Assistência à saúde da mulher nas urgências obstétricas


O período gestacional é uma fase de várias mudanças na vida da mulher, que afeta o organismo de forma emocional, fisiológica e social. A gravidez geralmente não oferece risco a mulher ou feto, porém cerca de 20% das gestações são de alto risco, ou seja, podem desenvolver algum tipo de complicação que coloque a vida de ambos em risco (CORREIA, et al. 2019).
             A mortalidade materna no Brasil é considerada um problema de saúde pública, mesmo com a diminuição da incidência dos óbitos nos últimos anos, este número ainda é considerado alarmante. A Organização Mundial de Saúde (OMS) apresenta que a mortalidade materna no Brasil, nos últimos 18 anos alcançou redução de 52%, 120 por 100.000 nascidos vivos (SILVA, et al. 2018).
            De acordo com Silva et al. (2018) a maior causa de óbitos maternos é por hipertensão arterial seguida de hemorragias e infecções, o que acontece com mais frequência em cirurgias cesarianas, oferecendo mais riscos a mãe em comparação ao parto normal, a cesariana é um método que deve ser considerado em ultimo caso considerando os riscos que pode oferecer a mãe e ao bebê. Os fatores de risco para essas complicações obstétricas incluem, nuliparidade, gestação antes dos 18 anos ou depois dos 40 anos, raça negra, histórico familiar ou complicação anterior, hipertensão crônica, doença renal crônica, diabetes mellitus, gestação gemelar, riscos anestésicos, embolia pulmonar, entre outros.
            O planejamento familiar, por exemplo, através de informações e condutas, auxiliam as mulheres a melhor adequar sua vida reprodutiva no contexto de um projeto de vida. Para uma grande parcela das mulheres brasileiras, o acesso ao planejamento familiar é uma questão vital, pois na ausência de condições materiais, conjugais e até existenciais para arcar com uma gravidez, recorrem ao aborto ilegal, e portanto, inseguro. Podendo vir a se tornar uma urgência obstétrica e até aumentar a mortalidade materna.
Outra assistência fundamental é o acompanhamento pré-natal, nele as gestantes podem conhecer as mudanças que estão ocorrendo no corpo, evitar atos que prejudiquem a sua saúde e do bebê e promover uma gestação tranquila livre de complicações. Principalmente as mulheres que possuem alguma doença crônica, devem ter um acompanhamento mais criterioso, por ser considerada uma gravidez de risco a depender da patologia que esta apresente (ALMEIDA, et al. 2016).
            O lançamento do Programa Rede Cegonha foi uma das estratégias implantadas pelo Ministério da Saúde/ Secretaria de Vigilância em saúde. Segundo o artigo 3º da portaria de nº 1.459, 24 de junho de 2011, o programa objetiva a organização da rede de atenção a saúde materna e infantil para que tenham acesso garantido, acolhimento e resolutividade dos problemas encontrados, no intuito de reduzir a mortalidade materna infantil com ênfase no componente neonatal (BRASIL, 2011).
            É importante salientar que a mulher deve participar de acompanhamento profissional durante a gravidez, para que possa ser orientada quanto as mudanças apresentadas pelo corpo nesse período e como manter uma vida mais saudável para que a criança possa se desenvolver e nascer com saúde, se a gestante apresentar doenças crônicas deve-se atentar para o controle das patologias para que no momento do parto não haja complicações mais graves e evolua para uma urgência obstétrica.

REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALMEIDA, F. S. et al. A importância do acompanhamento do pré natal pelo profissional enfermeiro. Revista Educação, meio ambiente e saúde. 2016. Disponível em: http://www.faculdadedofuturo.edu.br/revista1/index.php/remas/article/view/37. Acesso em 12 de novembro de 2019.

Brasil. Ministério da Saúde. Portaria nº 1.459, de 24 de Junho de 2011. Institui, no âmbito do Sistema Único de Saúde – SUS – a Rede Cegonha. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília, DF; 24 jun 2011.

Martins A. C. S.; Silva L. S. Perfil epidemiológico de mortalidade materna. Rev. Bras. Enferm. v. 71 p. 725-31, 2018. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/reben/v71s1/pt_0034-7167-reben-71-s1-0677.pdf Acesso em: 12 de novembro de 2019.

SILVA, L. S. et al. Mortalidade por partos cesáreos no brasil no período de 2006 a 2016. Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, 2018. Disponível em:
https://repositorio.bahiana.edu.br:8443/jspui/handle/bahiana/3401
. Acesso em: 12 de novembro de 2019.

Texto elaborado pela acadêmica de enfermagem Janielle Tavares Alves e orientado pela Professora Mestra Maria Berenice Gomes Nascimento

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