Estratégia saúde da família: porta preferencial para a resolubilidade das demandas apresentadas na comunidade

A Estratégia Saúde da Família (ESF) é o contato mais próximo que uma instituição de saúde pode ter com a comunidade, sendo ela uma das principais portas de entrada para o acesso aos serviços de saúde. A ESF é a principal estratégia de consolidação da Atenção Básica (AB), cenário este onde se encontra uma das maiores demandas de saúde do Brasil. O Programa de Saúde da Família (PSF) foi instituído no Brasil no ano de 1994, de acordo com a Portaria nº 692/25 de março de 1994, com o intuito de atender a alta demanda que é apresentada nas comunidades, e atualmente o PSF passou a ser ESF, visto que vem apresentando resultados positivos na mudança da qualidade de vida da população brasileira, em especial na AB.
(FONTE: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/png/2017/junho/08/saude-familia2.png)
A ESF está inserida dentro do sistema de saúde com o objetivo de reorganizar a AB e dar respostas às demandas apresentadas pelos usuários da rede através de ações de promoção de saúde e prevenção de doenças, aludindo aos níveis de maior complexidade as situações que excedem o seu campo de ação e resolubilidade. A ESF e a AB estão absolutamente integradas, com as mesmas diretrizes, objetivos, percentuais e fundamentações aprofundadas, consequentemente ampliam a resolubilidade dos problemas de saúde da população, pois são elas que apresentam maior vinculo com a comunidade (BARROS, 2018; BRASIL, 2012).

De acordo com a Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, a AB é o agrupamento de ações de saúde coletiva que irão abranger a promoção, prevenção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, diminuição de agravos, cuidados paliativos e vigilância epidemiológica em saúde, desenvolvida através de práticas de cuidados integrais e pela gestão qualificada, executada junto com a equipe multiprofissional que será dirigida à uma determinada população definida, no qual as equipes irão assumir as atribuições sanitárias daquele território (BRASIL, 2017).

Segundo o decreto nº 7.508 de 2011, a AB é a porta de entrada preferencial para o acesso aos serviços e ações de saúde vistos por leis, pois é na unidade básica que o individuo vai ser atendido integralmente, levando em consideração todo o contexto que ele está inserido, e não somente a doença que está apresentando (BRASIL, 2011).

Destaca-se ainda, que a ESF proporciona práticas que descentralizam o modelo biomédico, presente ainda hoje no cotidiano de práticas. Nessa estratégia de intervenções as ações centralizam não somente a doença, mas o sujeito e família, valorizando-os enquanto protagonistas do seu processo saúde, doença e cuidado.

A maioria dos problemas de saúde são possíveis de soluções na ESF, como por exemplo, a vacinação contra doenças imunobiológicas, a busca ativa e tratamento de pacientes com Diabetes Mellitus, Hipertensão Arterial Sistêmica, Hanseníase, Tuberculose e outras doenças de caráter público. Além disso uma grande estratégia usada na ESF é a educação em saúde no qual visa o compartilhamento de informações sobre os diversos assuntos de saúde coletiva, incluindo formas de prevenção e promoção da saúde comunitária.

Com a implantação da ESF a ocorrência de casos de doenças que antes eram um grande problema da saúde coletiva diminuíra exorbitantemente, vários problemas passaram a ser resolvidos neste campo de práticas cuidativas, sem precisar serem encaminhados para atenção secundária.

Desse modo a ESF se mostra eficaz no que diz respeito a resolubilidade dos problemas de saúde da população, porém há muitas lacunas que devem ser revistas e preenchidas para que o serviço se torne mais eficaz e aceito. A ESF é uma das portas mais utilizadas para o uso dos serviços de saúde sendo capaz de resolver 85% dos casos de saúde coletiva do Brasil.

Referências
BARROS, A. R, et al. Estratégias de mulheres frente à baixa resolutividade na atenção básica à saúde. Rev baiana enferm. v.32:e18319  p. 2, 2018.

BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica. Atenção Básica e a Saúde da Família. Brasília; 2012.

BRASIL. Portaria nº 2.436, de 21 de setembro de 2017. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS). Diário Oficial da União, 2017.

BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Decreto 7.508 de 28 de junho de 2011. Regulamenta a Lei 8.080, 19 de setembro de 1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde – SUS, o planejamento da saúde, a assistência a saúde e a articulação interfederativa, e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 28 jun 2011. Seção 1.

Texto elaborado pelo Acadêmico de Enfermagem Eduardo Abrantes e pelo Prof. Dr. Marcelo Costa.

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