Atividades Lúdicas: Possibilidade de estreitar laços nas Relações Interpessoais dos Idosos

No Brasil, nas últimas décadas, ocorreu um decréscimo nas taxas de natalidade e mortalidade, o que consequentemente decorreu em aumento na população com faixa etária entre 60 anos ou mais, caracterizando o fenômeno do envelhecimento (KÜCHEMANN, 2012).
(FONTE: 2.bp.blogspot.com/-iHQDfHX0HkM/VucCNoOXNdI/AAAAAAAALEo/ZwGZxStz0lgItYBCtSV2zUIXJpvsvelyA/s1600/3.JPG)

Estes dados mostram que a expectativa de vida cada vez mais se eleva, necessitando, por conseguinte uma adaptação a essa nova realidade. Pois, o envelhecimento, que representa um processo natural, pode acarretar alterações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, que precisam ser compreendidas e cuidadas. Não devendo, no entanto, ser sinônimo de doenças e sim de modificações decorrentes ao tempo vivido (PINHEIRO; GOMES, 2014).

É nessa fase da vida, que a Capacidade Funcional pode ser diminuída, comprometendo o funcionamento das atividades básicas e instrumentais de vida diária, emergindo a necessidade de compreensão das especificidades que permeiam a vida do ser idoso, para assim, melhor cuidá-lo (CAMARA et al., 2014).

O cuidado as pessoas idosas com capacidade funcional comprometida pode ser auxiliado por familiares ou pessoas do convívio pessoal dos idosos, e, quando isso não é possível, recorrem-se as Instituições de Longa Permanência (ILPI).

A ILS, conforme a Lei nº 10.741, destina-se a oferta de moradia, alimentação e vestimentas as pessoas idosas, vista ainda como forma de cuidado que precisa estar integrando a rede de habitação e assistência gerontogeriátrica para atender as dimensões biopssicoespirituais de cada residente em sua integralidade (BRASIL, 2004; FELIX et al., 2014).

Como alternativa de integralizar o cuidado na ILPI e abranger as dimensões biopssicoespirituais, na tentativa de amparar e romper a solidão e/ou insatisfação da institucionalização, é necessário que o cuidador considere o estreitamento de laços interpessoais promovendo maior interação entre ele e os institucionalizados, a fim de favorecer o conhecimento e valorização das características e especificidades de cada ser.

Uma das estratégias que possibilita esse conhecimento é ofertando o cuidado de forma lúdica, a partir da utilização de jogos, teatro, danças, corais, musicoterapia, dentre outros mecanismos que abrange aspectos biopssicoespirituais, amparando e rompendo a solidão e/ou insatisfação social, favorecendo o autoconhecimento e valorização das especificidades individuais, melhorando o bem-estar físico e mental dos sujeitos (PINHEIRO; GOMES, 2014).

O termo lúdico vem do latim ludus e significa brincar. Sua utilização facilita o aprendizado, desenvolvimento pessoal, social, cultural e intelectual, colaborando com melhor saúde física e mental (CYRINO et al., 2016).

Essa estratégia tem ainda um enorme potencial no resgate da manutenção da qualidade de vida, proporcionando mudança no estilo de vida, bem-estar físico, mental e de interação interpessoal que contribuem com o fortalecimento da autonomia, autoestima, descontração e reflexão da pessoa idosa.

Referências
BRASIL. Estatuto do idoso: Lei federal nº 10.741, de 01 de outubro de 2003. Brasília, DF: Secretaria Especial dos Direitos Humanos, 2004.

CAMARA, F.M.; GEREZ, A.V.; MIRANDA, L. M. J.; VELARDI, M. Capacidade funcional do idoso: formas de avaliação e tendências. ACTA FISIATR, v.15, n. 4, p.249-256, 2014.

CYRINO, R. S. et al. Atividades lúdicas como estratégia de educação em saúde com idosos. Rev. Ciênc. Ext. v.12, n.3, p.154-163, 2016.

FELIX, R.S. et al. Cuidados de enfermagem ao idoso na instituição de longa permanência: relato de experiência. Rev. enferm UFPE online., v. 8, n. 12, p. 4391-4, 2014.

KÜCHEMANN, B. A. Envelhecimento populacional, cuidado e cidadania: velhos dilemas e novos desafios. Sociedade e estado, vol.27 n.1 Brasília Jan./Apr, 2012.

PINHEIRO, S. B.; GOMES, M. L. Efeitos das atividades lúdicas no idoso com alteração do cognitivo leve: uma revisão de literatura. Revista Pesquisa em Fisioterapia, v.4, n.1, p.71-77, Abr, 2014.

Texto elaborado pela Acadêmica de Enfermagem Millane Gomes e pela Professora Me. Fabiana Ferraz.

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