O Brasil que envelhece: como cuidar dos idosos
O
envelhecimento reserva momentos específicos ao desenvolvimento humano, com
mudanças físicas, psicossociais, econômicas e funcionais, ganhando ênfase como
uma etapa concisa do ciclo de vida, com aumento dos desafios para garantir
longevidade e qualidade de vida. Corroborando com essa ideia Guardini (2012)
afirma que envelhecer, como se deve, depende para além das conjunturas
culturais e materiais, da favorável aceitação da própria idade pelo idoso.
O envelhecimento transformou o Brasil em um país com nova composição, formado por crescente número de indivíduos com 60 anos ou mais, os idosos.
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O envelhecimento transformou o Brasil em um país com nova composição, formado por crescente número de indivíduos com 60 anos ou mais, os idosos.
Constata-se
que os fatores demográficos, que denotam a incidência cada vez mais
representativa do contingente de idosos no país, referem-se à queda nos índices
de natalidade e fecundidade nos últimos anos, além do aumento da expectativa de
vida, decorrente, dentre outros fatores, dos avanços registrados na área do
saneamento básico e saúde. Não é, no entanto, possível ignorar aquilo a que se
poderia chamar o paradoxo do envelhecimento (CABRAL; FERREIRA, 2014).
Essa
realidade, desponta ainda mudanças na conjuntura familiar, frente a preferência
dos idosos de conviverem próximos a seus familiares ou mesmo com eles. Más,
para que isso aconteça, faz-se necessário suporte familiar rumo a melhor e mais
adequada conjuntura do cuidado a pessoa idosa.
Desta forma, é importante
lembrar que o envelhecimento não é um processo homogêneo, que acontece igualmente
a todos os sujeitos, sendo essencial a contribuição, estímulo e incentivo
familiar para que os idosos possam usufruir de práticas de atividades psicomotoras,
estimulação cognitiva e técnicas de relaxamento para elevação da autoestima,
autoconfiança e autoimagem que culminaram no melhor cuidado e qualidade de
vida, entende-se
essa prática como a adaptação do indivíduo ao meio em que vive em diferentes
épocas e culturas sociais (PATROCINIO; PEREIRA, 2013).
Outra forma de
possibilitar o melhor cuidado a pessoa idosa, provém dos serviços de atenção a saúde, por meio de uma equipe
multiprofissional habilitada a promover ações de promoção e prevenção e
recuperação da saúde das pessoas idosas. Diante do envelhecimento populacional,
muitas ações estão sendo planejadas para atender às demandas emergentes, cuja as
propostas é adaptar os serviços de atenção básica para atender adequadamente às
pessoas idosas, tendo como objetivo principal a sensibilização e a educação no
cuidado primário em saúde, de acordo com as necessidades específicas dessa
população (RESENDE et al., 2015).
Para
garantir uma terceira idade feliz e, principalmente, independente de cuidadores
e medicamentos, a prevenção continua sendo a única solução. O maior erro das
pessoas é confundir envelhecimento com doença. Não podemos evitar o passar do
tempo, mas através de cuidados com a saúde desde a infância, podemos evitar as
doenças que prejudicam a velhice, então para manter a autonomia
funcional, é importante hábitos saudáveis ao longo da vida.
O cuidado
ao idoso é uma temática complexa que necessita de maior atenção, pois a sociedade
deve estar preparada para abrigar uma população cada vez mais velha, que a cada
dia depara-se com um futuro que se aproxima de idoso cuidando de idoso, Com isso, a
Gerontologia e a Geriatria transformaram-se, nos últimos 20 anos, em áreas
especializadas do saber, contribuindo no crescente aumento de profissionais
dedicados ao estudo da velhice, sendo considerada uma ciência multidisciplinar,
possibilitando criar novas intervenções para melhorar a qualidade de vida das
pessoas, aumentando a expectativa de vida das mesmas, com o propósito de promover
o envelhecimento saudável, a manutenção e a melhoria, ao máximo, da capacidade
funcional dos idosos, a prevenção de doenças, a recuperação da saúde dos que
adoecem e a reabilitação daqueles que venham a ter sua capacidade funcional
restringida, de modo a garantir-lhes permanência no meio em que vivem,
exercendo de forma independente suas funções na sociedade (ACIOLE;
BATISTA,2013).
Referências
ACIOLE,
G.G; BATISTA, L. H. Promoção da saúde e prevenção de incapacidades
funcionais dos idosos na estratégia de saúde da família: a contribuição da
fisioterapia. Saúde debate, v. 37, n. 96,
p.10-9, 2013.
CABRAL,
M. V.; FERREIRA, P. M. Envelhecimento
activo em Portugal: trabalho, reforma, lazer e redes sociais. Lisboa:
Fundação Francisco Manuel dos Santos, 2014.
GUARDINI,
R. A aceitação de si mesmo: as
idades da vida. 78 ed. São Paulo: Palas Athenas, 2012.
PATROCINIO,
W. P.; PEREIRA, B. P. C. Efeitos da
educação em saúde sobre atitudes de idosos e sua contribuição para a educação
gerontológica. Trab Educ Saúde, v. 11,
n. 2, p.375-94, 2013.
RESENDE,
J. O. et al. Assistência do enfermeiro ao idoso na estratégia saúde da família.
R. Enferm. Cent. O. Min. V. 5, n. 3,
p. 1831-43, 2015.
Texto elaborado pela Enfermeira Kayza Cristina e pela Professora Me. Fabiana Ferraz.
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