Quedas em idosos: um problema de Saúde Coletiva

O envelhecimento é um processo natural e contínuo que envolve progressivas alterações morfológicas e fisiológicas, acarretando o comprometimento e a degradação das funções do indivíduo, por isso tornam-se necessários maiores cuidados com o corpo, saúde e estilo de vida. Com o aumento da expectativa de vida, houve o aumento também do número de quedas em idosos. A ocorrência destas é uma das consequências mais recorrentes do envelhecimento e vem sendo um grande problema de saúde coletiva, pela necessidade de intervenções de profissionais e ações educativas, além do elevado custo social e econômico.
As intervenções de profissionais e as ações educativas são pontos chave para uma melhor prevenção de quedas, informações como os fatores de risco e a mudança de atitudes e comportamentos relacionados à vida cotidiana ajudam os idosos a uma melhor compreensão e cuidado com o seu bem-estar. A prevalência de quedas tem três fatores relacionados: os biológicos; comportamentais e ambientais. Entre os biológicos estão: idade avançada; sexo feminino; fraqueza muscular; questões crônicas como diabetes, sequelas provenientes de Acidente Vascular Encefálico (AVE), Parkinson e problemas de visão. No âmbito comportamental o uso de alguns medicamentos como anti-hipertensivos, analgésicos e antidepressivos, inatividade física, uso inadequado de auxiliares de locomoção e carência alimentar. E entre os ambientais, os pisos escorregadios, escadas inclinadas, iluminação inadequada e tapetes soltos ou com dobras favorecem o acontecimento de acidentes.

Quanto às medidas de prevenção para as quedas, a intervenção multifatorial é descrita pelos trabalhos acadêmicos como a mais eficaz, utilizando adaptação do ambiente, incorporação de exercícios físicos, suplementação com vitamina D, retirada ou redução da dosagem de medicamentos, em especial os psicoativos, e avaliação da hipotensão postural (FALSARELLA et al., 2014). Entre as medidas de adaptação do ambiente, podem-se acrescentar cuidados como a eliminação dos perigos presentes no domicilio do idoso, diminuir o número de móveis e objetos espalhados que dificultem a locomoção do individuo, mostrar ambientes como rampas e barras de apoio que assegurem a sua proteção e uma iluminação adequada do ambiente.

A prática regular de exercício físico pode ser considerada um fator protetor para quedas, uma vez que promove maior força e resistência muscular, melhora o controle motor e o equilíbrio corporal (ROSE, 2008). Portanto, parte do profissional da Atenção Básica uma melhor intervenção para a promoção do bem-estar do idoso e na reabilitação dos agravos atentando para o contexto biopsicossocial, mostrando quais exercícios físicos podem ser praticados e a alimentação adequada que melhorem o funcionamento do organismo.

Por fim, as quedas ocorrem pela combinação de vários fatores. Para que se possa atuar, modificando o que for necessário, é importante a identificação destes no contexto de vida do idoso (PIOVESAN et al., 2011). Compreender a relação entre a ocorrência de quedas e suas consequências para o idoso favorece o conhecimento da equipe de saúde, o que pode contribuir com a assistência ao cuidado, bem como na proposição de estratégias de promoção da saúde e de prevenção de quedas com vistas à melhoria das condições de vida desses idosos (CAVALCANTE et al., 2012).

Referências
CAVALCANTE, A.L.P; AGUIAR, J.B; GURGEL, L.A. Fatores associados a quedas em idosos residentes em um bairro de Fortaleza, Ceará. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol, Rio de Janeiro, 2012.

FALSARELLA, G.R; GASPAROTTO, L.P.R; COIMBRA, A.M.V. Quedas: conceitos, frequências e aplicações à assistência ao idoso: revisão da literatura. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol, Rio de Janeiro, 2014.

PIOVESAN, A.C; PIVETTA, H. M. F; PEIXOTO, J.M.B. Fatores que predispõem a quedas em idosos residentes na região oeste de Santa Maria, RS. Rev. Bras. Geriatr. Gerontol, Rio de Janeiro, 2011.

ROSE, D.J. Preventing falls among older adults: No “one size suits all” intervention strategy. JRRD, v. 45, n. 8, 2008.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Marília Torres e pelo Professor Me. Marcelo Costa.

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