A importância da contação de histórias para bebês e crianças pequenas no desenvolvimento cognitivo, afetivo e social.
A contação de histórias é uma atividade muito antiga e de grande
importância para a história da humanidade, tendo em vista que, antes do
surgimento da escrita já havia o hábito de se usar do conto oral como uma
técnica para transferir os conhecimentos as futuras gerações preservando assim
as suas culturas, crenças e tradições. Com isso, pode-se destacar que “o conto
oral é uma das formas mais antigas de expressão." (PATRINI, 2005, p. 118).
Atualmente, a contação de histórias passou a ser utilizada como um
recurso para transmitir conhecimentos de forma lúdica, ou seja, esta técnica
pode ser usada para auxiliar as crianças a compreenderem determinados assuntos
de uma forma divertida. Além disso, é uma excelente ferramenta para incentivar
a formação de leitores, pois é com base na contação histórias que as crianças
podem se interessar pelos livros.
Dessa forma, a contação de histórias oferece inúmeros benefícios
para os bebês e crianças pequenas, já que contribui no desenvolvimento
cognitivo, afetivo, da oralidade, audição, linguagem, imaginação, criatividade,
memória, atenção; amplia o vocabulário; propicia o conhecimento dos diferentes tipos
de emoções; adquire conhecimentos e o interesse pela leitura e pelos livros.
(SILVA; RIBEIRO, 2017)
Sendo assim, Ramos
e Silva (2014) destacam que é essencial fazer uma seleção criteriosa e adequada
respeitando as particularidades do bebê ou da criança pequena, levando em
consideração a sua adaptação e ao perfil individual de cada uma, assim as
autoras sugerem que:
a.
0-6 meses: são adequados livros macios (ex. de tecido) que possibilitam uma
manipulação segura. Em relação ao conteúdo, é interessante apresentar canções
de embalar e de outras rimas infantis que apelem à gestualidade.
b.
6-12 meses: introduzir livros-jogo (ex. com peças de encaixar), é aconselhável
os que apresentem imagens de objetos, animais, pessoas...
c.
1-2 anos: são apropriados livros com formatos e com registros visuais diversos,
fomentando a leitura de imagens.
d.
2-3 anos: inicia-se a apresentação das primeiras narrativas sequenciadas, que
devem ser lidas repetidamente, com pausas que possibilitem as questões e
interpelações.
(RAMOS; SILVA, 2014, apud BITTENS, 2018, p. 23).
Deste modo, Coelho (1991) sugere para a faixa etária dos “3-5 anos: os livros que propõe as experiências do cotidiano
familiar com algumas características específicas: predomínio absoluto de
imagens, graça, humor e um certo clímax; e a técnica da repetição ou reiteração
de elementos.” (COELHO, 1991, p. 29-30 apud BITTENS, 2018, p. 23).
Para isso, Rohden
(2021) sugere que para a contação de histórias se utilize de diferentes tons de voz, entonação; mímicas, gestos, usar o corpo; promover
relações com as imagens dos livros; permitir que os bebês e as crianças o
explorem; expor canções e cantigas populares; repetir as histórias; pronunciar
bem as palavras, já que seu público estará aprendendo a falar; utilizar
materiais variados para contar a história; estabelecer uma rotina de leitura; e
conhecer bem a história antes de contá-la.
Portanto, a contação de histórias é essencial para a formação
humana, além de auxiliar em todos aspectos citados anteriormente, ainda fará
com que no futuro esses bebês e crianças pequenas sejam pessoas sensíveis,
reflexivas, criativas e críticas.
REFERÊNCIAS
BITTENS, Cássia Maria Rita Vianna. O
universo literário ao alcance daqueles que ainda não leem: tendências
contemporâneas da literatura para bebês. Dissertação de Mestrado.
Programa de Estudos Pós-Graduados em Literatura e Crítica Literária. Pontíficia
Universidade Católica de São Paulo, SP, Brasil, 2018. 102p. Disponível em:
https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/21557/2/C%C3%A1ssia%20Vianna%20Bittens%20disserta%C3%A7%C3%A3o.pdf.
Acesso em: 28 maio 2022.
COELHO,
Nelly N. Literatura Infantil: teoria, análise, didática. 5. ed. São
Paulo: Ática, 1991.
PATRINI,
Maria de Lourdes. A renovação do conto: emergência de uma pratica oral.
São Paulo: Cortez, 2005.
RAMOS,
Ana M.; SILVA, Sara R. Leitura do Berço ao Recreio. Estratégias de promoção da
leitura com bebês. In: VIANA, Fernanda; RIBEIRO, Iolanda; BAPTISTA, Adriana
(Orgs.). Ler para ser: os caminhos antes, durante e... depois de
aprender a ler. Coimbra: Edições Almedina, 2014. p. 149-174.
ROHDEN,
Josiane Brolo. Palestra: Poética das descobertas: os livros e as crianças bem
pequenas, em 8 out. 2021. Disponivel em:
https://www.youtube.com/watch?v=ZGHNOaiJLkg. Acesso em: 28 maio 2022.
SILVA,
J. P.; RIBEIRO, J M. A IMPORTÂNCIA DA LITERATURA NA ALFABETIZAÇÃO. R.
Eletr. Cient. Inov. Tecnol, Medianeira, 2017: Edição Especial - Cadernos Ensino
/ EaD, 2017. Disponível em:
https://revistas.utfpr.edu.br/recit/article/viewFile/e-4771/pdf_1. Acesso em:
28 maio 2022.
Linha
de Pesquisa: Tecnologias cuidativo-educacionais: interlocuções na saúde,
formação e educação.
Eixo
temático: Educação e saúde psíquica infanto-juvenil.
Coordenação:
Dra. Silvia Carla Conceição Massagli (Docente da UFFS - Laranjeiras do Sul).
Orientandas: Gabrielle Klein, Isadora Klein e Júlia Zanini (Acadêmicas da UFFS - Laranjeiras do Sul).
Comentários
Postar um comentário