Hipertensão: sinais, sintomas e cuidados no cenário da Atenção Básica

Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) ou Pressão Alta é uma condição clinica decorrente de múltiplos fatores caraterizados por níveis elevados e sustentados de Pressão Arterial (PA), está associada com alterações funcionais e/ou metabólicas do indivíduo (BRASIL 2010).
A HAS é uma doença de alta prevalência, considerada um problema de saúde pública de âmbito nacional e internacional em decorrência do seu risco e dificuldade de controle. É uma doença crônica, de natureza multifatorial, sendo que muitas situações o curso é assintomático, negligenciando, com isso, o diagnóstico, bem como o tratamento (BRASIL 2014).

A HAS está associada a repercussões negativas à qualidade de vida, já que é atrelada a agravos cardiovasculares, como Infarto Agudo do Miocárdio e cerebrais como o Acidente Vascular Cerebral. Por isso a importância da detecção precoce.

A classificação da hipertensão arterial vem se modificando ao longo dos anos. Identifica-se hipertensão arterial, a pressão arterial sistólica maior ou igual a 140 mmHg, e uma pressão arterial diastólica maior ou igual a 90 mmHg, em sujeitos que não fazem uso de medicamento anti-hipertensivo (BRASIL 2014).

A HAS apresenta alta morbimortalidade, com perda significativa da qualidade de vida, o que deixa claro a importância do diagnóstico precoce e a identificação dos fatores de risco que possui relação direta com a PA como a idade, sendo a prevalência de HAS superior a 60% acima de 65 anos. Já o gênero e etnia a prevalência entre homens e mulheres são equivalentes, porém duas vezes mais prevalentes em indivíduos negros. O excesso de peso, ingestão de sal e de álcool, sedentarismo, a genética e outros fatores de risco vascular tendem a contribuir para o desenvolvimento da HAS (BRASIL 2010).

Além do diagnóstico precoce o acompanhamento dos casos na atenção básica é fundamental, pois o controle da PA reduz riscos de complicações cardiovasculares, problemas renais entre outros.

O diagnóstico não requer tecnologia sofisticada. A primeira verificação deve ser realizada nos dois braços, caso haja diferença entre os valores deve ser calculada uma média, e o braço com maior valor verificado deve ser utilizado como referência nas próximas medidas. O diagnóstico da HAS consiste em uma média maior ou igual a 140/90mmHg, verificada em pelo menos três dias diferentes com intervalo de uma semana entre cada medida. É muito importante realizar o diagnóstico correto da HAS, tendo em vista que se trata de uma doença crônica que acompanhará o indivíduo por toda a vida, lembrando sempre que a verificação de um valor alterado em apenas um dia não é suficiente para estabelecer o diagnóstico de hipertensão (BRASIL 2014)

O cuidado do indivíduo com HAS na Atenção Básica deve ser multiprofissional com o objetivo de manter os níveis da PA dentro dos paramentos considerados normais, o tratamento não medicamentoso é fundamental, pois envolve mudança no estilo de vida que inclui a adoção de hábitos saudáveis como uma boa alimentação, pratica de atividade física, retirada da ingestão de álcool e do tabaco. O tratamento medicamentoso consiste na utilização de diversos fármacos que são escolhidos de acordo com a necessidade de cada indivíduo.

Portanto, o processo educativo é um dos principais métodos utilizados para promover a adoção de hábitos saudáveis, incentivando comportamentos que tenham impacto sobre o estilo de vida do indivíduo, ressaltando a importância da necessidade de uma abordagem multiprofissional incluindo os familiares no acompanhamento do indivíduo.

Referências
BRASIL. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Rev. Brasileira de Hipertensão; vol17, n1, jan-mar 2010.

BRASIL. Ministério Da Saúde. Cadernos de Atenção Básica. Estratégia para o cuidado da pessoa com doença crônica Hipertensão Arterial Sistêmica. n:37; Brasília-DF 2014.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Jéssica Almeida e pelo Professor Me. Marcelo Costa.

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