Autoexame das Mamas: Importância e Dificuldades para a realização

O câncer de mama é o mais frequente entre as mulheres, ocorre um desenvolvimento anormal das células mamárias, que se multiplicam de forma acelerada até formarem um tumor que pode ser benigno ou maligno. É o segundo tipo mais frequente do mundo e o mais comum entre as mulheres, correspondendo a 22% dos casos novos a cada ano. No Brasil, o índice de mortalidade por câncer de mama é bastante elevado, a estimativa de novos casos do ano de 2014 é de 57.120 (BRASIL, 2014).
O câncer de mama quando diagnosticado nos estágios iniciais frequentemente apresenta um prognóstico favorável a cura. Sendo assim, algumas estratégias de diagnóstico precoce têm ajudado na identificação de novos casos, deixando claro a importância da educação em saúde para as mulheres e profissionais de saúde, para com isso auxiliar no reconhecimento dos sinais e sintomas do câncer de mama.

O autoexame de mama (AEM) surgiu como uma estratégia para detectar os estágios inicias desse câncer, orientando a população feminina sobre a autoapalpação das mamas para detectar mudanças como o aparecimento de nódulos. A realização do AEM é feita por meio de técnicas e de forma sistematizada, a sua execução pode ser feita de três formas, que compreendem na técnica linear, em espiral e quadrante.

Na técnica linear compreende na divisão da mama em linhas verticais ou horizontais, e inicia-se a palpação da parte superior ao inferior da mama com movimento direcionados. A técnica em espiral é executada com movimentos circulares que se inicia da borda externa da mama até o mamilo. Já a técnica em quadrante corresponde a divisão da mama em quadrantes traçados a partir de duas linhas imaginárias, uma na vertical e outra na horizontal se cruzando no mamilo, os movimentos realizados são de “vai” e “vem” partindo da parte externa até o mamilo, repetindo esse mesmo movimento em cada quadrante.

O AEM deve ser realizado todo mês, preferencialmente de sete a dez dias depois do primeiro dia do ciclo menstrual, quando as mamas estão menos dolorosas à palpação. Pode ser feito diante do espelho ou deitada, durante o banho ou em qualquer momento do dia em que a mulher se sinta confortável. Mulheres em climatério ou que não tenham ciclo menstrual presente devem escolher um dia de sua preferência e realizar o autoexame todos os meses nesse dia, como por exemplo, todo dia 10. As mulheres que estão amamentando devem seguir esse mesmo esquema (BRASIL, 2006).

A prática do AEM deve ser continuamente incentivada e constantemente orientada pelos profissionais de saúde, estimulando a mulher a conhecer melhor o seu corpo para facilitar assim a identificação de qualquer alteração, caso seja detectado alguma anormalidade como presença de nódulos nas mamas, secreção dos mamilos, mudança na coloração da pele ou retrações (DAVIM et al 2003).

Apesar dos benefícios que a realização do AEM oferece, ainda é possível encontrar resistência por parte da população que envolve o contexto cultural, falta de divulgação de informações, baixa qualificação de equipes da Atenção Básica (AB), negligência com a própria saúde por parte da população que alegam não confiar na própria técnica/não saber a técnica correta, o impacto que a doença causa nas mulheres e a perspectiva da perda da mama. Logo, a informação, o conhecimento e a sensibilização crítica são fatores determinantes para a execução de ações de autocuidado em saúde (SILVA et al., 2009).

Portanto se faz necessário gerir atos educativos, incentivar o autocuidado, promover programas de prevenção e capacitação tanto para as mulheres quanto para os profissionais, utilizando-se de campanhas de educação em saúde para inserir novos conhecimentos e facilitar a disseminação de informações sobre as ações que podem ajudar na identificação do câncer de mama em seu estágio inicial, proporcionando dessa forma maiores possibilidades de cura e sobrevida às mulheres, garantindo-lhes o acesso imediato para o início da investigação, diagnóstico e tratamento.

Referências
BRASIL. Ministério Da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Controle dos cânceres do colo do útero e da mama. n:13; Brasília-DF 2006.

BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional do Câncer. Câncer de Mama. 2014. Disponível em: http://www2.inca.gov.br/wps/wcm/connect/tiposdecancer/site/home/mama/cancer_mama

DAVIM, R. M. B. et al.  Auto-exame de mama: conhecimento de usuárias atendidas no ambulatório de uma maternidade escola. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto,  v. 11, n. 1, p. 21-7, Fev.  2003.

SILVA, R. M. et al. Realização do auto-exame das mamas por profissionais de enfermagem. Rev. esc. enferm. USP, vol.43 no.4 São Paulo Dez. 2009.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Jéssica Almeida e pelo Professor Me. Marcelo Costa

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