CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA: CONTRIBUIÇÕES DA MUSICOTERAPIA

        São várias as terapias ocupacionais que promovem melhorias no tratamento das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e que, consequentemente, repercutem de forma positiva na qualidade de vida delas e no desenvolvimento de suas habilidades. Dentre essas terapias ocupacionais destacam-se a musicoterapia, arteterapia, psicoterapia e terapia cognitiva comportamental (BARBOSA, BORBA, 2012). Felizmente, segundo Caitano et al. (2014), a musicoterapia é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

                        Fonte: https://cian.org.br/os-6-beneficios-da-musica-para-autista%E2%80%8B/
 

A musicoterapia é uma terapia ocupacional que consiste na emissão de som, a fim de provocar modificações positivas no estado biopsicossocial das pessoas, proporcionando relaxamento, alívio da tensão e alegria. Sempre que possível deve ser aplicada em grupos para obter resultados mais satisfatórios, visto que incitam a interação social (MENDES, 2015).

Nesse sentido, a musicoterapia é imprescindível no cuidado de crianças autistas, pois atua na promoção da saúde, melhoria dos déficits apresentados, como na comunicação, cognição, interação social, comportamentos, estereotipias, empatia, memória, atenção, habilidades motoras, amadurecimento emocional, etc., como também na diminuição da ansiedade e estresse e do tratamento farmacológico, uma vez que auxilia na promoção de um melhor prognóstico (BARBOSA, BORBA, 2012; OLIVEIRA et al., 2021).

Tais melhorias são observadas pelas pessoas que convivem próximas da criança, especialmente pelos pais e/ou responsáveis após as sessões de intervenção, as quais corroboram com a comunicação efetiva entre os pais e a criança e entre a criança e os profissionais da saúde (THOMPSON, 2017; VAIOULI; GRIMMET; RUICH, 2015).

Conclui-se, portanto, que essa intervenção pode não propiciar resultados a longo prazo, mas é bastante efetiva para o público-alvo em questão, melhorando tanto o desempenho educacional, quanto a autonomia e a qualidade de vida. Desse modo, deve ser implementada não apenas pelos profissionais de saúde, mas também pelos docentes no dia a dia em sala de aula.


REFERÊNCIAS:


BARBOSA, J. E. I. C.; BORBA, A. O surgimento das terapias cognitivo comportamentais e suas consequências para o desenvolvimento de uma abordagem clínica analítica comportamental dos eventos privados. Revista Brasileira de Terapia Comportamental e Cognitiva, São Paulo, V.  7, n. 1,  2010.


CAITANO, J. S. O., et al. Música durante o transoperatório: concepção de profissionais e pacientes. Revista Brasileira de Pesquisa em Saúde, v. 16, n. 2, 2014.


MENDES, M. V. S., et al. Crianças com retardo do desenvolvimento neuropsicomotor: musicoterapia promovendo qualidade de vida. Revista Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 68, n. 5, p. 797-802.  2015.


OLIVEIRA, F. V., et al. Contribuição da musicoterapia no transtorno do espectro autista: revisão integrativa da literatura. J. nurs. health, v. 11, n. 1:e2111117779, 2021.


THOMPSON, G. A. Long-term perspectives of family quality of life following music therapy with young children on the autism spectrum: A phenomenological study. Journal of Music therapy, v. 54, n. 4, p. 432-459, 2017.


VAIOULI, P.; GRIMMET, K.; RUICH, L. J. “Bill is now singing”: Joint engagement and the emergence of social communication of three young children with autism. Autism, v. 19, n. 1, p. 73-83, 2015.



Texto produzido por Kaline Oliveira de Sousa, Maria Amélia Lopes Martins, Larissa Barbosa de Freitas, Rebeca Rodrigues da Silva e Laísa de Sousa Marques, sob orientação do Professor Dr. José Ferreira Lima Júnior.




 

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares a relação com as práticas no âmbito da Atenção Básica

Contate-nos