Política Nacional de Saúde da Criança e a relação com as práticas de cuidado no âmbito da Atenção Básica

Aprovada em 5 de agosto de 2015 pela Portaria Nº 1.130 do Ministério da Saúde, a Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Criança (PNAISC) busca promover e proteger a saúde da criança como também o aleitamento materno, tendo por objetivo realizar um cuidado integral dos mesmos mediante as suas necessidades e complexidades (BRASIL, 2015).
(Fonte: caescolar.com.br)
Essa população deve ser atendida no âmbito da Atenção Básica, tendo em vista que é a porta de preferência do Sistema Único de Saúde (SUS). Os cuidados dirigidos às crianças devem ser iniciados desde a sua formação até atingir a faixa etária estabelecida pela PNAISC que são de 0 a 9 anos de idade (BRASIL, 2015), de forma responsável por profissionais de saúde, estando ligada a Atenção Básica (DEL CIAMPO, et al., 2006).

De que forma devem ser realizados esses cuidados? Os mesmos devem ser feitos de forma articulada com os demais serviços de saúde que compõem o SUS do município e a depender da complexidade do caso, o estadual. As ações devem ser organizadas pela a equipe multiprofissional da Estratégia Saúde da Família (ESF), tendo como fator primordial, a criação de vínculo com a família do sujeito alvo do atendimento, que são as crianças (SOUZA, et al.,2012).

Ainda existem muitos obstáculos para que a saúde da criança seja efetivada de forma integral, ora seja pela centralização do cuidado no que se refere as sintomatologias e queixas trazidas pelos familiares e pelo próprio paciente, ou por falta de capacitação e aprofundamento acerca de como sensibilizar a comunidade da necessidade do cuidado com as crianças (FIGUEIREDO E MELLO, 2003).

Sendo uma ação compartilhada, o cuidado a criança é feito pela subjetividade da família e do profissional que ali presta seu atendimento, buscando dar enfoque naquilo que se procura identificar de agravo ou que venha impossibilitar o desenvolvimento satisfatório das mesmas. Utilizando-se de estratégias que visem à busca deste atendimento integral, alguns deles se fazem necessários para que ocorra de forma eficiente, como a conversa, a aproximação com a realidade dos indivíduos que de alguma forma contribuem para o desenvolvimento dos mesmos, a construção de vínculos afetivos com os familiares, e principalmente os Agentes Comunitários de Saúde (ACS), que devido estarem com maior frequência na comunidade, são responsáveis em contribuir nas ações de cuidado às crianças (SOUSA e ERDMANN, 2012).

Quando o cuidado integral a criança é realizado de forma responsável e coerente, torna-se um meio de afetividade e de emoções que surgem entre profissional, família e criança, fazendo com que a prática se torne mais prazerosa e confiável, fazendo com que a mesma seja imprescindível a vida daquele sujeito (SOUSA e ERDMANN, 2012).

Logo, a PNAISC é mais uma estratégia de fomentar o cuidado longitudinal, com ênfase nas necessidades específicas das crianças, com vistas a sensibilizar todos os atores sociais envolvidos na produção do cuidado de forma ética, sensível, singular e multidimensional.

Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. Institui a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Criança (PNAISC) no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, 2015.

DEL CIAMPO, L. A. et al. O programa de Saúde da Família e a Puericultura. Rev. Ciência & Saúde Coletiva, 11 (3): 739-743, 2006.

FIGUEIREDO, G. L. A., MELLO, D. F. A prática de enfermagem na atenção à saúde da criança em unidade básica de saúde. Rev. Latinoamericana de Enfermagem, 11 (4): 544-551, 2003.

SOUSA, F. G. M., ERDMANN, A. L. Qualificando o cuidado à criança na Atenção Primária de Saúde. Rev. Brasileira de Enfermagem, Brasília, vol. 65, nº5, pág. 795-802, 2012.

SOUZA, R. S. et al. Atenção à saúde da criança: prática de enfermeiros da saúde da família. Rev. Mineira de Enfermagem, Belo Horizonte, vol.17.2, 2012.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Geíza Batista e pelo Professor Me. Marcelo Costa.

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