Dificuldades vivenciadas por Cuidadores de Idosos no cotidiano de Trabalho

O quantitativo de idosos com 80 anos ou mais mediu cerca de 1,7% da população em 2011, equivalendo a mais de 3 milhões de idosos, e a probabilidade e que essa faixa etária ainda esteja a crescer nos próximos anos, estimando-se que, em 2025, o Brasil chegue a ser a sexta maior população de idosos no mundo (IBGE, 2015).
(FONTE:https://www.iped.com.br/_upload/galleries/2015/01/27/cuidador-idoso-54c828e4e61dd.jpg)
Nota-se que o quantitativo de idosos vem se elevando notavelmente nos últimos anos, devido às melhorias de vida que a população vem tendo ao longo dos tempos, logo existe um grande numero de idosos dependentes (SOUZA et al., 2007). Essa dependência causa comprometimento para execução das atividades básicas e instrumentais de vida diária, evidenciando a necessidade de um cuidador.

O cuidador é responsável pelo desempenho e/ou auxílio para execução dessas atividades, a fim de desempenhar funções de cuidados à saúde, apoio emocional, auxílio na mobilidade e em rotinas de higiene, bem como reinserção social com vistas a possibilitar manutenção e melhoria da qualidade de vida.

O papel de cuidador é caracterizado como formal ou informal, o formal quando desempenhado por pessoas esclarecidas da área da saúde e capacitadas para trabalhar com as especificidades da pessoa idosa, e o informal aquele executado por alguém do convívio familiar.

A execução desse papel pode implicar em condições de sobrecarga de trabalho, contribuindo para o adoecimento e geração de conflitos, frente às condições de trabalho que podem o expor a excessiva carga horária de trabalho, que o impede de cuidar de si, além de repetido desgaste físico que impede seu convívio social e compromete sua qualidade de vida.

Um dos principais desgastes vivenciados pelo cuidador de idosos remete a complexidade da tarefa assistencial e resulta, na maioria das vezes, em cuidadores que se esquecem deles próprios, de suas necessidades e da satisfação em viver. Dessa forma, surgem sentimentos positivos e negativos, conflitos psicológicos, aflição, medo e insegurança, comuns ao longo da experiência de cuidar, considerados sintomas de sobrecarga em consequência ao cuidado contínuo (ARAÚJO et al., 2012).

O desgaste do cuidador relaciona-se ainda ao nível de submissão do idoso, pois, quanto mais submisso e comprometido cognitivamente, mais elevada será a necessidade de cuidado, podendo ser reduzido o tempo que o cuidador tem para consigo mesmo, e elevada sua ansiedade e sobrecarga de trabalho (REZENDE et al., 2015).

Desta forma, a ocorrência desses desgastes remete a necessidade pela busca por estratégias que favoreçam a satisfação com a vida dos cuidadores, com estímulo a atividades de lazer e cultura, associados a apoio físico e emocional para o enfrentamento do cotidiano do processo de cuidar.

Referências
ARAÚJO, J.S.; SILVA, S.E.D.; SANTANA, M.E.; VASCONCELOS, E.V.; CONCEIÇÃO, V.M . A obrigação de (des) cuidar: representações sociais sobre o cuidado à sequelados de acidente vascular cerebral por seus cuidadores. REME – Rev Min Enferm, p. 98-105,2012. 

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico.  Censo demográfico 2015. Rio de Janeiro, 2015. Síntese de indicadores sociais: uma analise das condições de vida da população brasileira. Estudos e Pesquisas: Informação Demográfica e Econômica.

REZENDE, T.C.; COIMBRA, A.M.; COSTALLAT,  L.T.; COIMBRA , I.B. Factors of high impacts on the life of caregivers of disabled elderly. Arch Gerontol Geriatrics. 2015.

SOUZA, L.M.; WEGNER,W.; GORINI, M.I.P.C. Educação em saúde: uma estratégia de cuidado ao cuidador leigo. Rev Latino-Am Enfermagem. 2007.

Texto elaborado pela Enfermeira Silvana Menezes e pela Professora Me. Fabiana Ferraz.

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