Doenças associadas ao consumo de álcool no trato gastrointestinal
Segundo
estimativas da OMS o brasileiro consome cerca de 8,9 litros de álcool por ano,
enquanto a média mundial de consumo se encontra em 6,4 litros por ano, tais
dados salientam a presença do álcool no contexto sociocultural do brasileiro em
ambientes festivos, situações de lazer e o próprio consumo de maneira casual
(OMS, 2017).
A
ingestão demasiada de álcool é habitualmente associada às doenças hepáticas,
como a cirrose ou a esteatose, o famoso “fígado gorduroso”, entretanto, os
danos associados ao consumo recorrente de etanol vão além destes de “domínio
popular” podendo acometer diversos órgãos do trato gastrointestinal, como
esôfago, estômago e intestino delgado.
Estes danos fisiológicos estão diretamente correlacionados ao estresse exercido pelo álcool nas mucosas do tubo digestivo, o etanol tem efeito lesivo direto sobre o epitélio, destarte prejudicando a resistência mucosa à agressão representada pelo ácido gástrico, o que é agravado perante o consumo abusivo e pode originar o aparecimento de doenças como o refluxo gastroesofágico, afinamento da membrana basal do vilo duodenal e problemas no estômago (FIGUINHA; FONSECA; MORAES-FILHO, 2005).
Outro efeito nocivo do álcool consiste em aumentar o risco de câncer de esôfago, pois prolonga o tempo de contato com carcinógenos, em virtude de promover alterações da motilidade esofágica, além de levar a alterações epiteliais do esôfago que podem predispor ao desenvolvimento de lesões precoces (FIGUINHA; FONSECA; MORAES-FILHO, 2005).
O álcool depois de absorvido pelo trato gastrointestinal é conduzido através da circulação porta hepática onde é oxidado. Apenas 2% a 10% da quantidade absorvida é eliminada pelos sistemas renal e respiratório, os danos orgânicos estão em sua maioria atrelados ao acúmulo de metabólitos advindos do metabolismo do etanol, porém fatores genéticos, sexo e padrões de consumo podem ser determinantes na manifestação destas patologias (MARTINS, 2013).
Nesse contexto, o consumo de álcool está relacionado a variadas questões comportamentais, sociais e culturais, se fazendo presente no cotidiano das pessoas, sendo assim, de suma importância conhecer os efeitos nocivos do etanol sobre o trato gastrointestinal, desmistificando questões relativas ao consumo abusivo e expandindo os conhecimentos sobre o tema, como alternativas para a prevenção de diversas doenças associadas ao consumo de bebidas alcoólicas que vão além das doenças hepáticas.
Referências
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. World health statistics 2017: monitoring health for the SDGs, Sustainable Development Goals. France, 2017.
FIGUINHA, Fernando C. Remisio; FONSECA, Fabricio Lopes da; MORAES-FILHO, Joaquim Prado P. Ações do álcool sobre o esôfago, estômago e intestinos. Revista Brasileira de Medicina. São Paulo, SP. Vol. 62, jan./fev., 2005.
MARTINS, Otávio Augusto. Efeito do consumo de bebidas alcoólicas no organismo – uma revisão. Revista Eletrônica de Educação e Ciência, São Paulo, SP. Vol. 3. N°2, 2013.
Texto elaborado pela Enfermeira Silvana Menezes e pelo Professor Dr. Éder Freire.
(FONTE:https://www.
http://blogorlandeli.zip.net/images/alcool3.jpg)
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Estes danos fisiológicos estão diretamente correlacionados ao estresse exercido pelo álcool nas mucosas do tubo digestivo, o etanol tem efeito lesivo direto sobre o epitélio, destarte prejudicando a resistência mucosa à agressão representada pelo ácido gástrico, o que é agravado perante o consumo abusivo e pode originar o aparecimento de doenças como o refluxo gastroesofágico, afinamento da membrana basal do vilo duodenal e problemas no estômago (FIGUINHA; FONSECA; MORAES-FILHO, 2005).
Outro efeito nocivo do álcool consiste em aumentar o risco de câncer de esôfago, pois prolonga o tempo de contato com carcinógenos, em virtude de promover alterações da motilidade esofágica, além de levar a alterações epiteliais do esôfago que podem predispor ao desenvolvimento de lesões precoces (FIGUINHA; FONSECA; MORAES-FILHO, 2005).
O álcool depois de absorvido pelo trato gastrointestinal é conduzido através da circulação porta hepática onde é oxidado. Apenas 2% a 10% da quantidade absorvida é eliminada pelos sistemas renal e respiratório, os danos orgânicos estão em sua maioria atrelados ao acúmulo de metabólitos advindos do metabolismo do etanol, porém fatores genéticos, sexo e padrões de consumo podem ser determinantes na manifestação destas patologias (MARTINS, 2013).
Nesse contexto, o consumo de álcool está relacionado a variadas questões comportamentais, sociais e culturais, se fazendo presente no cotidiano das pessoas, sendo assim, de suma importância conhecer os efeitos nocivos do etanol sobre o trato gastrointestinal, desmistificando questões relativas ao consumo abusivo e expandindo os conhecimentos sobre o tema, como alternativas para a prevenção de diversas doenças associadas ao consumo de bebidas alcoólicas que vão além das doenças hepáticas.
Referências
ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE. World health statistics 2017: monitoring health for the SDGs, Sustainable Development Goals. France, 2017.
FIGUINHA, Fernando C. Remisio; FONSECA, Fabricio Lopes da; MORAES-FILHO, Joaquim Prado P. Ações do álcool sobre o esôfago, estômago e intestinos. Revista Brasileira de Medicina. São Paulo, SP. Vol. 62, jan./fev., 2005.
MARTINS, Otávio Augusto. Efeito do consumo de bebidas alcoólicas no organismo – uma revisão. Revista Eletrônica de Educação e Ciência, São Paulo, SP. Vol. 3. N°2, 2013.
Texto elaborado pela Enfermeira Silvana Menezes e pelo Professor Dr. Éder Freire.
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