A IMPORTÂNCIA DO USO DE JOGOS PARA A SAÚDE DA PESSOA IDOSA
O envelhecimento é uma etapa de vida comum a
qualquer ser humano, que pode trazer consigo alterações metabólicas e declínio
das funções corporais que afetam diretamente o dia a dia da pessoa idosa,
oportunizando o aparecimento de doenças, como é o caso das doenças crônicas não
transmissíveis (DCNT).
Fonte: google imagens |
Frente esta realidade, é preciso que os profissionais de saúde, desenvolvam estratégias que viabilizem a melhoria e manutenção da qualidade de vida, como o uso das tecnologias educacionais, especificamente jogos desenvolvidos para esta parcela da população, capazes de minimizar efeitos do envelhecimento e favorecer o processo de cuidar e educar a partir de interações que estimule o autocuidado, autonomia, vínculo e bem-estar do idoso, bem como seu empoderamento diante esta etapa de vida.
Assim, quando
jogos são utilizados, aspectos como afetividade, aprendizagem e pensamentos
estratégicos são trabalhados durante a execução do jogo, proporcionando novas
informações à memória desse idoso, fazendo com que ele desenvolva habilidades
mentais que auxilie a compreender e resolver problemas, beneficiando o processo
de autonomia e independência e com isso a tomada de decisão (BANDÃO et al.,
2017; GOMES, 2021).
A cognição é um
importante aspecto a ser trabalhado na saúde da pessoa idosa, pois ela está
diretamente ligada com o desenvolvimento das atividades que o indivíduo exerce
diariamente, e quando estimulada melhora a
atenção, raciocínio e concentração da pessoa
idosa.
Dessa forma,
jogos que promovem treinamento cognitivo sobre a memória de curto e longo
prazo, podem causar efeitos benéficos nos idosos desacelerando as perdas
cognitivas advindas do envelhecimento, havendo então melhora na qualidade de
vida (BARROSO et al., 2018).
A realidade das doenças crônicas não
transmissíveis, responsáveis por alterações que levam a perdas sistêmicas,
resultando em prejuízo do funcionamento físico, social e emocional da pessoa
idosa, faz surgir a necessidade de habilidades que oportunize conquista,
avanço, superação e transformação dessa realidade.
Considerando isso, pacientes idosos
que fazem tratamento hemodialítico estão propensos a desenvolver quadros
depressivos em decorrência a condição crônica que se encontra, e ao utilizar
jogos observa-se melhora dos sintomas da depressão, bem como reflexão sobre
suas percepções, práticas e ocupação durante o período das sessões, que, a
partir do uso dos jogos, motivou a construção do conhecimento para o
autocuidado, viabilizando a promoção da saúde (BENTO et al., 2018; LUCCA et
al., 2020).
Outro ponto que merece destaque são as doenças
crônicas que afetam a mobilidade do idoso, como as artrites, as doenças
coronarianas ou o diabetes, por exemplo. Para essa condição, a aplicação do
jogo de câmbio, voleibol adaptado para idosos, traz resultados significativos
em relação a força, mobilidade física, resistência e atenção, sendo uma
importante estratégia para manutenção funcional da pessoa idosa (BESS; COLUSSI;
MARCHI, 2017).
Além desses, os jogos de tabuleiro quando
utilizados para reabilitação motora, se caracterizam como potencial instrumento
para estimulação cognitiva, com boa aceitação entre os participantes, viabilizando um envelhecimento ativo e saudável,
estimulando experiências e processos de socialização (OLYMPIO; ALVIM, 2018; ROSA et al.,
2021).
O uso
dessas tecnologias, enquanto jogos, nos serviços de saúde, proporcionam
inovação no cuidado, por serem ferramentas interativas, atrativas e motivadoras
(FERREIRA et al., 2019). Nessa perspectiva, é possível proporcionar um
envelhecimento com qualidade, não só para o idoso, mas também para aqueles que
fazem parte seu contexto social, familiares e/ou cuidadores.
REFERÊNCIAS:
LUCCA, D. C. et al. Game of Attitudes:
educational gerontotechnology for the elderly undergoing haemodialysis. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 73, 2020.
FERREIRA, J. M. et al. Gerontotechnology for fall
prevention of the elderly with Parkinson. Revista Brasileira de Enfermagem, v. 72, p. 243-250, 2019.
BENTO, S. R. et al. Uso de jogo digital
terapêutico em idosos em tratamento dialítico: aspectos cognitivos e sintomas
depressivos. Revista Brasileira de Geriatria e Gerontologia, v. 21,
p. 447-455, 2018.
OLYMPIO, P. C. A. P.; ALVIM, N. A. T. Jogo de
tabuleiro: uma gerontotecnologia na clínica do cuidado de enfermagem. Revista
Brasileira de Enfermagem, v. 71, p. 818-826, 2018.
BESS, R.; COLUSSI, E. L.; DE MARCHI, A. C. B.
Efeitos do jogo de câmbio na capacidade funcional e na atenção de idosos. Estudos
Interdisciplinares sobre o Envelhecimento, v. 22, n. 3, 2017.
ROSA, M. N. et al. Uso de um jogo de tabuleiro na
reabilitação dos membros superiores de idosos institucionalizados em Portugal:
um estudo piloto quase-experimental. Revista Pesquisa em Fisioterapia,
v. 11, n. 4, p. 657-670, 2021.
BARROSO, S. M. et al. Treinamento cognitivo
de idosos com uso de jogos eletrônicos: um estudo de caso. Ciênc. cogn,
p. 43-53, 2018.
BRANDÃO, P. S. et al. Impacto de Exergames
na qualidade de vida de idosos. Fisioterapia Brasil, v. 18, n. 3,
p. 320-328, 2017.
GOMES, M. L. F. M. A utilização de jogos
educativos no desenvolvimento cognitivo em idosos. Centro Universitário
Unidade de Ensino Superior Dom Bosco – UNDB, 2021.
Comentários
Postar um comentário