com 20 a 35 anos se eles não estiverem em grupo alto risco cardiovascular (BRASIL, 2010).

      Existem instrumentos que nos auxiliam a obter essa estimativa de risco com maior precisão. O mais conhecido é o escore de Framingham, resultado de um grande estudo de coorte que avaliou variáveis importantes para a estimativa de risco cardiovascular. Pessoas que não têm doença arterial coronariana confirmada (sabidamente de alto risco) necessitam ter uma melhor avaliação para que se possam estabelecer os riscos e os benefícios de intervir ou não na vida do paciente, seja farmacologicamente ou por meio de aconselhamentos (BRASIL, 2010).

        Entre os fatores de risco, existem aqueles considerados como alto risco cardiovascular, baixo risco ou risco intermediário.

- Alto risco cardiovasvular: AVC (acidente vascular cerebral) previamente; IAM (infarto agudo do miocárdio) previamente; Lesão Periférica (LOA lesão de órgão-alvo); AIT (ataque isquêmico transitório); HVE (hipertrofia de ventrículo esquerdo); Nefropatia; Retinopatia; Aneurisma de aorta abdominal; Estenose de carótida sintomática; DM (Diabetes mellitus).

- Baixo/Intermediário risco cardiovascular: Tabagismo; HAS (hipertensão arterial sistêmica); Obesidade; Sedentarismo; Sexo masculino; Idade > 65 anos; História familiar; (H < 55a; M < 65a) - evento cardiovascular prévio (BRASIL, 2010; SIMÃO, 2013).

     Na prática, para se determinar o risco cardiovascular (RCV), deve-se primeiro classificar o paciente segundo seus fatores de risco, podendo fazer parte de um dos três grupos abaixo:

1. Se o paciente apresenta apenas um fator de risco baixo/intermediário, não há necessidade de calcular o risco cardiovascular, pois ele é considerado como baixo risco cardiovascular e terá menos que 10% de chance de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou infarto agudo do miocárdio (IAM) nos próximos 10 anos.

2. Se apresentar ao menos um fator de risco alto cardiovascular, não há necessidade de calcular o risco cardiovascular, pois esse paciente é considerado como alto risco e terá mais ou igual a 20% de chance de morrer por acidente vascular cerebral (AVC) ou Infarto agudo do miocárdio (IAM) nos próximos 10 anos.

3. Se apresentar mais do que um fator de risco baixo/intermediário, há necessidade de calcular o risco cardiovascular, pois esse paciente pode mudar para baixo, para alto ou permanecer como risco intermediário. 

      Calcula-se o número de pontos dos fatores de risco e, com a soma, o escore total de risco é encontrado. Após estimar o risco cardiovascular do paciente como baixo, intermediário ou alto risco, devem-se definir as metas em relação a níveis pressórico, perfil lipídico, entre outros, a serem alcançadas para a redução do risco de mortalidade e morbidade do paciente. (BRASIL, 2010).

    Identificando pacientes com risco de doença cardiovascular:

• Usa-se uma estratégia sistemática e não oportunística de rastreamento para identificar pessoas com alto risco de doença;

• Exclui-se os pacientes que tenham Doença Arterial Coronariana (DAC) estabelecida ou que sejam considerados de alto risco, como diabéticos;

• Estima-se o risco cardiovascular usando fatores de risco já registrados nos prontuários da Atenção Primária a Saúde (APS), tais como pressão arterial, gênero, idade, tabagista, etc.;

• Usa-se o risco estimado para priorizar pacientes e agenda-se para que uma completa avaliação do risco cardiovascular seja estimada;

• Avaliar usando o escore de Framingham (1991) com projeção de risco para 10 anos;

• Registrar no prontuário fatores de risco importantes para o desenvolvimento de doença cardiovascular, como etnia, índice de massa corporal (kg/m²), história familiar de doença cardíaca prematura;

• Ajustar o escore aos fatores importantes para o desenvolvimento de doença cardiovascular, mas que não estão contemplados no cálculo de Framingham, da seguinte maneira:

- Se existe um parente de primeiro grau com Doença Arterial Coronariana (DAC) prematura, multiplica-se a estimativa pelo fator correção 1.5; se existe mais de um parente de primeiro grau com Doença Arterial Coronariana (DAC) prematura, multiplica-se a estimativa por 2;

- Aumenta-se o risco estimado em 1.4 se tiver ascendência sul-asiática.

- Obesidade (IMC ≥ 30 kg/m² – especialmente aqueles com obesidade central – homens com circunferência abdominal ≥ 102 [asiáticos ≥ 92]; para mulheres essa medida deve ser ≥ 88 cm), multiplica-se pelo fator de correção 1.3.

• Após o ajuste do escore, as metas devem ser  avaliadas e apresentadas ao paciente, para juntos definirem o plano de tratamento.

• Deve-se usar o julgamento clínico para decidir sobre o tratamento se o risco estimado estiver próximo do limiar de tratamento e caso exista evidência para outros fatores que possam predispor a pessoa a risco de doença cardiovascular prematura, como baixo padrão socioeconômico, obesidade severa (IMC > 40) ou se, por exemplo, o paciente parou de fumar recentemente.

 Rastreamento em homens: está recomendado fortemente o rastreamento das desordens lipídicas em homens com 35 anos ou mais. É recomendado também o rastreamento das desordens lipídicas em homens com 20 a 35 anos quando se enquadrarem como um grupo de alto risco para doença coronariana. Não há recomendação contra ou a favor do rastreamento das desordens lipídicas em homens com 20 a 35 anos se eles não estiverem em grupo alto risco cardiovascular (BRASIL, 2010).

       Rastreamento em mulheres: recomenda-se fortemente o rastreamento das desordens lipídicas em mulheres com 45 anos ou mais quando se enquadrarem como grupo de alto risco para doença coronariana. Recomenda-se também o rastreamento das desordens lipídicas em mulheres com 20 a 45 anos quando se enquadrarem como um grupo de alto risco para doença coronariana. Não há recomendação contra ou a favor do rastreamento das desordens lipídicas em mulheres com 20 anos ou mais se elas não estiverem em grupo alto risco cardiovascular (BRASIL, 2010).

Referências:

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Rastreamento. Cadernos de Atenção Básica, n. 29. 95 p, 2010. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br. Acesso em: 24 set 2022.

PRÉCOMA, Dalton Bertolim. et al. Atualização da diretriz de prevenção cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia-2019. Arquivo Brasileiros de Cardiologia, v. 113, p. 787-891, 2019.

SIMÃO, Antônio Felipe. et al. I Diretriz brasileira de prevenção cardiovascular. Arquivos brasileiros de cardiologia, v. 101, p. 1-63, 2013.


Eixo temático: Tecnologias cuidativo-educacionais, condições crônicas cardiovasculares

Linha de pesquisa: Tecnologias cuidativo-educacionais: desenvolvimento e inovação no campo da saúde 


 

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