Importância do Trabalho em Equipe para Assistência a Saúde

Para a efetividade na prestação de serviços de saúde aos usuários se faz necessário a atuação de uma equipe multiprofissional e multidisciplinar, independente das tecnologias a serem utilizadas no decorrer da assistência ou nível de atenção envolvido. Para tanto, torna-se importante a atuação de profissionais trabalhando em equipe, na perspectiva de facilitar o processo de trabalho a partir de uma ações decididas coletivamente, que valorizem e respeitem a individualidade de cada ser. Porém, a existência de alguns obstáculos, como a não cooperação, pode dificultar esse processo de trabalho, comprometendo a qualidade da assistência.
Segundo Kell e Shimizu (2010) o trabalho em equipe é fundamental para o bom desempenho das atividades de uma Unidade Básica de Saúde (UBS), visto que o saber em conjunto se torna mais resolutivo do que quando os profissionais atuam de forma fragmentada, evidenciando a importância da atuação de uma equipe multiprofissional e multidisciplinar com ações “inter, multi e transdisciplinares” em conjunto com participação da comunidade.

Esse agir em conjunto oportuniza um eficaz processo de comunicação, que por sua vez auxilia no estabelecimento das interações sociais de forma a discutir melhores maneiras de resolver problemas ou conflitos existentes a partir de um feedback eficaz da interação, visto que a existência dos conflito pode ser dialogada, viabilizando o debate de ideias a partir do trabalho em equipe, que visa o envolvimento mútuo de vários atores sociais para um bem comum, a saúde de uma população ou comunidade, beneficiando todos esses atores

Abreu (2005) relata que tanto o desempenho, como o resultado e as responsabilidades é coletivo, e com isso obtém-se um crescimento conjunto. Portanto, é importante que acadêmicos desenvolvam, aprendam e aperfeiçoem habilidades para trabalhar em conjunto, de forma cooperativa, desde a universidade, na tentativa de identificar problemas que poderão comprometer o processo de cuidado de forma antecipada.

Pois, às vezes, o trabalho em equipe pode ser prejudicado, visto que alguns problemas podem ser apontados, como a centralização das decisões, falta de planejamento, estabelecimento das funções individuais e hierarquia que traz a alguns o sentimento de chefia, falta de diálogo e troca de saberes, além do descompromisso em cooperar. Na visão de Kell e Shimizu (2010) os problemas estão arraigados a cultura da valorização diferenciada entre o trabalho desenvolvido pelos diferentes especialistas e o trabalho tecnicista que atrapalha a criatividade do grupo influenciando um agir mecanicista e fragmentado.

Essa realidade externa a necessidade de novos modelos de atenção à saúde, como o fortalecimento da atenção básica à saúde a partir das Redes de Atenção a Saúde, na busca de modificar e quebrar com esses métodos de assistência mecanicista e fragmentado, a fim de proporcionar maior satisfação no trabalho e assim uma assistência de boa qualidade, que possibilite a integralidade enquanto princípio do Sistema Único de Saúde.

Referências:
ABREU, L.O. et al . O trabalho de equipe em enfermagem: revisão sistemática da literatura. Rev. bras. enferm., Brasília, v. 58, p. 203-7, 2005.

KELL, M.C.G.; SHIMIZU, H.E. Existe trabalho em equipe no Programa Saúde da Família?.Ciênc. saúde coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, p. 1533-41, 2010.

MELO, M.B.; BARBOSA, M.A.; SOUZA, P.R. Job satisfaction of nursing staff: integrative review. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 19, n. 4, p. 1047-55, 2011.

Texto elaborado pelo Acadêmico de Enfermagem Mike Douglas e pela Professora Me. Fabiana Ferraz 

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