Hanseníase: Avanços e Desafios para Intregalidade do Cuidado
Conhecida desde
os tempos bíblicos como lepra (termo lepra e seus derivados caíram em desuso no
Brasil por ser estigmatizante, pejorativa e marginalizante, em especial para os
doentes e seus familiares), a hanseníase é uma doença infecciosa e crônica,
causada pelo Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. Atinge principalmente
a pele e os nervos periféricos, mas também se manifesta como uma doença
sistêmica, comprometendo articulações, olhos, testículos, gânglios e outros órgãos.
Possui significativa importância para a saúde coletiva em decorrência da sua
magnitude e seu alto poder incapacitante, atingindo, sobretudo, a faixa etária
economicamente ativa. Causa problemáticas como a diminuição da capacidade de
trabalho, limitação da vida social e alterações psicológicos, o que fomenta o
estigma e o preconceito que se lhe imputam (BRASIL, 2007).
Nos últimos anos
ocorreram avanços acerca do tratamento, diagnostico e detecção de sintomáticos
na Atenção Básica. Nos últimos 20 anos, o Brasil realizou grandes avanços para
introduzir a avaliação e prevenção de incapacidades físicas com o fato de poder
contar com uma assistência que visa a busca do diagnóstico precoce, além da
implementação da poliquimioterapia (PQT), que possui o esquema com doses fixas
supervisionadas e bem toleradas pelo paciente. (BRASIL, 2014).
(Fonte: cofen.gov.br/ministerio-da-saude-divulga-campanha-de-tratamento-da-hanseniase_23390) |
Porém, o Brasil
ainda ocupa o segundo lugar em números absolutos da doença no mundo, ficando
atrás apenas da Índia (WHO, 2011). Em 2011, o país apresentou 33.955 casos
novos, correspondendo a um coeficiente de detecção de 17,65 casos/100.000
habitantes, considerado alto segundo os parâmetros do Ministério da Saúde (WHO,
2012).
O tratamento da
hanseníase é essencial na estratégia de controle da doença como problema de saúde
coletiva. Ele tem como meta interromper a transmissão da doença, quebrando a
cadeia epidemiológica, como também o de prevenir incapacidades físicas e
promover a cura e a reabilitação física e social da pessoa acometida pela
doença. Destaca-se que dentre as diretrizes do Sistema Único de Saúde que
almejam a redução da morbimortalidade por hanseníase no território nacional, a
atenção integral ao portador de hanseníase é priorizada, a qual deve ser
garantida pela hierarquização de serviços e pelo cuidado em equipe
multiprofissional (BRASIL, 2002).
Evidencia-se
também a necessidade da realização de ações socioeducativas em vistas à
ampliação do conhecimento dos indivíduos e das famílias acerca do contágio, da
transmissão e do tratamento; mas, também, o desafio de incrementos na
articulação de políticas públicas com a intenção de um maior controle da doença.
Referências
BRASIL.
Ministério da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Vigilância em saúde.
nº21; Brasília-DF, 2007.
BRASIL. Ministério
da Saúde. Hanseníase Avanços e Desafios.
Brasília, DF. 2014.
BRASIL.
Ministério da Saúde. Guia para o
controle da Hanseníase. Brasília, DF.
2002.
WHO, World Health Organization. Weekly
epidemiological record, v. 86, n. 36, p. 389-400, set. 2011.
__________. Weekly epidemiological record,
v.87, n. 34, p. 317-328, ago. 2012.
Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Jéssica Almeida e pelo Professor Me. Marcelo Costa.
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